Um Novo Conceito chegou ao Brasil: a Honda reprojetou a crossover NC 750X e, de quebra, trouxe também a versão DCT, de câmbio automatizado de dupla embreagem para oferecer ao motociclista brasileiro a terceira geração do câmbio que já faz sucesso na Europa há um bom tempo
Aceleramos as duas versões em rolé entre Piracicaba e Brotas, no interior de São Paulo, passando por caminhos que contemplam trechos de autoestrada e pequenas serras de mão dupla bem sinuosas. No trajeto as duas versões da NC 750X se mostraram muito competentes e as mudanças técnicas acertadas.
Mais bonita
O design da NC está mais moderno e as soluções adotadas em seu desenho com linhas acentuadas e maior volume.
Além de mais bonita, ela também teve a aerodinâmica melhorada para reduzir o arrasto e proteger com maior eficiência o corpo do piloto contra o vento.
Apesar da parte superior do falso tanque estar maior, a menor altura do banco, 30 mm mais perto do chão (agora a 800 mm) e sua menor largura na dianteira melhoram o encaixe e facilitam a movimentação na pilotagem e o apoio dos pés no chão.
Completam o design da nova geração da Honda NC 750X as luzes em LED – inclusive os piscas – e seu painel digital.
Grandes mudanças na Honda NC 750X
O chassi foi redesenhado, ficou três quilos mais leve e o novo desenho permitiu várias mudanças estruturais. Na ergonomia com o banco mais baixo e estreito, na distribuição de peso e no arranjo funcional de vários componentes.
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Por exemplo, o aumento do volume da caixa de ar e o reposicionamento da bateria para a parte frontal do compartimento guarda-volume, o que também facilita o acesso para manutenção. Outro ganho foi o aumento de um litro no espaço do compartimento interno, agora com 23 litros.
Pode parecer pouco, mas a maior capacidade da caixa de ar, somada às mudanças internas no motor permitiram ganho considerável de potência (7% a mais), passando para 58,6 cv e a 500 rpm acima da versão anterior, ou seja, a 6.750 rpm, aumentando a elasticidade do novo motor.
Posição de pilotagem
Ao subir na nova NC 750X você percebe que o encaixe melhorou e que você veste melhor a moto, o banco mais estreito, a distância e largura do guidão e a posição das pernas permitem boa dose de conforto e a movimentação na pilotagem flui tranquilamente. Naturalmente na versão DCT você vai sentir falta do pedal de câmbio e do manete da embreagem, mas você se acostuma e aprende a se divertir sem eles rapidamente.
O bom nível de conforto permite rodar muitos quilômetros sem cansar, o banco tem uma camada de espuma densa na medida para não deixar o traseiro quadrado com a quilometragem.
Por dentro do motor da NC 750X
O coração da NC 750X recebeu significativas melhorias, começando pelo par de pistões paralelos, que foi substituído por uma versão mais leve e que aliviaram os balanceiros do motor. Essas mudanças reduziram a inércia interna do conjunto, permitindo uma subida de giros mais rápida, favorecendo a elasticidade do motor.
O sistema de alimentação também foi recalibrado para melhor aproveitamento do ar extra na mistura graças à caixa de ar maior, enriquecendo a mistura de combustível e melhorando as respostas ao giro do acelerador.
Para melhorar a dinâmica da NC 750X os engenheiros da Honda reescalonaram o câmbio, encurtaram as três primeiras marchas para deixá-la mais esperta e com respostas mais rápidas nas arrancadas, ótimo solução para o tráfego urbano, e alongaram as três últimas marchas, para manter velocidades com giros mais baixos, uma forma de manter a economia de combustível, uma grande virtude da NC 750X, capaz de fazer até 30 km/l.
Agora a embreagem da versão standard é assistida e deslizante, isso oferece mais conforto no acionamento da alavanca, muito suave por sinal, e melhora a dirigibilidade nas reduções de marcha mais agressivas, evitando o bloqueio da roda traseira nessa condição.
Eletrônica
A eletrônica está mais completa, agora são quatro modos de entrega do motor (Standard, Sport, Rain e User), todos ajustados pela velocidade de abertura das borboletas da injeção eletrônica. Esses modos atuam em sets pré-determinados: entrega de potência, controle de tração, freio-motor e na versão DCT, também no tipo de trocas de marcha, por exemplo no modo Sport o câmbio faz as mudanças com giro perto do limite de corte, esticando as marchas dando muita esportividade nas respostas ao giro do acelerador.
É impressionante a evolução desta terceira geração do câmbio automatizado de dupla embreagem (DCT), as mudanças acontecem de forma suave e quase imperceptíveis passando as marchas para cima, é mais perceptível nas reduções, mas eu achei seu funcionamento primoroso, muito melhor do que na versão do X-Adv do ano passado, por exemplo.
Ciclística
As suspensões são Showa, foram recalibradas e dividem o mesmo curso de 120 mm. Na dianteira as bengalas são de 41 mm convencionais e não possuem ajustes, atrás o monoamortecedor tem regulagem de pré-carga da mola. O conjunto tem bom funcionamento, é equilibrado e transmite segurança e conforto, mantendo a moto estável mesmo se você quiser abusar da esportividade.
Os freios foram confiados à Nissin, e são muito competentes, com bom tato para a proposta da moto. Na frente o sistema emprega um disco de 320 mm e pinça de dois pistões, enquanto atrás há um disco de 240 mm e pinça de pistão único, ambos assistidos por ABS.
Acessórios originais Honda para a NC 750X
A NC 750X tem preço público sugerido de R$ 49.700 e a versão DCT R$ 55.700, ambos com base no Distrito Federal sem frete. A Honda vai colocar à venda uma série de acessórios topcase e malas laterais rígidas, cavalete central, protetor lateral de carenagens, farol de neblina e tomada USB fazem parte do pacote. Todos os acessórios podem ser comprados separadamente ou no conjunto Travel Pack.
A Honda NC 750X ficou mais bonita e muito melhor dinamicamente, uma moto que vai bem na cidade e se sobressai na estrada, oferecendo conforto e boa dose de esportividade, sem dúvida é mais um boa opção para se considerar na hora da compra, eu gostei!