Em setembro a Yamaha Lander 250 emplacou 1.505 unidades, enquanto a Honda XRE 300 teve apenas 795 unidades emplacadas, ou seja 47,17% a menos do que a “rival”. Mas vale ressaltar que a vantagem histórica é da motocicleta da Honda, uma vez que se pegarmos os números de janeiro – mês em que nem sonhávamos com a pandemia – a XRE 300 teve 2.497 unidades emplacadas, contra 1.795 unidades da Lander.
As duas marcas são praticamente dominantes no mercado nacional de motocicletas, e os números não escondem isso. A vantagem está para a Honda, que detém cerca de 80% do mercado de motocicletas no Brasil, enquanto a Yamaha ocupa a vice-liderança há anos, com aproximadamente 15% de participação.
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E nem por isso a marca dos três diapasões deixou de investir em produtos empolgantes. Uma prova é a linha MT, que oferece modelos que dão muito prazer na pilotagem. Enquanto a marca das asas da liberdade produz nada menos do que os três veículos mais vendidos do país: CG 160, Biz e Bros, que atendem muito bem a quem busca um meio de locomoção barato e confiável.
Mas começamos o texto falando sobre dois modelos do segmento das trail, e é para ele que vamos voltar. Podemos ver que em setembro a Lander 250 emplacou mais do que a XRE 300, fato que também aconteceu em agosto, vide tabela abaixo.
No momento a moto da Yamaha está vendendo mais do que a da Honda, mas vale lembrar dos números de janeiro, que citamos no início deste texto, e o total acumulado no ano. Se analisarmos esses últimos dados, veremos que a XRE tem mais emplacamentos do que a Lander 250. São 1.417 unidades de vantagem para a moto da Honda.
Em contrapartida, se fizermos uma outra comparação, veremos uma “goleada” da Honda. A Bros 160 totalizou 12.419 unidades emplacadas em setembro e mais de 69 mil no acumulado do ano, enquanto sua concorrente, a Crosser 150, soma pouco mais de 2 mil emplacamentos em setembro e 15.107 no acumulado até mês passado.
Motivos?
Vários são os motivos para algumas discrepâncias nos emplacamentos, a Honda, por exemplo, com a paralisação total da linha de montagem no início da pandemia ficou com os estoques baixos, o que fez faltar motos nas concessionárias, agora, até equilibrar a produção e colocar os estoques em dia, vai levar algum tempo.
Vale ressaltar que a Yamaha retomou a produção com alguns dias de antecedência, o que certamente fez com que a marca dos três diapasões pudesse repor os estoques de suas lojas com mais rapidez em relação aos concorrentes. E se tem moto em estoque, certamente tem venda.
Outro fator que temos que considerar quando vemos os números é o tamanho do line-up da Honda, o que dificulta a reposição total do estoque em tempo de pós-pandemia.
Os números de emplacamentos são um retrato do filme sobre o mercado que não acaba nunca, apenas é fragmentado em doze meses, mas servem para verificar tendências e comparar desempenho de vendas entre os modelos emplacados.
No início do ano que vem o mercado deve se aproximar de seu ritmo normal, tanto em produção quanto em vendas de motocicletas. Quem sabe continuaremos a ver algumas surpresas, não é mesmo?