A Triumph Street Triple 765 é um divisor de águas na categoria das motos naked de média cilindrada com seu desempenho esportivo, impecável e até melhor do que muitas superesportivas.
A Triumph Street Triple 765 RS tem um conjunto de chassi leve e que transborda precisão, e um motor fenomenal que entrega 130 cv de potência, com certeza mais potência do que você precisa para rodar na estrada.
Parece que a Triumph tirou uma das motos do grid da Moto2 e colocou seus engenheiros para trabalhar nos componentes necessários para que ela pudesse ir para as ruas, mas a verdade é que ela já existia na versão com motor de 765 cm³, propulsor que a Triumph desenvolveu para se tornar fornecedora oficial da Moto2, categoria que é o último desafio dos pilotos antes da chegada à MotoGP, classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
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Embora o motor de três cilindros em linha pareça muito semelhante ao da antiga Street Triple de 675 cm³, quando você olha mais profundamente é possível notar que é praticamente tudo novo, e o desempenho é mais propício para as pistas de corrida. O motor da geração anterior já era admirável e as modificações feitas o deixaram ainda mais empolgante com o aumento de 9% na potência e no torque, portanto a faixa intermediária de rotação se traduz em respostas mais imediatas e subidas de giro mais rápidas.
As principais mudanças responsáveis pelo ganho são o novo virabrequim, balanceiro e conjunto de embreagem, que diminuíram a massa e inércia interna. O novo escape e ponteira foram reprojetados para potencializar as respostas do motor em médias rotações.
Os três cilindros em linha da Street Triple RS geram 130 cv a 11.750 rpm e 8 kgf.m a 9.350 rpm, números significativos e comportamento capaz de fazer você se sentir no comando de uma moto de corrida, como de fato é. O câmbio teve o escalonamento da primeira e segunda marchas encurtado, melhorando sensivelmente as acelerações, e o ronco rouco da bela ponteira de escape convida a fazer arrancadas de zero a cem a cada saída de semáforo. A embreagem está ainda mais suave no acionamento e no deslizamento nas reduções, mas se você quiser só vai precisar utilizá-la nas saídas, já que o quick-shift vai facilitar as trocas de marcha nos dois sentidos.
Os cinco modos de pilotagem (Rain, Road, Sport, Track e Rider) também conferem mais facilidade na condução, com parâmetros moduláveis da entrega de potência, do ABS e controle e tração, que também pode ser desligado. No modo Rain a potência do motor é restrita a 100 cv com entrega dócil, e o controle de tração e o ABS são bastante intrusivos para maior segurança.
O chassi pode ser o mesmo da Street Triple 675, mas o visual do body kit e dos faróis é novo, bem como o novo braço oscilante assimétrico projetado para melhorar a ação da suspensão traseira e a aderência nas saídas de curvas, mas essa estabilidade extra é compensada pelo amortecedor traseiro Ohlins.
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Na dianteira as bengalas são Showa de 41 mm de diâmetro e 115 mm de curso. O comportamento do conjunto é bastante previsível e tem boa capacidade de amortecimento, sendo exímia copiadora do asfalto em condições boas e regulares, permitindo contornar curvas de qualquer raio com desenvoltura de competição.
A ressalva é nos pisos muito castigados e na buraqueira urbana, onde se mostra um pouco rígida. Os pneus Pirelli Diablo SuperCorsa SP são perfeitamente adequados à natureza esportiva da máquina e não há nada que você possa fazer para incomodá-los, a menos que esteja chovendo, então é preciso bastante cautela na tocada.
O sistema de freio é outro componente de grife e muito competente. Na dianteira dois generosos discos de 310 mm são mordidos por duas pinças radiais de quatro pistões Brembo M50 que são acionadas por uma bomba também radial da mesma marca, com regulagem de altura e de intensidade da pegada, equipamento para moto de competição. Atrás uma pinça flutuante morde o disco de 220 mm. O freio dianteiro tem tato sensível e enorme capacidade de frenagem, é potente e basta um dedo para fazer a RS parar. No modo Track o ABS é menos intrusivo e pode deixar a roda traseira deslizar para a pilotagem esportiva, já no modo Rider é possível ajustá-lo a seu gosto.
A Triumph Street Triple 765 RS é tão fácil de pilotar e tão bem equilibrada que instantaneamente faz você se sentir em casa. Neste teste rodamos na cidade, na estrada e na pista do Haras Tuiutí, onde alcancei 200 km/h no final da reta e ela sempre esteve estável e transmitindo muita confiança. É fato que em uma auto estrada com uma longa reta a velocidade seria muito maior, e acredito que ela deva superar os 250 km/h, uma marca excelente para uma máquina de 765 cm³.
Na estrada você navegará confortavelmente a 120 km/h sem lutar muito contra o vento, e o conforto que o conjunto transmite é insuperável se comparado com qualquer outra naked da categoria.
A Triumph Street Triple RS é uma moto de personalidade forte, tanto no design como na experiência de pilotagem. Ela é convidativa e, apesar de aceitar ser chamada para um passeio sossegado de domingo à tarde, instiga e se insinua a todo momento como uma verdadeira moto de corrida. É difícil não se sentir hipnotizado: ponha no mesmo coquetel o barulho do motor e suas respostas e você vai querer estar sozinho no baile para desfrutar tudo o que ela pode entregar, simples assim.
O preço não é pequeno, são R$ 68.990, mas se você quer encher o corpo de endorfina e outras substâncias prazerosas, vale o investimento. Uma moto de estrada pronta para as pistas.