Sempre que um piloto do Mundial de Motovelocidade vai correr com a sua motocicleta pela primeira vez, ele passa um bom tempo com os seus mecânicos regulando os comandos da motocicleta para adaptá-la ao seu biotipo.
Você também pode (e deve) fazer isso com a sua moto. Comece pelos manetes, quando possível, não somente na distância, mas principalmente na altura. Muita gente pilota forçando o punho sem perceber, e, por não ter se atentado a esse detalhe, inevitavelmente sofrerá com dores em pouco tempo.
Basta uma simples ferramenta e alguns minutos para regular a posição do manete e acabar com esse problema. Em algumas motos é possível regular a altura dos manetes de acordo com o tamanho de suas mãos e dedos.
Isso também acontece com os pedais de câmbio e do freio traseiro, em particular o último que, se utilizado fora da posição normal (permitindo que o pé direito do motociclista encontre o pedal de forma rápida e natural), pode prejudicar a velocidade de reação e a sensibilidade do piloto com o pedal, podendo fazer a roda traseira bloquear facilmente e perder a estabilidade da moto no caso de uma frenagem de emergência, além de forçar o tornozelo. As suspensões da motocicleta devem estar adaptadas ao peso do piloto.
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A pré-carga da mola do amortecedor traseiro, geralmente presente, e muitas vezes na suspensão dianteira, serve para controlar quanto as suspensões vão afundar quando montamos na moto. Elas não devem afundar mais que poucos centímetros, nem ficar sem afundar, mesmo que o piloto seja leve. As- sim você deve amolecer ou endurecer a pré-carga de acordo com o que foi observado. Quando você for carregar mais peso na motocicleta (bagagens, garupa ou ambos), é muito importante ajustar a regulagem novamente para não prejudicar o comportamento da moto, nem perder muita distância livre em relação ao solo.
Sim à Motocicleta: segurança é tudo
Você já deve ter ouvido falar de segurança ativa e segurança passiva. A primeira é aquela que evita acidentes, como os freios ABS, controle de tração e outras tecnologias embarcadas nas motos. A segunda é aquela que, quando o acidente é inevitável ou está acontecendo, minimiza suas consequências. Nesse caso, estamos usando como exemplos o cinto de segurança e o airbag de um automóvel. Na moto, não temos nem cinto de segurança nem airbag, portanto a nossa única segurança passiva é a que o nosso equipamento de segurança oferece, ou seja: capacete, jaqueta, luvas, calça, botas etc.
Mas é importante saber que, além de proteção, se sofremos um acidente o equipamento terá também a função de segurança ativa. Cores chamativas, por exemplo, permitem que os outros nos vejam de longe, evitando colisões. Conforto é outro elemento de segurança ativa. Estar bem aquecido no inverno evita que o piloto se desconcentre, permanecendo mais atento ao trânsito e à pilotagem. Por isso, você já sabe: não deixe um centímetro de pele descoberto mesmo que você acredite que não vai cair, porque isso ninguém realmente pode afirmar.
Sem surpresas com falhas mecânicas
As estatísticas de acidentes mostram que a falha mecânica é uma minoria, mas isso apenas quando se tratam de motos novas. Quase sempre que uma falha mecânica causa um acidente é por problemas nos pneus, seja por estarem murchos ou em mau estado. Não calibrar os pneus da moto é um erro brutal. Com apenas cinco libras a menos no pneu dianteiro, por exemplo, na primeira curva em que se apoie a frente da moto com um pouco mais de ímpeto, provavelmente você irá cair.
Não tente alongar a vida útil do pneu, que é a coisa mais importante da motocicleta, nem economizar na hora da compra. Talvez valha mais a pena comprar uma moto menos esportiva e que ofereça mais durabilidade, do que adquirir uma e ter que conviver com pneus gastos em pouco tempo.
Outros componentes da moto também têm grande valor para a nossa segurança: os freios, por exemplo, são cruciais. Se a sua motocicleta freia mal, se você não se sente confortável quando deve frear forte, pense em aprimorar o sistema para que se torne mais confiável. Pastilhas e fluido de freio melhores e mangueiras do tipo aeroquipe podem mudar totalmente sua confiança no sistema de freio. É um investimento tão bom quanto adquirir pneus de qualidade e assim você terá um aumento considerável na segurança.
Outro fator primordial: as suspensões são responsáveis por garantir um bom contato dos pneus com o asfalto, portanto também são importantes para a segurança. Não se esqueça do óleo das bengalas e cuidado com os rolamentos da direção, responsáveis por uma boa estabilidade em velocidades elevadas.
Fique ligado nestas dicas e diga Sim à Motocicleta!
CALIBRAR OS PNEUS: Deve-se verificar a calibragem dos pneus com frequência (uma vez por semana, no máximo, a cada 15 dias), ou antes de uma saída importante (viagem). Lembre-se de fazer a calibragem com os pneus frios. Se o manômetro não é confiável, é preferível deixar o pneu mais cheio do que murcho.
PRÉ-CARGA: Tanto motos esportivas como um simples scooter têm esse sistema na suspensão traseira. Regule-a de acordo com a carga que for levar (seu peso, passageiro, bagagens), para evitar o mau funcionamento das suspensões, como ficar muito mole ou que afunde demais.
FREIOS: Parece óbvio que sem freios temos pouca segurança na condução, mesmo assim, muitos utilizam as pastilhas de freio muito além da sua vida útil, arranhando o disco e sobreaquecendo o fluido de freio. Verifique-as e, se for necessário, substitua-as por outras de marcas confiáveis.
ÓLEO: Perdemos poucos segundos para verificar o óleo e, dessa forma, evitamos que o motor fique seco e trave. Nos scooter, isso é ainda mais importante, porque o seu cárter geralmente contém menos óleo.
PEDAIS: Da mesma forma que os manetes, pedais de freio e de embreagem não vêm personalizados de fábrica. Por isso verifique se a postura está confortável e se você não está apoiando nele com a ponta da bota, o que pode desgastar as pastilhas do freio traseiro ou ainda dificultar a mudança de marcha.
MANETES: Sente-se sobre a moto e, na sua posição normal de pilotagem, estique os braços e os dedos por cima dos manetes: eles devem ficar na linha dos antebraços na sua posição natural de pilotagem, de forma que seja somente necessário dobrar os dedos para acionar o manete, sem mexer o pulso. As motos não são feitas nas medidas de todos e é normal que os manetes venham um pouco mais altos ou baixos, forçando o pulso. Isso se resolve em um minuto: com uma simples ferramenta (depende do parafuso) você deverá afrouxar o encaixe do manete no guidão (ou do reservatório de fluido de freio), gire suavemente e posicione o manete na posição certa. Pronto, agora basta apertar novamente o parafuso de encaixe.