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Suzuki GSX-S1000 chega atualizada e mais prazerosa para o dia a dia

9 Minutos de leitura

  • Publicado: 10/06/2023
  • Atualizado: 14/06/2023 às 10:03
  • Por: Alexandre Nogueira

A Suzuki GSX-S1000 2023 acaba de chegar ao mercado brasileiro e agora a legítima e pura Supernaked japonesa está de cara nova, trazendo atualizações para deixá-la ainda mais prazerosa de pilotar diariamente.

A Suzuki GSX-S1000 2023 destaca o estilo atualizado do corpo e do conjunto de faróis em LED, pequenos ajustes no chassi e na ergonomia, refinamentos no motor para aumentar a potência, bem como atualizações na eletrônica para auxiliar o piloto em quaisquer situações de rodagem.

Fotos: Gustavo Epifânio

A GSX-S1000 foi lançada em 2015, idealizada como um novo modelo para trazer esportividade e diversão aos pilotos mais exigentes e que utilizam motocicleta diariamente nas ruas. Uma versão de rua equipada com o poderoso motor da Suzuki GSX-R1000, uma Superbike consagrada com inúmeras vitórias nas pistas.

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Esta nova versão da Suzuki GSX-S1000 foi lançada em 2020 no Japão, Estados Unidos e Europa, e desde então eu já vinha acompanhando algumas críticas dos amigos pilotos de testes da gringa, muitos alegando que a nova versão é apenas “mais do mesmo” e que só renovaram o corpo adotando um farol com desenho bem marcante. Mas eu estava bastante curioso para degustar a novidade, então quando recebi a ligação do editor chefe comunicando a chegada da nova GSX-S1000 para testes eu fiquei bastante eufórico.

Ao primeiro olhar já tive uma ótima impressão, um forte impacto com suas linhas retas e agressivas, e a forte personalidade da frente com a pequena carenagem de faróis tri-LED.

Quem já é familiarizado com a GSX-S1000, sabe que ela não é uma moto totalmente nova, afinal o conjunto mecânico é o mesmo desde a versão 2017, mas para os iniciantes na categoria ainda há muito a explorar, pois a supernaked de 1.000 cm³ da casa de Hamamatsu está em sintonia com as mais atualizadas tendências tecnológicas da categoria. Estranhamente a Suzuki não trouxe alta tecnologia ao painel, já que a GSX-S1000 2023 vem equipada com um arcaico painel LCD Blackout de difícil visualização por alguns motivos: a luz solar direta causa ofuscamento, é demasiadamente recheado de informações e os números são relativamente pequenos e bem amontoados. O acesso a informações importantes, como modos de pilotagem e controle de tração, são através do desafiador e nada intuitivo controle no punho esquerdo, portanto é conveniente estudar e aprender a manipular o painel para não perder o foco da tocada quando quiser fazer alguma alteração rodando com a moto, o que não é nada aconselhável.

Normalmente as motos naked são um tanto altas para a montada, mas a GSX-S1000 tem um acesso surpreendentemente fácil para a maioria, pois o assento é bem estreito perto do tanque de combustível, permitindo alcançar os dois pés no chão com facilidade para a maioria dos motociclistas. Logo ao montar gostei do guidão mais largo e da alavanca do freio dianteiro ajustável, que é sempre bem-vinda para ampliar a confiança e o conforto.

A ergonomia de pilotagem é ereta e neutra, com apenas uma pitada de esportividade. Eu me senti bastante confortável no cockpit durante o passeio até a estrada onde faríamos a sessão de fotos da máquina, e o nosso glorioso fotógrafo Gustavo Epifânio também teve a mesma impressão durante seu passeio na volta da sessão.

A Suzuki GSX-S1000 2023 vem equipada com o mesmo motor K5 de quatro cilindros em linha com 999 cm³. Em busca da conformidade com os índices de emissões da Euro5, a Suzuki fez pequenos ajustes no motor para aumentar a potência e trazer mais dois cavalos para chegar a 152 cavalos a11.000 rpm, mas o principal atributo veio na curva de torque total de 10,8 kgf.m a 9.250 rpm. Esta curva de torque mais refinada com os novos ajustes eletrônicos do acelerador proporcionam uma experiência de pilotagem bem diferenciada em relação a geração anterior.

A GSX-S1000 não tem diferentes modos de pilotagem como nas outras motocicletas, mas ela traz três modos de aceleração e cinco modos de controle de tração diferentes. O piloto pode escolher de forma independente as diversas combinações para adequar a motocicleta ao seu gosto.

O modo “A” é mais agressivo, com as respostas bem ariscas, o modo “B” é o modo normal e achei o mais adequado, gerenciável e previsível para passeios na rua. O modo “C” deixa a fera mais mansa e mais parecida com uma 750, porém, exclusivamente na naked da Suzuki, cada modo de aceleração ajusta a entrega de potência, mas com o acelerador totalmente aberto a potência está 100% disponível em qualquer modo, diferente das outras marcas onde o modo chuva fornece entre 60% a 80% da potência total com o acelerador totalmente aberto. Isso significa que nos dias de chuva não convém andar no modo “C” esperando que estará tudo sob controle, portanto é preciso alterar o controle de tração para a devida condição.

Combinado com a mais nova embreagem deslizante e assistida, o câmbio da Suzuki GSX-S1000 é muito preciso e engata as seis marchas tão perfeitamente que você nem sente as trocas de marchas. A embreagem é bem macia e não cansa qualquer aborrecimento no percurso urbano.

O chassi da GSX-S1000 adota uma configuração bem organizada, com um conjunto de suspensões ajustáveis KYB perfeito para a proposta desta supernaked, e faz com que ela ataque curvas com muita precisão e segurança. O acerto original das suspensões me parece mais rígido do que o normal para uma naked, mas não chega a incomodar nos rolês dentro da cidade e garante uma boa diversão para pilotar agressivamente em estradas sinuosas ou na pista.

O conjunto de suspensão dianteira invertida KYB de 43 mm totalmente ajustável e traseira com link ligado a um monoamortecedor com ajuste de pré carga da mola e velocidade do retorno, são bem rígidas e com uma pitada de esportividade, e reagem de forma eficiente a diferentes superfícies da estrada para manter uma sensação ágil e estável. Como as suspensões são ajustáveis, uma configuração de rua mais bem educada pode ser alcançada conforme o peso e as preferências do piloto.

As frenagens são poderosas, com as duas pinças de freio dianteiras Brembo de quatro pistões equipadas com ABS, montadas radialmente e casada com discos flutuantes de 310 mm. A mordida inicial é suave para rodar em meio ao trânsito e nas altas velocidades é só apertar a alavanca com um pouco mais de força para garantir frenagens vertiginosas. Na traseira um disco com pinça de pistão simples garante a estabilidade correta nas frenagens fortes em altas velocidades.

Para manter a GSX-S1000 grudada no chão, um par de aros de 17 polegadas montados com os novos pneus radiais Dunlop SPORTMAX Roadsport 2, que tem uma estrutura interna atualizada e concebida para garantir um desempenho ideal na supernaked, otimizado com um novo composto que aumenta a aderência na chuva, aquece mais rápido e tem um desgaste satisfatório. A combinação desses novos pneus com as suspensões dianteira e traseira casam harmoniosamente para garantir grande aderência, estabilidade e agilidade para um desempenho esportivo.

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O tanque de combustível comporta 19 litros, e a média de consumo urbano e estradeiro fica na casa dos 17 km/l, conforme indica a função consumo instantâneo do painel.

A eletrônica embarcada avançada que compõem o Suzuki Intelligent Ride System (SIRS) permite que cada piloto otimize as características de desempenho para melhor se adequarem às condições de condução e às diferentes superfícies da estrada, bem como ao seu nível de confiança e experiência, beneficiando o piloto com maior confiança e concentração para ampliar e desfrutar do prazer da pilotagem.

No final do passeio e após algumas reflexões, a minha conclusão é que a GSX-S1000 2023 é realmente uma moto muito melhor do que eu imaginava. Eu sou um fã inveterado das supernakeds, por isso me diverti genuinamente no rolê sinuoso da Estrada dos Romeiros, no interior de São Paulo, então não tenho queixas a fazer quanto às suas capacidades. Um ponto a se considerar é a garupa sofrível como nas superbikes, mas o tempo de passeio com garupa é praticamente insignificante. Um painel TFT poderia deixá-la mais atual, mas será que isso é realmente um fator decisivo na hora da compra?

Apesar de ter tecnologia e eletrônica mais simples em comparação com suas concorrentes, a Suzuki GSX-S1000 2023 é forte e capaz de agradar a maioria dos pilotos em quaisquer demandas exigidas, e com extrema competência. Eu ficaria com essa preta mesmo.

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