A Kawasaki Versys 1000 foi lançada em 2010 para atender os fãs atentos na nova categoria crossover que não encontravam uma opção no mercado motociclístico.
No Brasil, a Kawasaki Versys 1000 chegou em 2012 e desde então encantou aos motociclistas que procuram uma motocicleta capaz de enfrentar grandes jornadas proporcionando o máximo em conforto e tecnologia para suas viagens.
Para isso, a Casa de Akashi aproveitou o motor de quatro cilindros em linha de sua poderosa naked Z 1000, readequando suas características de entrega de potência e torque, e utilizando um chassi de dupla trave de alumínio com qualidades de uma Bigtrail idealizando uma moto confortável e equilibrada para enfrentar longas distâncias.
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Desde seu lançamento em 2010, a Kawasaki Versys 1000 só teve duas atualizações, em 2012, cuja versão foi a que veio para o Brasil, e em 2015, onde as mudanças mecânicas não foram muito significativas, sendo o design o que mais mudou.
Em 2018 a Kawasaki coloca à disposição dos viciados em moto e estrada, duas versões da Versys 1000, uma mais simples e mais barata e a outra topo de linha, repleta de tecnologia e consequentemente mais cara, e esta versão topo de linha chamada Gran Tourer é a grande protagonista deste teste, com a qual passei uma semana desfrutando de passeios pela cidade e pelas estradas.
Com a Versys 1000, a Kawasaki entra definitivamente no seleto grupo das motocicletas tecnologicamente mais avançadas, concorrendo com motos de estirpe como as BMW R 1250 GS S 1000XR, Triumph Tiger 1200 e Ducati Multistrada V4, estas as motocicletas mais equipadas do segmento, com itens tecnológicos superavançados de última geração.
Falsa impressão
Olhando a Versys 1000, a primeira impressão que se tem é de uma moto alta e grandalhona, mas ao montar você confirma logo de cara que não é nem uma coisa nem outra. O banco está a apenas 820 mm do chão, e apoiar os pés não é tarefa para gigantes, nem fator de estresse.
O banco é macio e muito muito confortável, tanto para o piloto como para a garupa. A ergonomia condiz com a proposta de rodar muitos quilômetros com extremo conforto, com as pedaleiras pouco recuadas e o guidão em ótima posição tanto na altura como na distância até o piloto.
Tecnologia e dinâmica
Uma poderosa central inercial de seis eixos (IMU) permite controlar parâmetros do motor, reações e movimentos do chassi, suspensões e rodas, informando a ECU da moto para comandar os diversos dispositivos de segurança, como o KCMF Kawasaki Cornering Management Function, que é responsável por controlar e modular a potência dos freios e a potência do motor, interagindo com o sistema eletrônico da suspensão KECS Kawasaki Eletronic Control Suspension e o ABS KIBS Kawasaki Intelligent anti-lock Brake System, para corrigir trajetórias ou diminuir riscos em situações de pouca aderência ou sustos ao frear com a moto inclinada.
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Em cada um dos quatro modos de pilotagem da Versys 1000 os parâmetros de motor combinam com as suspensões e demais controles, se autoajustando de acordo com eles. O modo Rider permite customizar e desligar alguns dos controles. O painel mescla um conta-giros analógico com um visor TFT completo com todas as informações dos parâmetros selecionados, bem como as informações de bordo.
Quatro em linha de responsa
O motor de quatro cilindros em linha ficou mais suave na entrega de potência e torque, graças a um comando eletrônico de válvulas que ajuda na suavidade das respostas ao acionar o acelerador eletrônico.
Na prática, os quatro cilindros oferecem suavidade para rodar tranquilamente em baixa velocidade independentemente da marcha engatada, sem solavancos nem vibração, mas, ao afundar a mão no acelerador e começar a subir as marchas no pedal do câmbio para aproveitar a velocidade nas trocas graças à assistência do quickshift, você vai se sentir em uma moto com caráter esportivo, vibrante e, sem perceber, estará sorrindo dentro do capacete.
É fácil se empolgar ao ouvir o rosnar da admissão que agora conta com corpos de borboleta em posição quase vertical, ajudando a alimentar de forma mais direta e eficiente os quatro canecos.
Ação e reação
A Versys 1000 GT é capaz de proporcionar uma viagem muito prazerosa e contemplativa, mas também pode lhe oferecer doses extras de adrenalina, contornando curvas com muita estabilidade e segurança, fundamentais para agradar todo tipo de motociclistas.
Em diversos momentos exagerei um pouco mais para sentir os controles e é bastante perceptível o refinamento e a suavidade no funcionamento do controle de tração e do ABS. As suspensões funcionam bem e exigem o acerto correto, seja pelo modo de pilotagem ou pelos ajustes à parte, pois no modo Sport, por exemplo, elas enrijecem demais para o rolé na cidade.
O sistema de freio conta com pinças radiais de quatro pistões que mordem discos de 310 mm de diâmetro na dianteira, têm pegada forte e oferecem bom tato inicial, transmitindo confiança e segurança nas frenagens sem intromissão exagerada do ABS. O disco traseiro de 250 mm e pinça de pistão único participam com mérito na operação de frenagem e equilíbrio do conjunto na tocada mais radical.
A Kawasaki Versys 1000 GT vem repleta de equipamentos de conforto como piloto automático, câmbio com quick-shift bidirecional, painel em TFT, iluminação em LED, faróis auxiliares de curva com quatro lâmpadas vão acendendo conforme você inclina a moto, aquecedor de manoplas, protetores de mãos, slider no eixo da roda dianteira e no chassi, para-brisa ajustável manualmente, cavalete central muito fácil de erguer e uma pintura diferenciada no tanque de combustível, que, segundo a fábrica, é capaz de “cicatrizar” pequenos arranhões e marcas de uso.
Sem dúvida a Kawasaki colocou a Versys 1000 em outro patamar de tecnologia e agora pode-se dizer que é a moto mais bem equipada da categoria e com um excelente preço. A versão de entrada custa R$ 73.000 e também vem equipada com quick-shift bidirecional e com os modos de pilotagem, e esta versão GT que conta com onze acessórios exclusivos custa R$ 94.000.
A Versys 1000 GT tem um preço imbatível e tem tanta eletrônica e tecnologia quanto as concorrentes, por isso tem tudo para ser um sucesso e agradar um número enorme de motociclistas que curtem viajar e enfrentar longas jornadas, mas que não fazem questão de rodar no fora de estrada.
Na minha opinião a Kawasaki Versys 1000 é uma das motocicletas mais confortáveis que existe. E você, acha qual motocicleta a mais confortável para encarar longas viagens? Deixe seus comentários.