Para você que é fã das médias cilindradas, tem comparativo entre duas interessantes expoentes do segmento: Kawasaki Z650 e Yamaha MT-07. Quem será que leva a melhor nessa disputa? Continue com a gente e veja o resultado!
Texto: Pepe Burgaleta
Fotos: Jaime Olivares
Colaboração: Marcos Abelenda, Manolo García Villaseñor e Rodolfo Martínez
Edição: Guilherme Derrico
O segmento médio naked é um dos mais interessantes do mercado. São modelos capazes de combinar a força e um equilíbrio para que os condutores com menos experiência possam manter a sua moto durante anos bem conservada.
Já se passaram anos desde que a Yamaha alcançou grande sucesso com a chegada MT-07. Quando a máquina apareceu no mercado em 2015, foi um avanço na categoria com seu novo motor virabrequim de 270 graus e desempenho superior aos seus rivais.
Desde então, surgiram novos concorrentes, mas não com as mesmas características básicas do segmento: motores de dois cilindros, cerca de 70 cv de potência, menos de 200 kg e um preço até que acessível. E a Kawasaki Z650 é uma grande prova de que uma marca acaba puxando a outra, e ela certamente oferece várias características interessantes. Acompanhe o que as duas podem lhe oferecer.
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Kawasaki Z650: os anos passam, mas ela continua encantando
A Kawasaki Z650 se comporta muito bem. Ela é uma moto ágil que parece pequena, devido à sua posição de condução, principalmente no que diz respeito à altura do tanque de combustível.
O painel oferece todas as informações necessárias combinadas com uma visualização semelhante à de suas irmãs mais velhas. Possui suspensões com pouca regulagem, sendo necessário trabalhar com as mesmas configurações em qualquer situação.
Um ponto positivo é o conforto, que não fica muito comprometido em situações mais desgastantes. Se você a tocar com certa delicadeza, sem surpresas, ela não reclama em nada.
Além disso, os freios, embora sejam potentes, não são repentinos, e o garfo colapsa durante a frenagem em raras ocasiões. A traseira é mais fácil de causar problemas, mas sempre falamos em ir além do seu compromisso natural.
De qualquer forma, já é perceptível que os anos se passaram para ela. Porém, na cidade e em ritmo médio, sem precisar apertar o motor, a moto oferece a suavidade adequada.
Yamaha MT-07: a força bruta dos 3 diapasões
A Yamaha deu o tiro certo no mercado ao lançar sua MT-07 em 2015. Naquela época, a Kawasaki e a Suzuki eram suas rivais no mercado. Mas a Yamaha tinha um motor mais equipado, a novidade do seu calado de 270 graus, uma dinâmica marcante e também um preço de lançamento atrativo deram o tom que esta motocicleta seguiria.
O resultado foi o esperado, e o bicilíndrico tornou-se uma referência da categoria e, com o tempo, a mãe de uma família inteira com a XSR ou a Ténéré, partindo da mesma base. Este ano, a MT-07 não recebeu nenhuma modificação além de um novo painel de instrumentos digital colorido, e como no caso da Kawasaki, um aumento de preço ocorreu.
O tempo pode ter passado, mas ele não parece ter afetado muito a Yamaha, que mantém com suas virtudes chamando a atenção. A sua estética, enquadrada ao que chamam de “Dark Side of Japan” continua impressionando, e a sua estrutura, um pouco diferente das restantes, diferencia no exterior e no seu comportamento.
A sincronização do virabrequim em 270° já se tornou comum entre os dois motores de cilindros paralelos, mas ainda mantém uma pulsação e um som que nesta moto parece acentuado.
Seu desempenho sempre foi um dos pontos fortes, com uma potência que até 6.000 rpm é perfeitamente comparável à da Kawasaki e uma curva de torque praticamente plana de 4.000 rpm a 7.000 rpm, que proporciona uma resposta imediata, à qual é adicionada uma peça final que mantém a potência estável por mais de 2.000 rpm. Além disso, seu motor é o que dá a sensação mais viva ao abrir o acelerador.
A MT-07 uma motocicleta curta em que você fica um pouco mais alto e com as mãos relativamente baixas, e também é bem leve, embora com pouca diferença da Z650. Talvez pela sua distribuição de peso, ela se move sem esforço, e o curso extra de suas suspensões não afeta a transferência de carga durante a frenagem e a aceleração, mas proporciona um pouco mais de conforto em uma motocicleta que conseguiu aliar a estética pessoal com bons atributos.
Conclusão
A Kawasaki Z650 brinca com a sua imagem, um funcionamento bem interessante, embora com um motor de menor desempenho, e um preço compatível com seus rivais, como a própria Yamaha MT-07.
Aliás, a moto da Yamaha ainda é a mesma que tem sido referência na categoria nos últimos anos, o que não quer dizer muita coisa, pois aí entra a preferência de cada piloto sobre as características de cada uma, paixão pela marca, e muito mais.
Até o próximo comparativo!