A Triumph segue o mesmo caminho que outras marcas estão buscando com novas vertentes de negócios ampliando o line-up em segmentos e cilindradas difíceis de se imaginar em um passado bem próximo.
Embora a Triumph tenha um linha bastante diversificado com muitos modelos de estilo clássico, é com as maxitrail que a marca faz mais sucesso no Brasil. Aqui é o país onde mais se vendem as Tiger 900 e 1200. Mas a Triumph quer mais e busca ampliar seus negócios conquistando novos clientes.
Para isso desenvolveu mais uma moto de média cilindrada que tem tudo para agradar e entusiasmar motociclistas que buscam subir de categoria com uma moto de custo mais acessível sem abrir mão de tecnologia, mas boa e fácil para se pilotar.
A naked Trident 660 e a Tiger Sport 660 são as motos que vão ocupar a média cilindrada da marca inglesa por hora. O próximo passo da marca já tem horizonte nas motos de baixa cilindrada, provavelmente entre 300 e 400 cm³, que já estão desenvolvendo em conjunto com a indiana Bajaj.
Belo apelo visual
Impossível não admirar as belas formas da Tiger Sport 660 Touring, ela é uma moto charmosa e discreta. Ela é bastante compacta, mas é preciso algum esforço para montar sobre ela, eu com meu 1,8 metro precisei alongar bem a perna direita para passar sobre o banco do garupa e me acomodar ao guidão.
O desenho lembra o da Tiger Sport 1050 que saiu de linha há algum tempo. Seus faróis em LED de formato alongado e as linhas arredondadas fazem uma bela composição visual com os vincos de alguns componentes. A bolha oferece boa proteção aerodinâmica e tem regulagem de altura, o que aumenta o conforto principalmente na estrada.
O escape é discreto tanto pelo tamanho quanto no posicionamento sob o motor, mas sua sonoridade é imponente, e quanto mais alto o giro do motor mais você sente vontade de acelerar.
Uma Triumph mais equipada
Esta versão Touring tem dois equipamentos a mais do que a versão standard, o quickshifter biderecional, para fazer as trocas de marcha sem uso da embreagem, e o top case o que a faz ganhar muita praticidade, lembrando os scooter, em que você pode guardar e levar suas coisas.
A Tiger 660 Sport Touring me cativou, é o tipo de moto que me fez querer fazer tudo com ela. Se precisasse ir ao mercado ou à padaria eu montava sobre ela e ia, sem me preocupar em levar uma mochila para trazer as compras, colocando tudo no top case.
Ágil por qualquer caminho, prazerosa e rápida, impossível não curtir sua tocada. Atraso? Só mesmo se você se distrair e ficar perambulando por aí pelo simples prazer de andar com a Tiger Sport 660.
Posição de pilotagem
A ergonomia é bem confortável tanto na distância até o guidão quanto na posição das pernas do piloto. O garupa também vai bem acomodado no banco que o deixa com plena visão, já que fica com a cabeça sobre a do piloto, para desfrutar do caminho, o que eu acho bem legal. O banco também é confortável e você pode passar horas pilotando e curtindo sem sentir cansaço.
Tecnologia e motorização
O projeto da Tiger 660 Sport Touring é bastante simples, mas não simplório. ela tem tudo que é necessário para garantir segurança e a boa pilotagem.
A Triumph optou pelo seu tradicional motor de três cilindros, mas nela com 660 cm³ e 81 cv de potência máxima e 6,5 kgf.m de torque, esses números lhe garantem respostas rápidas e lineares e com funcionamento bastante suave, ele é realmente uma delícia.
Esse motor tricilíndrico permite você pilotar suavemente no trânsito da cidade em qualquer regime, mas fica sempre pronto para ser chamado na xinxa, e, se você quiser, ele pode rugir alto com uma bela pegada, emanando aquele som que só o motor de três cilindros Triumph é capaz de emitir.
O câmbio de 6 marchas é bem escalonado e tem engates bastante precisos, o quick shifter que equipa somente a versão Touring, funciona com precisão tanto para subir as marchas como nas reduções, depois que você se acostuma a usá-lo, só vai usar a embreagem nas arrancadas, é bem útil.
O consumo desse motor, que tem a tecnologia em que o virabrequim tem intervalo de ignição de 240°, não é ruim, ela pode fazer uma média de 20 km/l, o que lhe rende uma autonomia de 340 quilômetros.
Ciclística
Quando falo da simplicidade do projeto não digo isso de modo pejorativo, mas para mostrar a proposta de um projeto mais acessível.
O chassi por exemplo, é do tipo tubular em aço, mesmo material com q eu é fabricada a balança. A suspensão dianteira tem bengalas invertidas, mas sem regulagens e o amortecedor traseiro só tem regulagem de pré-carga da mola. Apesar dessa “simplicidade” o conjunto tem funcionamento muito eficiente.
As duas suspensões têm 150 mm de curso e funcionam muito bem na cidade, oferecendo uma boa dose de conforto mesmo sobre pavimento ruim e por estradas sinuosas elas também garantem muita diversão.
Os pneus MichelinPilot Road 5 garantem excelente grip, inclusive com piso molhado, achei o conjunto muito bem casado de uma forma geral, transmitindo muita confiança na tocada, seja em baixa ou em alta velocidade, dentro ou fora do ambiente urbano.
O outro exemplo de equipamento menos sofisticado são as pinças de freio de ancoragem axial, mas elas mostraram que tem uma boa potência para frenagem em qualquer situação com bom tato no acionamento, permitindo excelentes espaços de frenagem.
Por outro lado, o compacto painel é em TFT e tem conectividade via Bluetooth para comandar câmera uma GoPro e interagir com o celular, inclusive com navegação do tipo direcional.
Eletrônica e outras “cositas”
A eletrônica é limitada aos modos de pilotagem, controle de tração e ABS. reconheço que que o controle de tração e ABS são itens importantes para a segurança, mas rodando na cidade em asfalto ruim, em alguns momentos, ao acelerar a moto o controle de tração entra em ação precocemente o que me incomodou um pouco, preferi andar com ele desligado, já que não estava com piso molhado.
Por sua vez, o ABS da roda traseira deixa a roda dar uma pequena travada instantes antes de entrar em ação e, dependendo da situação, como com a moto inclinada por exemplo, numa entrada de curva, pode dar uma chacoalhada e desestabilizar a moto na trajetória. Melhor ter cuidado no acionamento do pedal.
A Tiger Sport tem dois modos de pilotagem, Road e Rain que permitem amansar suas respostas caso o piloto ache necessário, seja pela falta de experiência ou por conta do pavimento com menor aderência, uma boa ferramenta independentemente do caso.
O top case é um acessório muito útil, mas quando vazio, inevitavelmente faz barulho e isso me incomodou um pouco, afinal parece que há alguma coisa solta atrás da moto e, para mim é um pouco irritante.
Em resumo a Tiger Sport 660 é uma moto muito agradável e, porque não, empolgante de se pilotar, tanto se você quiser apenas passear e curtir de boa um rolê pela cidade, quanto se você quiser sair de viagem com acompanhante ou ainda se quiser se deliciar com uma pilotagem mais esportiva por estradas sinuosas, afinal as respostas do motor são rápidas e o som que ele emite empolga. Sua precisão e capacidade de contornar curvas cravada no chão também faz o coração bater mais forte.
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Outra virtude da Tiger Sport 660 Touring, como de costume nas motos da Triumph, é o primoroso nível de acabamento nos detalhes, marca registrada da Triumph.
A versão Standard é uma das motos de entrada da marca inglesa com os R$ 56.990 do preço da etiqueta, já a Touring que tem preço sugerido de R$ 62.880, não é uma moto barata, mas dentro do lineup da Triumph, ainda é das mais acessíveis, mas se, dúvida ela é digna de nota pelo equilíbrio geral na pilotagem e ótimo acabamento. Uma moto fascinante.