A Streetfighter V4S da Ducati é a hypernaked mais exótica e rápida da atualidade, projetada e idealizada por uma das fabricantes mais icônica, vitoriosa e respeitada da Europa.
A Ducati Streetfighter V4S é radical e impetuosa, e com muito orgulho, com linhas extremamente sensuais e até asas. Ela é simples e despojada, talvez até demais, mas seus dotes encantam não só quem precisa de uma moto para os deslocamentos diários, mas também aqueles que gostam de radicalizar nas pistas de corrida.
Uma Panigale para o dia a dia
Esta última geração da Streetfighter V4 é baseada na plataforma Panigale V4, a Superbike mais radical de todos os tempos e campeã do mundial de motovelocidade na categoria, com várias vitórias seguidas em muitas etapas, sendo quase que insuperável frente às outras marcas.
A principal diferença desta nova Streetfighter frente a Panigale é a ergonomia, com seu guidão largo e plano acompanhado de um assento largo e macio, com todos os controles caindo exatamente onde você esperaria, e ainda todos os pedais e alavancas são ajustáveis, o mínimo que se espera de uma máquina topo de linha. A posição de pilotagem é mais confortável com as pedaleiras mais baixas em 20 mm para tornar a posição de pilotagem menos radical. Ela é esportiva, sem ser desconfortável.
Ela usa o mesmo conjunto mecânico com o motor como elemento principal da estrutura, o dito chassi, é uma peça em fibra de carbono onde vai a caixa de direção, fixada no cabeçote dianteiro do motor, para conectar a suspensão dianteira, bem como, todo o aparato eletrônico da moto, enquanto a balança traseira também vai fixada no motor, na parte traseira.
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Ducati Streetfighter V4 S tem performance de sobra
Realmente o que mais encanta na Streetfighter V4S é o motor V4 de 1.103 cm³ da Panigale, com uma ordem de disparo excêntrica e um virabrequim giratório para trás, uma tecnologia vinda da MotoGP. A potência declarada é de 208 cavalos a 12.750 rpm e o torque é de 10,4 kgf.m a 11.500 rpm, tornando a Streetfighter V4S a nova rainha de potência das ruas. Mas, fora os números arrepiantes, o que mais gostei ao rodar com a naked italiana é o ronco do motor.
Em marcha lenta o motor embaralha e ao triscar a mão no acelerador ele dispara o giro muito rápido até as 14.500 rpm. Rodando em baixa rpm o ronco do escapamento é grosso e embaralhado, mas quando você leva as rotações ao limite o ronco é bem parecido com o de uma fera urrando bem alto. Detalhe interessante é que esta Ducati roda em baixas rotações numa boa e sem solavancos, pois o V4 tem um funcionamento mais liso e livre de vibrações quando comparado com os V2.
As opções e configurações eletrônicas deste modelo S são muito amplas e permite a quaisquer níveis de piloto encontrarem um excelente acerto da moto. O menu do painel TFT herdado da irmã carenada é acessado e controlado pelos dois interruptores do punho esquerdo, permitindo que o piloto alterne entre os três modos de condução (Street, Sport e Race), freio motor, controle de largada, calibração do ABS após a colocação de pneus novos e até a cor da luz de fundo do painel.
A “S” vem equipada com suspensão Ohlins semiativa, o que significa que o amortecimento também é ajustável eletronicamente, fazendo ajustes de amortecimento em milésimos de segundo quando você está rodando, proporcionando o melhor acerto das suspensões conforme a utilização. Para tornar a ideia de ajuste da suspensão mais fácil para os menos experientes, o piloto pode escolher entre “desempenho” e “conforto”. O ABS oferece diferentes níveis, sendo menos intrusivo o “desempenho” e maior a “segurança”.
A Streetfighter é surpreendentemente agradável em baixa velocidade, com ótima sensação da aceleração, muito linear e fácil de gerenciar, apesar do ronco da usina de mais de 200 cv só esperando para serem liberados.
O motor é fácil o suficiente para andar devagar e surpreende quando você enrola o cabo e leva as rotações na faixa de corte. Só para você ter uma ideia, num breve teste de arrancada numa longa reta, ao passar bem devagar por uma lombada, saí em disparada de primeira marcha e acredite, 180 km/h em 5 segundos, daí você trisca o pé para cima na alavanca de câmbio com quick shift que a segunda marcha entra numa fração de segundo e leva você a 240 km/h, e ainda faltam quatro marchas!
O torque é limitado eletronicamente nas quatro primeiras marchas, projetado para deixar potência suficiente para rodar, mas não tanto que seja incontrolável. Impressionante é como as rotações são ilimitadas, e acima das 8.000 rpm é que as coisas ficam mais interessantes e até assustadoras.
Tanto o modelo base quanto o S da Ducati Streetfighter V4 S têm a mesma configuração de freios, com pinças radiais Brembo Monobloc Stylema M4.30 de quatro pistões, discos dianteiros de 330 mm, ABS ‘EVO’ em curva e um disco traseiro de 245 mm com pinça de 2 pistões. A sensação da alavanca ajustável e a mordida das pinças Stylema fazem uma combinação sublime. A estabilidade é excelente, o poder de parada estupendo e o novo tanque de combustível maior permite que você fique sentado no assento com menos esforço.
Os freios são apoiados pelo excelente ABS EVO em curva e pelo novo Controle de Freio Motor EVO 2, que tem três níveis, e agora a frenagem do motor é controlada enquanto monitora o ângulo de inclinação, a marcha e o acelerador.
O novo painel idêntico ao da Panigale não é apenas funcional e visualmente atraente, ele também ajuda a transformar a Streetfighter em uma motocicleta de trackday ainda mais refinada, responsiva e fácil de pilotar em um bom ritmo. Depois de pouco tempo treinando com ela, parece que você já a conhece a muito tempo.
A Ducati Streetfighter V4S é melhor do que eu imaginava que fosse em muitas coisas diferentes. Não há falhas, a meu ver apenas o calor do motor que incomoda quando se roda em baixa velocidade.
A relação final me parece um pouco curta, o que não contribui para uma economia de combustível, pois reparei que ela é bem gastona, mesmo rodando na manha, com as médias em torno de 13 km/l. Se você andar forte, o consumo cai para 6 km/l, então é bom ficar atento com a mão esquerda, até porque não há marcador de combustível e quando a luz de advertência acencer avisando que entrou na reserva, pode ser tarde caso você esteja a mais de 50 km de distância de um posto de combustível.
A Ducati Streetfighter V4 S é realmente deslumbrante, com ergonomia razoável, ótima manobrabilidade e desempenho e um painel que é adorável e fácil de usar. É uma verdadeira experiência racing, uma máquina rápida, divertida, confortável e linda. Por R$ 165.000.