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Os milhões e os milionários da MotoGP

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  • Publicado: 16/01/2024
  • Por: Ismael Baubeta

Assim como a Formula 1 no mundo dos carros, a MotoGP é a mais cara das modalidades do motociclismo mundial.

As cifras no mundo da MotoGP são estimadas, já que os custos dos projetos das motos não são divulgados abertamente, mas sabe-se que os investimentos em desenvolvimento de materiais e tecnologias são milionários.

MOTOGP
Os pilotos que correram a temporada de 2023 da categoria rainha do Mundial de Motovelocidade (Foto: MotoGP)

Desenvolvimento caro

Afinal todos os componentes das motos da MotoGP são exclusivos desses protótipos; suspensões, sistema de freios, motores, aerodinâmica e toda a tecnologia envolvida em seu desenvolvimento.

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É verdade que boa parte da tecnologia da MotoGP pode e é utilizada em modelos de produção, mas alguns dos componentes utilizados nessa competição são específicas dos protótipos e não podem ser utilizadas em motos de produção.

FREIOS MOTOGP

Um bom exemplo desse tipo de componente são os discos de freio de fibra de carbono, que só funcionam corretamente em altas temperaturas (perto dos 600°C), por isso é impossível sua utilização no trânsito urbano ou em estradas.

Componentes especiais

Os materiais com que esses componentes são fabricados também são nobres e caros como titânio, magnésio e fibra de carbono, que são utilizados pela sua leveza e resistência, mas boa parte deste tipo de material já é empregado em alguns modelos topo de linha de diferentes marcas.

Não é à toa que as motos da MotoGP pesam cerca de 160 quilos e têm mais de 250 cavalos de potência.

CHASSI FIBRA DE CARBONO
A Aprilia desenvolveu o chassi em fibra de carbono para a temporada 2024. Foto: Motorcyclesports

Custos de milhões

Estima-se que a moto campeã do mundo em 2023 com o piloto Francesco Bagnaia, a Ducati Desmosedici 2023, custe algo em torno de 3 milhões de euros, o que em conversão direta seria algo em torno dos 15 milhões de reais. Há quem diga que os valores cheguem a 5 milhões de euros!

Esse é o valor somente da moto, some-se a ele os custos de peças de reposição, deslocamento (viagens e hospedagens), alimentação, hospitality center e salários e a conta chega à estratosfera. Estimam-se que os gastos superam os 20 milhões de euros por temporada, mas nas equipes oficiais de fábrica os gastos podem passar dos 40 milhões. Caro? Inclua na conta as quedas e a conta pode chegar à lua!

Pilotos milionários

Outro custo importante nas equipes da MotoGP é os salários de chefes de equipe, engenheiros e dos pilotos. Entre os pilotos que estão em atividade, o mais caro do grid (não por acaso), é Marc Márquez, octa campeão mundial (hexa na categoria) que (estima-se) receberá salário 16 milhões de euros em sua nova equipe, a Gresini Racing, o que significa cerca de 80 milhões de reais por ano, sem contar os contratos de patrocínio pessoal e campanhas publicitárias.

MARC MARQUEZ MOTOGP

Depois do espanhol na escala dos salários, vem o atual campeão da MotoGP, Francesco Bagnaia e o também campeão mundial, o francês Fabio Quartararo, ambos com salário anual de 5 milhões de euros.

Confira os demais salários dos pilotos da MotoGP em 2023

  1. Marc Márquez (Repsol Honda Team): 16 milhões de dólares/ano
  2. Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team): 5 milhões de dólares/ano
  3. Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP Team): 5 milhões de dólares/ano
  4. Maverick Viñales (Aprilia): 4 milhões de dólares/ano
  5. Johann Zarco (Prima Pramac Racing/Ducati): 4 milhões de dólares/ano
  6. Joan Mir (Repsol Honda Team): 3 milhões de dólares/ano
  7. Jack Miller (Red Bull KTM Factory Racing): 3 milhões de dólares/ano
  8. Aleix Espargaró (Aprilia): 3 milhões de dólares/ano
  9. Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team): 2,5 milhões de dólares/ano
  10. Álex Rins (LCR Honda Castrol Team): 2,2 milhões de dólares/ano
  11. Pol Espargaró (GasGas Factory Racing Tech3/KTM): 2 milhões de dólares/ano
  12. Franco Morbidelli (Monster Energy Yamaha MotoGP Team): 1 milhão de dólares/ano
  13. Álex Márquez (Gresini Racing MotoGP/Ducati): 1 milhão de dólares/ano
  14. Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing): 1 milhão de dólares/ano

Para quem gosta de motovelocidade como eu, este é o trabalho dos sonhos, mas o que não aparece nessas cifras que todos veem é o investimento de tempo e dinheiro (muitas vezes do patrimônio da família) e as renúncias que estes jovens têm que fazer em nome do esporte.

RED BULL ROOKIES MOTOGP

Essas renúncias já são uma forma natural de separar os futuros campeões mundiais dos pilotos que abandonarão a motovelocidade ou simplesmente ficarão por outros campeonatos de menor expressão mundo afora.

Não à toa eles são a elite da motovelocidade e, certamente, estão no topo desta disputadíssima modalidade.

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