A Prefeitura de São Paulo registrou mais de 11 mil ocorrências envolvendo motocicletas com placas adulteradas nos últimos dois meses. O caso mais frequente é o da placa BRA 49CC, responsável por mais de 9 mil registros no período.
Em um flagrante, ela apareceu em motos diferentes no mesmo dia e horário, circulando simultaneamente nas imediações do shopping Morumbi, na zona sul, e em Santana, na zona norte. Conforme apurado pelo portal Metrópolis junto à Prefeitura de São Paulo, as motos destas ocorrências não eram cinquentinhas, e sim modelos de maior cilindrada.

Para conter a prática, a administração municipal pediu ao Ministério dos Transportes a retomada do lacre metálico nas placas de motocicletas. O dispositivo, que fixa a placa ao veículo, garante autenticidade e dificulta substituições ilegais. Atualmente, placas genéricas como a BRA 49CC podem ser compradas pela internet por valores entre R$ 20 e R$ 30.

Um dos casos mais emblemáticos do uso desse tipo de placa foi o assassinato do ciclista Vítor Medrado, em fevereiro de 2025, próximo ao Parque do Povo. Criminosos usaram uma moto com placa falsa e foram identificados graças às câmeras do sistema Smart Sampa, segundo a Prefeitura.
Ações contra o uso de placa adulterada em motos e outros veículos
Entre as ações de combate, São Paulo iniciou a instalação de câmeras de monitoramento em motos da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana. Os equipamentos, contudo, fazem a leitura automática das placas, enviam os dados a uma central e cruzam as informações com um banco de dados. Por fim, se houver irregularidade, um alerta é emitido para que os policiais realizem a abordagem.

Nesse sentido, o prefeito Ricardo Nunes destacou que a iniciativa é inédita no mundo. “Não existe situação em que motos da Polícia Militar ou Municipal tenham câmeras com tecnologia de leitura de placas, registrando roubo, furto ou adulteração”, disse. Para ele, a medida será um divisor de águas na segurança pública: “Os policiais farão a ronda e, caso identifiquem um veículo irregular, farão a abordagem imediata, tirando criminosos das ruas. Placas falsas costumam estar ligadas a diversas infrações de trânsito, o que aumenta o risco de acidentes.”