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Kawasaki Z900RS une visual clássico com mecânica de última geração

7 Minutos de leitura

  • Publicado: 19/12/2023
  • Atualizado: 20/12/2023 às 10:24
  • Por: Alexandre Nogueira

A Kawasaki Z900RS segue fielmente as linhas de uma das mais consagradas motos que a Kawasaki já produziu, a Z1. Farol redondo, tanque arredondado, o banco com leve desnível entre a posição do piloto e garupa e a rabetinha reta, tudo nela remete à grandiosa Z1.

A Kawasaki iniciou a história da família Z em 1972, quando lançou a sua tetracilíndrica que foi um divisor de águas para a marca de Akashi. De lá para cá, várias versões foram lançadas e a família foi crescendo, hoje em dia ela tem quatro diferentes cilindradas, a Z 400 e as versões de maior cilindrada Z 650, Z 900 e a Z 1000.

Para quem gosta das motos dos anos 1970, a  Z900RS é um prato cheio. Se você for contemporâneo da época então, é fácil viajar no tempo diante dela e associá-la às primeiras Z, motos das mais desejadas na época. E ela é muito querida pelos motociclistas brasileiros, pois foi eleita pelos leitores de MOTOCICLISMO como a Moto de Ouro entre as clássicas – clique aqui e veja mais detalhes.

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Ciclística 

O chassi desta clássica é de treliça tubular e na versão R Edition, as bengalas invertidas são de 41 mm de diâmetro totalmente reguláveis, atrás o amortecedor Öhlins S46 a gás, tem regulagem de pré-carga da mola através de um manípulo na lateral direita da moto e de retorno hidráulico (feito através de ferramenta).

 A geometria da Z900RS tem uma pequena diferença em relação a versão standard, seu ângulo de cáster é 0,1° maior, mas a medida do trail é menor, (98 mm contra 110 mm na 900R), por outro lado a medida de seu entre-eixos é 15 mm maior. Apesar do curso de suas suspensões serem os mesmos, 120 mm na dianteira e 140 mm atrás, o comportamento é bem diferente.

Se na Z900R a esportividade toma conta de toda a personalidade da moto, com movimentos rápidos e agressivos nas mudanças de direção, na RS a suavidade na pilotagem é a tônica, mas não pense que é sem graça, pelo contrário, ela também é muito divertida e permite uma pilotagem esportiva bastante segura. Nesse contexto mais limitada que a Z900R, mas ainda assim com muita competência e maior nível de conforto.

Na cidade a Kawasaki Z900RS é fácil de ser levada e o ângulo de esterço permite ziguezaguear de forma fácil entre os carros, e seus 215 quilos parecem bem menos, pode-se perceber isso facilmente nas manobras com a moto parada. As buraqueiras da cidade são bem enfrentadas e absorvidas pelas suspensões. Sua geometria faz com que seu funcionamento seja melhor do que na versão naked, que tem mais carga ano trem dianteiro.

Equipamentos 

O painel com dois mostradores analógicos redondos (velocímetro e conta-giros) também vem do passado, mas o mostrador digital ao centro traz as informações de praxe, sendo elegante e bastante funcional.

As tampas laterais e o banco seguem uma linha fluida para terminar na pequena rabeta que tem a lanterna embutida e finaliza a bela composição visual que se soma às cores preta e amarela, para selar o vínculo e manter viva na mente as Z de cinquenta anos atrás.

Ergonomia 

A posição de pilotagem é bem diferente da Z900R, o guidão é mais alto, mais largo e mantém o corpo mais ereto, a uma distância bem confortável para pilotar o quanto você quiser, tanto no trânsito urbano como na estrada. A posição das pernas não é muito recuada e oferece bom apoio na pilotagem. O banco, apesar de parecer que tem pouca espuma, é mais macio do que na naked e a posição mais neutra, assim oferece maior nível de conforto.

A altura do banco de 810 mm é acessível e facilita na hora de montar na moto, seu formato é bem ergonômico e sua espuma tem boa densidade para rodar muito mais quilômetros do que na naked, mas depois de algumas horas sobre ele também torna-se cansativo. O bom encaixe do piloto e a postura de pilotagem remetem às primeiras Z, a largura do guidão e a distância até o corpo foram bem calculadas para qualquer tipo de tocada.

Kawasaki Z900RS: mecânica moderna em casca retrô

A base mecânica é a mesma da Z900R. O motor de quatro cilindros em linha foi amansado e ajustado para ter mais torque em baixa e média rotações. Tanto nos trajetos urbanos que fiz em baixa velocidade quanto pela estrada em direção ao litoral norte paulista, chama a atenção como ele é liso e linear. Ele também mexe com os sentidos à medida que você faz o giro do motor subir, ele cresce rápido e seu rugir faz com que, além do sorriso se abrir sob o capacete, enquanto de um lado do cérebro o comando é continuar acelerando e, do outro lado, o bom senso quase pede para descer, mas a sensação é ótima.

Esse motor tem baixo nível de vibração em qualquer rotação e o câmbio é digno de nota, é macio e seus engates são rápidos e precisos. A embreagem assistida e deslizante ajuda no conforto com a leveza no acionamento do manete e, em caso de reduções mais bruscas, se você tem perfil mais agressivo na tocada, vai evitar o bloqueio da roda traseira pelo torque vindo do câmbio nessa situação. Essa condição de manter a moto estabilizada em condição de reduções bruscas, isolando o torque do câmbio do giro da roda ajuda, não só os pilotos mais experientes, mas principalmente quem tem menos habilidade.

Kawasaki Z900RS

Pegada nas frenagens 

O sistema de freio da Z900RS é digno de equipar qualquer superesportiva. São dois discos de 300 mm mordidos por pinças radiais de quatro pistões e tem ótima pegada. Tanto na mordida inicial, que é instantânea, quanto na potência da pegada, que tem de sobra, seja na pilotagem tranquila, quanto nas frenagens de emergência ou na tocada mais esportiva. Gostei muito de seu funcionamento, as frenagens transmitem segurança e têm excelente tato no acionamento. O sistema ABS nas duas rodas também não é exageradamente intrusivo, permitindo frenagens fortes com a moto bem aprumada. No acionamento de emergência, o ABS da roda traseira pode entrar em ação um pouco antes do ideal, mas no geral não atrapalha.

O preço de etiqueta sugerido da Kawasaki Z900RS é de R$ 70.990 mais o custo de frete. Não é pouco dinheiro e seria fácil colocar outras opções de compra na mesma faixa de preço. Mas quem gosta do estilo clássico e, principalmente, quem conhece a história da marca japonesa com a Z1, tem motivos de sobra para ir de cabeça e se deleitar não só com o belíssimo design da 900 RS, mas principalmente com sua capacidade de divertir quem está no controle do acelerador. A Kawasaki Z900RS é uma moto que vale cada centavo, mesmo se você quiser apenas deixá-la exposta em sua sala.

Conclusão 

Esta é a clássica da Kawasaki de alta cilindrada que me empolgou muito nos rolés. Seus componentes diferenciados nas suspensões fazem bastante diferença na pilotagem, mas sem dúvida sua maior virtude está nesse motorzão de quatro cilindros que tem respostas rápidas e um ronco que inebria. A caixa de ar e o sistema de escape foram projetados para fazer qualquer motociclista pirar. Eu pirei e pagaria sem titubear os R$ 70.990 pedidos por ela!

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