A coluna Visão da Indústria deste mês está no ar e toca num assunto bastante relevante. A conhecida “boca das motos”, situada na região onde fica a cracolândia, em São Paulo, tem passado por momentos difíceis. A tradicional rua das motos, ponto de comércio de motopeças e acessórios tem visto a clientela diminuir dia após dia.
A violência e o tráfico de drogas são um problema recorrente e sempre fizeram parte do cotidiano da região. Mas moradores e comerciantes têm relatado que a sensação de insegurança vem se agravando continuamente.
Com a dispersão dos dependentes químicos, e com muitos vagando em frente ao comércio e com os constantes furtos, os comerciantes têm sido obrigados a baixar suas portas, durante o dia, em pleno horário de funcionamento.
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A maioria dos comerciantes da rua das motos está estabelecida lá há décadas e enfrentou muitas situações e adversidades, entre elas a pandemia de Covid-19, crises econômicas e a constante degradação e abandono do centro de São Paulo.
Um ambiente extremamente favorável à situação que encontramos hoje. A falta de atuação do poder público de maneira efetiva e permanente fez com que o problema se agravasse rapidamente, fugindo do controle e sem uma perspectiva de ser solucionado a curto prazo.
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Local pede socorro
O Shopping Moto e Aventura que fica no entorno da rua das motos e que é considerado o templo do motociclismo, pois ali se concentram um grande número de lojas de motopeças e acessórios, tem visto a clientela fugir após o surgimento da cracolândia na sua porta. As vendas despencaram e muitos lojistas fecharam o negócio.
Os clientes têm medo de chegar em um cenário de insegurança, cheio de lixo nas ruas, risco de roubos e furtos entre outras situações desagradáveis. Até os funcionários estão com medo de trabalhar por conta do risco.
Apesar dos esforços das polícias Civil, Militar e GCM, é preciso uma ação conjunta, coordenada, onde se estabeleça uma força-tarefa para que essa terrível epidemia de uso drogas seja contida de forma efetiva.
Não é possível que o estado permita que centenas de comerciantes e trabalhadores da região padeçam, fechando suas dependências, que geram empregos e o sustento de centenas de famílias, sem falar na geração de impostos para o Estado. Providências urgentes precisam e devem ser tomadas, em nome da dignidade.
Orlando Cesar Leone é Presidente da ANFAMOTO – Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças
**A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista.
