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Testes

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 06/01/2022
  • Por: Ismael Baubeta

A nova Honda CBR 1000RR-R é uma moto excelente e impressiona tanto com seu poderoso motor de 216,2 cv, quanto com o equilíbrio e leveza de seu conjunto de aproximados 215 quilos em ordem de marcha.

O lançamento da Honda CBR 1000RR-R para a imprensa aconteceu em novembro no autódromo Capuava, no interior de São Paulo, mas eu estava infectado pelo vírus da Covid-19 e não pude comparecer. Por isso quando o Alfredo Guedes me convidou para testá-la em Interlagos quase o beijei.

O teste aconteceu em dezembro no evento do SuperBike Brasil, em uma janela de aproximadamente 15 minutos, na qual eu deveria avaliar, fotografar e filmar a nova CBR 1000RR-R, o tempo era apertado, mas nem me abalei, afinal acelerar uma moto como essa é um privilégio para poucos.

Saindo para a pista

As primeiras duas voltas andei muito devagar a fim de fotografar a moto com o câmera-car, afinal o material da CBR 1000RR-R também teria que estar à altura da moto. Mesmo andando devagar percebi a docilidade com a qual a nova CBR é capaz de ser conduzida, sem vibrações nem ruídos, apenas o som da ponteira, ainda suave por conta do giro baixo.

Abrindo volta

Implorei para o fotógrafo e o cinegrafista acelerarem com o serviço de imagem para eu iniciar as voltas mais rápidas, nas quais o Rafa Paschoalin me guiaria. Eu ainda tinha que aquecer os pneus, por isso minha primeira volta também foi bem contida.

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

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Deixamos a moto com uma configuração eletrônica de potência máxima e os demais controles bem permissivos, assim poderia sentir tanto as derrapagens nas saídas de curva, como as empinadas nas acelerações, o quickshifter também estava ajustado no modo mais rápido e sensível e o freio-motor mais suave.

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

Depois da primeira passagem pela reta dos boxes já estávamos acelerando mais forte, claro o Rafa só controlando a distância e me conduzindo. Na placa de 200 metros já aciono os freios e começo a reduzir marchas, de sexta para segunda, só com a utilização do pedal de câmbio, o resto do trabalho foi feito pelo quickshifter, de forma tão suave que me pareceu estar muito devagar, mas não estava, embora para o Rafa eu devesse estar.

Subindo marchas

Inicio o movimento do corpo no espaçoso cockpit para inclinar a moto na primeira perna do S do Senna e a leveza e facilidade com que coloco a CBR 1000RR-R na trajetória é quase que a de uma 600 cmᵌ, segundo a Honda a nova configuração do chassi e balança, mais leves, e o novo motor com virabrequim contrarrotativo ajudam na agilidade.

Jogo o corpo pra o outro lado da moto para fazer a segunda perna do S e, quase simultaneamente já preparo a entrada da curva do Sol, ainda em segunda marcha, acelerando até a zebra de fora e sentindo a traseira desliza suavemente, quando toco no pedal de câmbio e engato terceira, sinto um pequeno “corte” para fazer a roda descer, engato quarta e depois quinta, como acelera essa CBR!

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

Quando avisto a casinha de controle e inicio a frenagem e redução para a Descida do Lago, mais uma vez, sem buscar limite nem baixar tempo, com bastante folga, afinal não posso nem pensar em estragar esta belezura. Entro com o joelho quase sobre a primeira zebra da direita, quando começo a reacelerar com vontade, deixo a moto deslizar até a zebra de fora para fazer a tomada da segunda perna da descida, que delícia o empurrão. O Rafa olha para trás, acho que não esperava me ver alí tão perto e aperta mais um pouco o ritmo.

Realmente a eletrônica da CBR 1000RR-R está muito apurada e não sinto chacoalhos desagradáveis, nem nas frenagens, nem escorregões assustadores nas reacelerações, mesmo com a moto bastante inclinada, isso transmite muita segurança.

A “conversa” entre os sensores e a IMU de seis eixos acontece calmamente e tudo vai acontecendo, a maioria das vezes, sem você perceber, esse é o lance!

Me aproximo do aclive do Laranjinha, reduzo de quarta para segunda com facilidade e a moto no trilho, reacelero sentindo a traseira deslizar amigavelmente, até frear e entrar no S do Pinheirinho, uma curva que sempre presto muita atenção para não perder a linha boa e sacrificar a seguinte à esquerda, a do Pinheirinho. Duas curvas de baixa com desnível entre elas, mas muito prazerosas de se fazer.

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

Assim que começo a levantar a moto no final do Pinheirinho para reacelerar em direção à curva do Bico de Pato sinto o urro do motor através do escape, aí me lembro da válvula que se abre internamente para deixar os gases com o fluxo livre como nas motos de competição.

Freada forte para contornar o Bico de Pato e novamente gás, em direção ao Mergulho, que é muito rápido também e exige concentração, porque lá no final dele tem a curva da Junção e é preciso frear forte mais uma vez, para seguir em direção à curva mais desafiadora do circuito e que separa os homens dos meninos, a curva do Café.

Volta a volta vou sentindo que dá para ir mais rápido, mas também é preciso prudência, ali nada pode dar errado. Eu não fiquei olhando para o painel para ver a velocidade que contornei a curva do Café, mas não é preciso, a sensação de velocidade é real e só não é maior porque a moto segue pregada ao chão mesmo inclinada, passando marchas e ganhando velocidade vertiginosamente.

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

Cruzo pela última vez a linha de chegada, claro, com gostinho de que foi pouco, mas extremamente satisfeito e feliz. Essa foi mais uma experiência sensacional que a minha profissão é capaz de proporcionar.

A Honda se empenhou muito para criar uma moto muito melhor que a antecessora e conseguiu, não foi à toa que o departamento de competições da marca, HRC, foi responsável por boa parte das novidades – que você pode conferir clicando aqui.

A nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade é impecável!

Até o próximo teste!

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