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Kawasaki Z650RS: uma retrô de encher os olhos!

7 Minutos de leitura

  • Publicado: 14/03/2023
  • Por: Ismael Baubeta

Você já reparou na quantidade de motos de estilo clássico que de fato temos atualmente no mercado? Pois é, hoje inegavelmente há inúmeras opções para você que gosta desse tipo de motocicleta e hoje vamos falar de uma das últimas a chegar por aqui, a Kawasaki Z650RS.

A Kawasaki, assim como fez com a Z900, que emprestou sua base mecânica para a primeira clássica da marca a chegar no Brasil, a Z900RS, utilizou a base da Z650 para produzir mais uma clássica de muito estilo que você vai conhecer melhor agora: a Z650RS.

Para quem gosta das motos dos anos 1970 antes de mais nada, a Z650RS é um prato cheio. Contudo, se você for contemporâneo da época então, é fácil viajar no tempo diante dela e associá-la às primeiras Z, que provavelmente era uma das motos do desejo.

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Simplicidade e elegância

Suas linhas arredondadas e estilosas chamam a atenção pela elegância e simplicidade também. É lógico, como toda clássica de respeito, o farol e os espelhos redondos têm que estar presentes e a Kawasaki ainda complementou o design com um belo tanque em forma de gota com linhas envolvente que se funde às laterais sob o banco e a pequena rabeta.

O emblema com o nome da fábrica também evoca aquele utilizado nos anos 1970. O farol redondo, característico das motos da época, logicamente foi modernizado com a iluminação por LED, assim como na pequena lanterna traseira embutida sob o banco e seus piscas. 

O painel com dois mostradores analógicos redondos também vem do passado, mas as informações digitais ao centro trazem as informações de praxe de hoje em dia, ele é elegante e bastante funcional.

As tampas laterais e o banco quase reto que termina quase sobre a lanterna finalizam a bela composição visual que se somam às cores cinza e verde metálicos para selar o vínculo e manter viva na mente as Z de cinquenta anos atrás.

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Ergonomia da Kawasaki Z650RS

A posição de pilotagem é bem diferente da Z650, o guidão é mais alto, mais largo e mantém o corpo mais ereto, a uma distância bem confortável para pilotar o quanto você quiser tanto no trânsito urbano como na estrada.

A posição das pernas não é muito recuada e dá bom apoio na pilotagem. O Banco, apesar ser flat e dar a impressão de carecer de espuma é mais macio do que na naked e a posição mais neutra oferece um nível de conforto bem maior.

A altura do banco de 820 mm não é exagerada e o banco reto facilita na hora de montar na moto, pois não é preciso abrir o compasso das pernas.

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Mecânica

A base mecânica é a mesma da Z650. O coração que pulsa sob o tanque é o mesmo utilizado também na Versys e Vulcan 650, além da Naked.

Dois cilindros em linha com 68 cv de potência e 6,5 kgf.m de torque. Esse motor é bastante amigável e permite rodar suavemente sem solavancos no trânsito urbano, suas respostas são mais enérgicas a partir das 3.000 rpm, mas se você quiser pode andar confortavelmente com poucas trocas de marcha aproveitando o bom torque.

Eu não lembrava se a eletrônica contemplava controle de tração, foi só dar uma arrancada no pedrisco para confirmar que não, portanto na chuva é bom ter cuidado com o punho direito.

Esse motor tem baixo nível de vibração. Ela só aparece tímida quando você exige mais do motor com rotações mais elevadas, acima de 6.000 rpm. Nesse sentido, você vai sentir um pouco a pulsação nas pedaleiras, mesmo assim não incomodam.

O câmbio é digno de elogio. Macio com engates são precisos, a embreagem assistida e deslizante ajuda no conforto com a leveza no acionamento da manete. Em caso de reduções mais bruscas, se você gosta de esportividade ou tem perfil mais agressivo na tocada, vai evitar o bloqueio da roda traseira pelo torque vindo câmbio nessa situação.

Ciclística

Na parte ciclística a Kawasaki manteve o chassi tubular da Z650. Entretanto, teve que redesenhar o subchassi para que este tivesse o perfil mais baixo que o da Naked Z e suportar o banco reto do tipo flat. Isso também para seguir o design na mesma linha do tanque, que é baixo e bem compacto.

A suspensão dianteira também é do tipo convencional com tubos de 41 mm de diâmetro sem regulagens. Atrás tem o monoamortecedor, que trabalha quase na horizontal é ancorado à balança por links, nele sim há regulagem, mas somente de pré-carga da mola.

O curso das suspensões é igual aos da Z650 (125 mm na dianteira e 130 mm atrás). O comportamento das suspensões me agradou bastante na cidade onde o pavimento geralmente é ruim, embora em algumas situações possam parecer um pouco ásperas. Elas absorveram com bastante tranquilidade os solavancos apesar da simplicidade de sua configuração.

Ninguém deve esperar da Kawasaki Z650RS um comportamento esportivo, mas dentro de sua simplicidade ela tem desempenho muito fluido.

Na cidade é fácil de ser levada e seu bom ângulo de esterço permite ziguezaguear com facilidade entre os carros. Dessa forma, a leveza de seus 187 quilos é outra virtude facilmente percebida. Seja para manobras com a moto parada ou com ela em movimento no trânsito urbano. Ou ainda para contornar curvas na estrada, ela topa e percorre com louvor os trechos mais sinuosos, mas sempre dentro de sua proposta mais pacata.

Kawasaki Z650RS: Pegada nas frenagens

O sistema de freio da RS só difere no formato dos discos, nesta neoclássica eles não têm o formato “wave” como na Naked moderna.

Os dois discos de 300 mm são mordidos por pinças axiais de dois pistões e tem pegada inicial instantânea e potência de sobra. Gostei muito de seu funcionamento, as frenagens transmitem segurança e tem excelente tato no acionamento.

O sistema ABS nas duas rodas também não é exageradamente intrusivo, permitindo frenagens fortes com a moto bem aprumada. No acionamento de emergência o ABS da roda traseira pode entrar em ação um pouco antes do ideal, mas no geral não atrapalha.

O preço sugerido da Z650RS é de R$ 49.530 mais o frete. Não é pouco dinheiro e seria fácil colocar outras opções de compra na mesma faixa de preço. Porém temos que deixá-la competir somente com as clássicas, embora seja mais cara que a Royal Enfield Interceptor, que parte de R$ 27.990 e é um pouco mais barata que a Tirumph T100, por exemplo que tem preço sugerido de R$ 56.490, mas também é um pouco mais equipada.

De todo modo, a Z650RS é uma boa opção para quem gosta do estilo clássico, vale um test ride.

  • Kawasaki Z 650 RS 2023
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