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Ducati: quatro lançamentos em 2024, diz Daniel Paixão, CEO no Brasil

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 06/12/2023
  • Atualizado: 22/12/2023 às 9:52
  • Por: Isabel Reis

O Brasil representa o 10º país do mundo com os melhores resultados para a Ducati. Considerando que ela só atua em segmentos premium, essa é uma informação surpreendente para este país de contrastes.

Daniel Paixão é o CEO da Ducati Brasil e participou desta entrevista para dizer que a marca irá crescer ainda mais por aqui. Para o próximo ano estão previstos quatro lançamentos para os segmentos de turismo, bigtrail, custom e competição. E também para 2024, na Itália, a Ducati estréia em competições de motocross.

Será um ano de aprendizagem, por isso, segundo Daniel Paixão, a Ducati apenas disputará o campeonato italiano, mas a ideia é entrar forte também nesse mercado no Brasil nos próximos anos. Veja a entrevista em vídeo e também a reprodução do texto, abaixo.

A Ducati está diretamente atuando em quantos países do mundo?

Daniel Paixão – Atua em 90 países no mundo inteiro, tem 14 filiais espalhadas pelo mundo e o Brasil é uma delas. Neste momento temos cerca de 821 concessionários Ducati no mundo todo. Atuamos na América do Norte e em toda a Ásia, que é uma parte muito importante. E a única filial na América Latina ou América do Sul era o Brasil, e agora surgiu o México.

Daniel Paixão é o CEO da Ducati Brasil. O executivo é português e veio promover um crescimento expressivo (Foto: Divulgação)

Quais são os principais mercados para a marca? E como fica o Brasil nesse ranking?

Daniel Paixão – Como países com maior volume temos a Itália e a América do Norte. Como área geográfica há a Europa, Asia (Pacífico) e Austrália. O Brasil está entre os dez primeiros mercados mundiais da marca. Ele ainda não está da forma como gostaríamos, mas vai se tornar um mercado bem mais expressivo. Estamos trabalhando para isso.

Como estão os planos da Ducati para 2024? Vem novidades por aí?

Daniel Paixão – Vamos ter novidades muito interessantes para o mercado brasileiro. Se tudo correr bem teremos quatro lançamentos no próximo ano. Será nos segmentos de turismo, bigtrail, custom e também no de competição.

Destaque nas competições internacionais, que funcionam para o desenvolvimento de tecnologia e performance (Foto: Divulgação)

Você vê alguma possibilidade de a Ducati entrar no segmento de motos de entrada, com modelos de menor cilindrada?

Daniel Paixão – Hoje não há nenhum projeto a respeito disso. Como a Ducati é uma marca de alta performance em todas as áreas, está focada no mercado acima de 500 cc. Uma marca deixa de ser premium quando tem um volume enorme de vendas, perde a exclusividade. Isso ocorreu com várias outras marcas. Dou dar um exemplo do setor de automóveis, com a marca Lamborghini, que é do mesmo grupo que a Ducati. A Lamborghini tinha 3.000 carros por ano de volume e agora está em 8.000 unidades. Mas não vai passar desse volume para manter a exclusividade. A Ducati está no mesmo nível. Os fãs da marca já sabem que tudo o que eles anseiam está acima de 800 cc.

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A marca Ducati é do grupo Volkswagen e atua no mesmo segmento premium, de exclusividade, da Lamborghini (Foto: Divulgação)

Este foi mais um ano de sucesso nas pistas, com a Ducati levantando os títulos das principais categorias da motovelocidade mundial (MotoGP e WorldSBK). Esse sucesso se reflete nas vendas dos produtos mundo afora?

Daniel Paixão – Fomos bicampeões este ano. Terminaram três Ducati em primeiro, segundo e terceiro lugares. De novo a Ducati conseguiu ganhar todos os prêmios que as pessoas anseiam ter. Isso sem dúvida contribui para a imagem da Ducati, como a marca que faz as motos mais tecnológicas e de maior performance. Todo esse DNA das pistas é passado para o restante dos modelos. Esses resultados positivos das competições trazem ainda mais confiança para a marca no mundo todo e ajudam a vender mais motos.

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E no Brasil o sucesso nas pistas também impacta nos resultados da Ducati?

Daniel Paixão – Sim, inclusive no Brasil. O nosso público sabe que uma esportiva top é a Ducati Panigale. Foi apresentada recentemente lá fora uma série especial 916 preta, com 500 unidades, que foram todas vendidas em dois dias, inclusive para o Brasil.  

A Ducati também é uma marca forte no segmento de motos para turismo, com tecnologias que auxiliam muito na pilotagem (Foto: Divulgação)

O ano de 2023 foi o primeiro com a Ducati como fornecedora única de motos para a MotoE, classe de motos elétricas do Mundial de Motovelocidade. E como isso ajuda no desenvolvimento das motos elétricas da marca?

Daniel Paixão – A moto elétrica é um projeto que eu defendo muito, por várias razões. O modelo elétrico desenvolveu muito quando a Ducati decidiu ser a fornecedora das 18 motos do MotoE, com um avanço enorme especialmente no quesito das baterias. Uma moto não tem espaço para colocar uma bateria grande. Uma moto do MotoE pesa cerca de 210 kg, enquanto uma moto da MotoGP pesa em torno de 150 kg, então essa diferença de apenas 60 kg eu vejo como muito positiva em termos de tecnologia. Um modelo do MotoE consegue fazer 10 ou 12 voltas dentro do circuito, com resultados muito próximos do Superbike. Vejo a MotoE como um campeonato paralelo que ajuda na tecnologia para o futuro, seja em motos à combustão ou elétricas. Para o próximo ano devemos manter essa experiência, que é um laboratório em pista.

Este ano foi anunciada a estreia da Ducati no motocross, com uma moto dedicada ao campeonato italiano da modalidade a partir de 2024. Como o fã da Ducati enxerga esse novo capítulo?

Daniel Paixão – Acho um passo muito grande para a marca entrar no mundo do motocross. Apesar de toda a nossa experiência no mundo das competições, devemos entrar com muito cuidado, com os pés no chão. Vai começar no campeonato italiano, por uma questão de desenvolvimento. O motor é de 450 cc, que é o exigido para participar de um campeonato de motocross. Está tudo sendo desenvolvido do zero. O truque para se sair bem é tentar reduzir o peso ao máximo, utilizar materiais novos, mas eu tenho muita fé e aposto muito na entrada da Ducati no motocross e outros campeonatos que possam vir, como off road e enduro. Ainda não deve chegar no próximo ano ao mercado brasileiro, mas o Brasil sem dúvida será candidato a um volume significativo desses modelos.

Ducati Corse: sucesso no mundial de motovelocidade MotoGP – Foto divulgação

Para finalizar, o que você gostaria de falar para o leitor da MOTOCICLISMO, que é um apaixonado por motos de alta tecnologia e performance?

Daniel Paixão – Quero deixar uma mensagem para todos. Como motociclista, por viajar por muitos lugares do mundo, usar a moto é algo que fazemos como um escape do dia a dia. A Ducati tem muita tecnologia aplicada em todos os segmentos onde atua, seja para viagem ou para um uso esportivo. Conseguimos ter uma gama disponível com muita qualidade. Quero dizer também que os preços das motos Ducati hoje estão dentro da concorrência, não são inatingíveis. Mas como nossos modelos têm muita tecnologia aplicada é natural que exista uma diferenciação. O meu nome é Paixão, mas também a moto é a nossa paixão.  

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