Yamaha FZ15 e FZ25
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Yamaha FZ15 e FZ25: Mais semelhanças do que diferenças

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 07/03/2023
  • Por: Ismael Baubeta

Conceitos diferenciados que ganham importância, cada vez mais são replicados em outras cilindradas, as Yamaha FZ são um bom exemplo disso

Não é novidade que as marcas estão intensificando os lançamentos e ampliando a abrangência de modelos que muitas vezes nascem como conceito e depois, se aceitos e bem-sucedidos, as fábricas acabam replicando a ideia para outras cilindradas de fato.

Exemplos não faltam, a BMW trouxe o conceito de sua best-seller R 1250 GS para a G 310 GS, a Honda tem a família Neo Sports Café em 650, 1.000 cm³ e de 300 cm³ em alguns outros países.

A própria Yamaha fez o mesmo com as MT03, 07 e MT09. É uma forma inteligente de difundir modelos e ganhar escala com novos segmentos e, muitas vezes também, com o compartilhamento de componentes.

Com as FZ foi igual, embora a FZ25 tenha nascido há um bom tempo e com a sigla por extenso, Fazer 250. Em sua renovação de 2021, a Yamaha adotou o “apelido” FZ25 e ano passado lançou a versão FZ15, que não só replicou o conceito para uma cilindrada mais baixa, como também a diferenciou entre as concorrentes da categoria com vários componentes diferenciados como iluminação em LED (que assina o design da irmã também), suspensão dianteira mais parruda, monoamortecedor traseiro e pneus radiais de perfil esportivo.

Isso comprova que seguir a receita que deu certo em uma moto pode render bons resultados em outra cilindrada.

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Mais do que semelhanças entre si

A FZ15, recebeu alguns componentes idênticos aos da FZ25, É o caso da suspensão dianteira com tubos de 41 mm de diâmetro e 130 mm de curso, o amortecedor traseiro também é o mesmo que equipa a irmã maior.

O farol em LED, embora não seja idêntico ao da irmã maior, é muito parecido e tem a mesma inspiração visual, e ainda assim se confundem.

Lado a lado é preciso fazer um exercício para reconhecer qual é qual, ainda mais se você não quiser ter que olhar na sigla estampada no tanque. Depois de algum tempo com elas você vai marcando as diferenças e perde menos tempo para identificá-las, mas sempre será preciso se ater a algum detalhe para isso.

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O que é que a Yamaha FZ15 tem

O motor é o mesmo monocilíndrico SOHC de duas válvulas e sistema bicombustível, que equipa a Fazer 150, mas ele recebeu uma caixa de ar e sistema de escape novos, modificações que lhe deram mais fôlego nas acelerações, embora sua potência seja a mesma, 12,2 cv a 7.500 rpm (na gasolina) e 1,3 kgf.m de torque máximo.

As suspensões são show à parte, elas se casaram muito bem com a FZ15, oferecem excelente feeling na tocada, tanto nos trajetos urbanos onde são capazes de engolir com eficiência a buraqueira.

Contudo, elas se mostraram levemente rígidas nessa circunstância, elas mostram certo compromisso com a esportividade, mas não comprometem o conforto.

Na estrada a FZ15 se mostrou muito divertida e eficaz contornando curvas, sempre com decisão e firmeza, e os pneus Pirelli Diablo Rosso ll garantem excelente aderência e muita segurança na pilotagem.

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Freios da nova Yamaha FZ15

Assim como as bengalas da suspensão dianteira, os discos e as pinças dos freios são os mesmos da FZ25. Isso confere à FZ 15 uma excelente pegada nas frenagens.

O ABS é só na roda dianteira e não é muito intrusivo, permitindo frenagens fortes com segurança. Só é preciso mais sutileza ao acionar o pedal do freio traseiro para evitar o travamento da roda. O motivo: o ABS é só na dianteira.

E a FZ25

Um dos destaques é o novo chassi, que trouxe algumas melhorias para a versão 2022/23. A posição de pilotagem também foi modificada e melhorou muito em relação à sua antecessora.

O motor de 249 cm³, duas válvulas, refrigeração a ar e tecnologia bicombustível já é bem conhecido do público e não teve alterações, suas grandes virtudes são a robustez e a economia.

Ele rende 21,3 cv (8.000 rpm) e 2,1 kgf.m (6.500 rpm) de potência e torque respectivamente na gasolina, enquanto com etanol, chega a 21,5 cv (8.000 rpm) e torque de 2,1 kgf.m (6.500 rpm).

A suspensão dianteira é a mesma que emprestou para a FZ15, garfo telescópico de 41 mm e curso de 130 mm, enquanto a traseira tem a balança tipo Monocross com um curso de 120 mm. O câmbio permanece o mesmo, com sistema de transmissão manual e 5 velocidades.

O que uma poderia ter da outra

Entre os componentes que as diferenciam, há alguns que a FZ25 tem e que poderiam fazer ainda mais sucesso se também fossem instalados na FZ15. É o caso do banco bipartido em dois níveis e do ABS na roda traseira. Do mesmo modo, o bocal do tanque do tipo aeronave e o suporte do guidão em alumínio com o nome da moto gravado.

Por outro lado, a FZ15 poderia emprestar os pneus Pirelli Diablo Rosso ll para substituir os Sport Demon, da mesma marca. Isso porque eles são mais esportivos e poderiam oferecer ainda mais esportividade à FZ25.

Logicamente esta é a visão passional e simplista de um motociclista que gostaria de ver essa máquina completa. Entretanto, a realidade é que todos esses componentes extras provavelmente a inviabilizariam comercialmente. De todos modos as duas FZ comprovaram que são boas e valem o preço.

O que vem por aí

A principal concorrente da FZ25, a Honda CB Twister, recentemente foi profundamente renovada. Nesse sentido, ela chegou com preço agressivo (R$18.900 versão CBS e R$ 19.800 a ABS). Ou seja, quase R$ 1.700 a menos na comparação dos preços sugeridos (R$ 21.690 da FZ25).

Essa nova situação certamente fará com que a Yamaha reveja esse importante segmento. Dessa forma, quem sabe a marca dos diapasões também não se inspira e renova a FZ25? Afinal ela já merece ao menos um motor com seis marchas, você não acha?

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