Zero SR/S
Testes

Testamos a Zero SR/S, uma moto elétrica que vai dar o que falar

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 14/06/2023
  • Por: Redação

A SR/S é o carro-chefe da Zero, marca americana de motocicletas elétricas que concretiza sua filosofia de buscar performance à capacidade de uso real e versátil. Nossos parceiros da MOTOCICLISMO Espanha aceleraram a máquina, e o resultado desta saga você acompanha agora!

Texto: Rodolfo Martinez
Fotos: Divulgação
Edição: Guilherme Derrico

A marca californiana Zero Motorcycles fabrica motocicletas elétricas há mais de 10 anos, usando tecnologia de ponta e aplicando-a na busca do uso mais real possível em termos de desempenho e autonomia, trabalhando desde o início com a determinação de igualar suas máquinas as motocicletas de combustão.

A grife foi criada por um engenheiro da NASA, que começou a fabricar protótipos que aos poucos evoluíram para motocicletas de produção. Hoje, a Zero Motos é um dos fabricantes mais importantes do mundo no mercado elétrico de duas rodas, e atualmente conta com nove modelos disponíveis em seu line-up.

Seus designs são de um estilo tradicional, sem tendência ao futurismo, mas evocando tecnologia e desempenho. O mesmo acontece nas utilizações, onde o trabalho é para que seus modelos tenham capacidades versáteis para serem utilizados em todos os cenários e situações em que poderíamos utilizar uma moto a combustão.

Dessa forma, procuram afastar-se do conceito que o grande público tem das motos elétricas, como veículos de baixo desempenho para utilização na cidade.

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Detalhes

A Zero SR/S é o carro-chefe da marca e se apresenta como a motocicleta com mais recursos e capacidades em sua gama, junto com a SR/F, sua equivalente na versão naked. Dentro de seus modelos também contam com motos supermotard e off-road, com diferentes motores e componentes, mas todas elétricas.

Outro diferencial característico da fábrica é que cada modelo permite uma configuração diferente na hora da compra, tendo diferentes possibilidades de desempenho na mesma moto, podendo ser ampliado, desde que essas melhorias sejam feitas apenas no software da motocicleta.

Alta capacidade

O novo motor do SR/S 2022, denominado ZF75-10, é capaz de entregar 110 cv e 1,9 kgf.m, um torque impressionante que é gerenciado pelo mais recente software da marca, o Cypher III+.

Ele também possui uma nova bateria de íons de lítio, a ZF14.4 na versão padrão e a 15.6 na versão premium. Essa capacidade da bateria pode ser expandida comprando o upgrade na Cypher Store, sem a necessidade de ir ao revendedor ou instalar nada.

Assim sendo, é possível comprar, por exemplo, o modelo padrão e depois atualizar para recursos premium. Podemos ainda adicionar um extra e aumentar a capacidade para 17,3 kWh, graças ao novo software.

Também como opção dá para incluir uma bateria extra, desta vez fisicamente colocada no orifício localizado no tanque, que funciona como um porta-luvas, o que nos dará uma autonomia a mais de 3,6 kWh, ficando a capacidade total máxima em 21 kWh, porém perdendo o espaço para o porta-luvas.

Nesse mesmo setor também podemos optar por colocar um carregador rápido que aumenta a capacidade de carga dos 3kW da versão padrão para 13kW, o que nos permitirá carregar a bateria em menos tempo em qualquer lugar. Mas não podemos instalar os dois acessórios ao mesmo tempo.

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Eletrônica da Zero SR/S

Na parte eletrônica, a moto vem com um Bosch IMU de última geração, com ABS, controle de tração em curvas e controle de elevação. Possui 4 modos de condução: Rain, Eco, Standard e Sport, além de um ou mais modos personalizáveis, que também podemos comprar na web, permitindo escolher completamente a configuração eletrônica que queremos.

Através dos modos de condução regula-se a entrega de potência e a retenção do motor (quanto maior a retenção, mais recuperação de carga da bateria e mais autonomia), bem como o nível de atuação das ajudas eletrônicas.

O modo Eco permite fazer mais quilômetros, com uma autonomia máxima declarada de 350 km na utilização mais suave, com mais regeneração de carga. No site oficial da marca existe uma tabela detalhada das diferentes autonomias nas utilizações distintas, o que, pelo que pudemos verificar no dia do teste, está muito próximo da realidade.

A partir do painel TFT a cores de 5 polegadas que pode ser configurado com diferentes opções, controlamos os modos e podemos navegar pelos menus, mostrando toda a informação relativa à moto de forma clara e limpa.

Chassi

Quanto ao restante dos componentes colocados no chassi tubular de aço, ele monta suspensões Showa, com garfo SFF-BP de 43 mm de diâmetro e monoamortecedor sem articulação.

Os freios são assinados por J.Juan, montando disco duplo dianteiro de 320 mm. Tudo isso envolto em uma carenagem afiada, mas elegante, com diferentes opções de tela. O peso total do conjunto permanece em 235 kg, sem a bateria extra ou o carregador rápido.

Visualmente, a motocicleta é elegante e bastante sóbria para uma máquina elétrica de última geração, mas se olharmos com atenção, detalhes como o motor elétrico redondo que permanece visível, localizado na junção do chassi e braço oscilante, dão um toque peculiar.

Benefícios elétricos da Zero SR/S

A ausência de som nos passou uma sensação estranha nos primeiros 5 minutos. A posição de pilotagem é confortável com tons de corrida, então podemos desfrutar de ambos os aspectos, já que braços e pernas estão relaxados, mas podemos entrar na carenagem e procurar posições esportivas, também confortavelmente.

Passados ​​os primeiros minutos se adaptando ao silêncio, a moto é tão ou mais agradável sem o som do motor, provavelmente devido em grande parte aos benefícios que é capaz de proporcionar, o que nos faz ver o mundo elétrico com um olhar diferentes.

No modo Sport, a aceleração que é capaz de transmitir é como a de qualquer moto superesportiva, com um impulso instantâneo. O trabalho dos engenheiros com a resposta do acelerador tem sido muito bom, transmitindo sensações agradáveis.

E é isso, as motocicletas elétricas são conduzidas inteiramente com o acelerador. Quando abrimos este atributo, a IMU faz seu trabalho controlando tudo o que acontece.

Na hora de frear, a sensação da frente é muito boa, transmitindo solidez em termos de chassi e suspensão, com frenagem firme e controlável. Por não ter inércia interna, a parte motriz da entrada da curva é diferente de uma motocicleta normal.

Quando travamos são as mesmas sensações, mas no início da inclinação comporta-se de forma diferente, tendo de se adaptar ligeiramente a linearidade, sem sentir inércia no centro da moto.

Em ação com a Zero SR/S

Assim que começamos a conduzir em modo elétrico, a motocicleta entra muito bem na curva e mantém uma estabilidade boa, podendo desfrutar de qualquer tipo de pilotagem e sendo bastante divertida.

Resumindo, com as sensações que ela é capaz de transmitir ao acelerar e frear, se pudéssemos tirar algum peso dela, seria muito parecida com uma superbike, mas totalmente silenciosa.

Você também tem que se adaptar à questão de não ter marchas, mas isso é quase instantâneo, pois podemos acelerar quando quisermos, tendo torque forte em qualquer velocidade, outra grande virtude dos motores elétricos.

Também não temos que ficar atentos à marcha em que estamos nem pegar na embreagem, dessa forma podemos nos dedicar apenas a dirigir e desenhar o traçado.

No modo Sport, as sensações são máximas, mas a autonomia é mínima. Então durante o dia mudamos os diferentes modos para testá-los, e logo depois saímos do modo Eco, no qual a puxada é bem menor e a velocidade é limitada.

Aqui desfrutamos de outro tipo de condução, mais suave e relaxada, sempre em total silêncio. Por fim, a autonomia nos dias de hoje com a SR/S era de cerca de 170km, alternando entre os diferentes modos em estradas convencionais com curvas, não muito sinuosas, algo bastante aceitável e de acordo com a filosofia da marca. Tudo isso com a bateria 15.6, podendo somar até 21 kWh como dissemos antes.

Zero SR/S

Finalizando

Com esta autonomia, planeando viagens com as suas paradas e pontos de carregamento, podemos fazer um percurso utilizável, mas sempre será necessário mudar a forma como viajamos com uma moto a combustão, adaptando-nos à motocicleta elétrica e à viagem.

Da mesma forma, se quisermos entrar no modo Sport o tempo todo, a autonomia será substancialmente menor. Uma curiosidade: os retrovisores estão colocados numa posição bastante controvérsia, à qual também tem que ser adaptada, mas a visibilidade é boa.

A Zero SR/S está disponível em duas cores a um preço sugerido no modelo testado de 24.870 euros, cerca de R$ 134.800 em conversão direta.

Além disso, possui garantia de 3 anos na parte mecânica e 5 anos nas baterias. No site da Zero você pode escolher entre as diferentes configurações adicionando acessórios, pois ao comprar a motocicleta todos os componentes já estão instalados, basta comprá-los e ativá-los, baixando-os do aplicativo.

Até o próximo teste!

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