A Yamaha Crosser 150 chegou em 2014, assumindo o posto de trail de entrada da marca no lugar da extinta XTZ 125. Em 2018 a Crosser 150 aparece atualizada em duas versões, a “S” com o mesmo estilo urbano com o para-lama dianteiro baixo e a nova versão “Z”, com para-lama dianteiro alto e sanfona nas bengalas, inspirada nas motos fora de estrada de competição da marca.
Esta versão ganhou um guidão mais alto, que melhorou demais a posição de pilotagem e o conforto, e um novo sistema de freios com disco na traseira, além do auxílio ABS na dianteira para atender à nova legislação de freios de motocicletas.
Fotos: Gabriela Lebsir
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Pedi uma Crosser 150 Z para a assessoria de imprensa da Yamaha para uma avaliação completa, pois eu andava curioso com os comentários dos colegas jornalistas que haviam participado das viagens promocionais da Yamaha com a Crosser 150 pelo Pantanal Mato-grossense e pela região sul do Brasil.
Esta Crosser 150 Z já me atraiu de cara pelo visual agressivo do para-lama alto e esta nova cor Areia Dakar, que diga-se de passagem, foi bastante elogiada por todos os lugares em que estive durante o teste, na cidade ou no fora de estrada passando por riachos e cachoeiras.
No primeiro contato que tive com a moto, logo ao montar, reparei a tampa do tanque um tanto simples e sem graça, destoando do visual sofisticado da moto. O painel com um grande conta-giros analógico é muito legal e o visor LCD mostra marcha engatada, além de velocímetro, hodômetros, nível de combustível e relógio. Na cidade a pequena Crosser 150 é leve e ágil e o motor se mostrou esperto o suficiente para andar bem rapidinho pelas ruas e avenidas, com ótimas respostas tanto em arrancadas e retomadas como para encarar ladeiras.
FREIO DIANTEIRO ABS, MAIS SEGURANÇA
Como em todo teste, realizei algumas frenagens fortes, simulando situação de emergência. O resultado foi satisfatório. A Crosser 150 Z é exatos 19 quilos mais leve que a Lander, então as frenagens são ainda mais fáceis, controláveis. A moto passa bastante confiança e os impecáveis pneus Metzeler Tourance trabalham com maestria quando a moto está no asfalto, dando confiança para andar rápido e fazer boas inclinações nas curvas.
Nas suspensões, o garfo telescópico de 33 mm mantém a firmeza adequada no asfalto e tem equilíbrio perfeito para enfrentar um fora de estrada nem tanto radical quanto a buracos profundos ou pedras enormes. Na traseira o sistema Monocross tem um amortecedor sem opção de ajustes, mas muito bem calibrado, garantindo conforto para enfrentar qualquer terreno. Com garupa leve, o comportamento da ciclística muda minimamente, prova do bom trabalho da suspensão traseira.
O motor monocilíndrico de 149,3 cm³ com injeção eletrônica flex e escalonamento curto do câmbio de cinco velocidades com engates precisos ajuda a aguçar a experiência de pilotagem da Crosser, proporcionando uma tocada mais satisfatória. Durante o teste, usando somente gasolina, a média de consumo na cidade ficou em 39 km/l e na estrada com o acelerador aberto no talo o tempo todo para manter 120 km/h, o consumo ficou em 30 km/l de gasolina.
A moto é divertida e convida a acelerar mais. O motor responde bem em baixas e médias rotações, mas na estrada demora um pouco para chegar a 120 km/h no painel, com o giro em torno de 8.000 rpm. Como minhas correrias diárias tem um bom percurso em rodovias, foi legal reparar que quando abastecido com etanol, o motor parece responder melhor nas acelerações, e na estrada ele mantém velocidades mais altas com maior facilidade. Com gasolina, a Crosser 150 mantinha entre 100 e 110 km/h e com etanol ela já vinha entre 120 e 130 km/h.
NO FORA DE ESTRADA
Coloquei a Crosser 150 Z para encarar umas ladeiras em umas praias do litoral norte de São Paulo e ela superou sem problemas os caminhos mais hostis. Juro que em algumas situações a subida era tão íngreme que pensei ter entrado numa grande roubada ao descer o penhasco, mas foi só subir o giro do motor e sair em disparada que a Crosser enfrentou a ladeira sem gemer.
Depois dessa ladeira eu passei a acreditar totalmente na pequena notável Dual Purpose da Casa dos diapasões. Daí resolvi encarar um passeio pela Ilha Bela, os 10 km de terra para chegar até a praia do Jabaquara, na ponta norte, e depois os 65 km de bom asfalto com um visual deslumbrante até a ponta sul, onde parte a trilha para a praia do Bonete, que só pode ser feita à pé e leva por volta de 5 horas de caminhada.
CONCLUSÃO
A Crosser 150 Z ABS custa R$ 14.290 nas cores Dakar Areia ou Azul e é uma ótima opção para começar no mundo das motos e esquecer a vida sofrida de carro no trânsito caótico ou do precário transporte público. Ela é muito fácil de pilotar, é leve, bem confortável, responde bem na cidade mesmo com passageiro e com freio a disco na traseira e auxílio ABS na dianteira, está mais completa e mais segura. Além disso, o visual é invocado e moderno e ela oferece uma pilotagem prazerosa e divertida, com muita eficiência do motor para a máxima economia de combustível. Uma fiel companheira para todas as horas. E você, vai de Crosser ou Bros?
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