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Comparativo trail: Haojue NK 150 x Yamaha Crosser x Honda Bros

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 16/08/2022
  • Por: Ismael Baubeta

As motos do segmento trail de baixa cilindrada para mim são uma excelente opção tanto para o uso no dia a dia, como para o trabalho, apesar de serem um pouco mais caras que suas congêneres do segmento street de mesma cilindrada.

Mesmo compartilhando o motor, a posição de pilotagem mais ereta e relaxada, o maior curso das suspensões e a grande agilidade são virtudes que merecem ser consideradas caso você esteja buscando uma moto, seja para iniciar no mundo motociclístico, seja para escolher sua próxima moto, é bom que você esteja aberto para novas possibilidades.

Juntamos três motos que representam muito bem esse segmento e têm muitas virtudes que comprovam porque são ágeis, versáteis e muito econômicas, pois seus motores são capazes de rodar quase quarenta quilômetros por litro. São elas: Haojue NK 150, Honda NXR 160 Bros e Yamaha Crosser 150 Z. Todas têm motor monocilíndrico de refrigeração a ar, sendo que a NK e Crosser têm 150 cm³, já a Bros tem 160 cm³ de capacidade.

Design

Olhando as três, você percebe que a Yamaha Crosser foi a última a sair do forno, principalmente pelo novo farol em LED com projetor central redondo, ela é a única da turma das trail de entrada que utiliza esse componente. Suas linhas também ganharam mais ângulos e estão mais agressivas. Outras tecnologias também foram incorporadas e valorizam o seu pacote, como o freio dianteiro com ABS, a tomada de 12V, e painel digital com conta-giros e indicador de marcha.

Por sua vez, a Honda NXR 160 Bros em sua última atualização recebeu novas carenagens com maior volume que a deixaram mais parruda, o painel também recebeu nova moldura e a suspensão dianteira ganhou as sanfonas de proteção. Ela preservou o bom pacote técnico: seu motor é o mais potente entre as três e seu sistema de freio é combinado entre os dois discos das rodas. A iluminação ainda é do tipo tradicional com lâmpada halógena no farol e seu painel, do tipo blackout, não tem conta-giros nem indicador de marchas.

Já a Haojue NK 150 tem design que confunde até quem conhece motos, tal a semelhança com a geração anterior da Bros, principalmente no formato do farol, também de lâmpada halógena. Apesar da semelhança com a moto da Honda, o desenho geral me agradou bastante. Mas vale salientar que o nível de acabamento, principalmente da mesa superior e das porcas das bengalas, é visualmente menos atrativo.

Por outro lado, a ergonomia da moto chinesa é muito boa, e o nível de conforto eu diria que é dos melhores. Seu banco é o mais macio entre as três avaliadas, tanto para piloto quanto para garupa, enquanto as suspensões trabalham com muita suavidade.

Respostas do motor

Dentro da capacidade e possibilidades desses motores, o destaque entre as usinas das trail de entrada fica para a Honda Bros, o motor mais potente e de pegada mais firme. Ele responde com mais decisão ao giro do acelerador, ganhando velocidade mais rapidamente. São 14,5 cv (14,7 cv no etanol) a 8.500 rpm de potência máxima e 1,43 kgf.m (1,63 kgf.m no etanol) a 5.500 rpm de torque.

Se você decidir rodar no etanol, vai ter respostas ainda mais incisivas, já que sua força e potência aumentam com o combustível natural, a diferença é ainda mais nítida ao rodar com garupa, é quando seu maior torque e os cavalinhos a mais se destacam para empurrar mais peso.

O motor da Yamaha Crosser, apesar de ter dois cavalos a menos que o da Bros, tem respostas bem rápidas e sua aceleração empolga também, embora ande um pouco menos que a Bros, posso dizer que a diferença não é tão gritante ao acelerar. Ela tem 12,2 cv (12,4 cv no etanol) a 7.500 rpm e 1,3 kgf.m a 6.000 rpm de potência e torque respectivamente, que entregam boa dose de emoção.

A Haojue 150 embora tenha quase a mesma potência que a Crosser, são 12 cv a 8.000 rpm e 1,2 kgf.m a 6.000 rpm de potência e torque respectivamente, as respostas ao giro do acelerador são mais lentas e ela demora mais para ganhar velocidade, mas ainda assim o conjunto é interessante. Ela é a única das três que roda apenas com gasolina.

Embora a moto da Haojue tenha ABS na roda dianteira, ela também é a única deste comparativo trail que tem o freio traseiro a tambor. Por outro lado, seu painel digital tem conta-giros e indicador de marchas, informações que o modelo da Honda não tem, por exemplo.

Suspensões

As três motos são muito competentes no quesito suspensões, embora não tenha conseguido o curso das suspensões da Haojue NK 150, ela tem aparentemente curso muito próximo das outras duas, que têm 180 mm na roda dianteira, sendo de 160 mm na roda de trás da Crosser e de 150 mm na Bros.

A Yamaha é a que tem as suspensões mais rígidas, acerto que ajuda na tocada mais esportiva, se você é daqueles que gosta de contornar curvas com mais intensidade, mas essa característica não chega a comprometer o conforto.

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A Bros fica no meio termo entre a NK e a Crosser, suas suspensões são confortáveis e com maciez na medida para engolir qualquer buraco ou vala com determinação e progressividade, copiando muito bem o pavimento, o nível de conforto seria melhor se o banco não fosse tão rígido.

Freios das trail de entrada

No quesito freios, a Haojue NK 150, apesar e ter o sistema ABS na roda dianteira, das três é a que apresentou o tato mais “borrachudo”, exigindo mais força no manete para sentir melhor a pegada na roda dianteira. Sua desvantagem é ter o freio a tambor na roda de trás. O ABS também não é muito intrusivo e ajuda nas frenagens de emergência. 

A Bros tem sistema de freios muito eficiente, com boa pegada e potência para oferecer ótimas frenagens. Para mim, embora eu considere o sistema combinado muito bom para os motociclistas que estão começando ou aqueles que têm o vício de frear somente com o freio de trás, ele atrapalha um pouco nas manobras de baixa velocidade em espaços apertados, pois quando o freio dianteiro entra em funcionamento acaba desestabilizando a manobra.

A Crosser também tem freios eficientes e de boa pegada, só nas frenagens mais exigentes o ABS da roda dianteira entra em funcionamento, transmitindo boa sensação de segurança.

Conclusão do comparativo trail

Sem dúvida esse segmento das trail de entrada é dos mais interessantes para a utilização urbana, e as três motos são muito competentes, ótimas opções para rodar na cidade e encarar ruas mais esburacadas e as vezes até sem asfalto.

A Haojue NK 150 me surpreendeu pelo bom comportamento geral, embora seu motor seja o mais pacato entre os três. Seu nível de conforto também merece destaque. Outro ponto positivo é o menor preço e, se o valor for preponderante na escolha, os R$ 17.791, sem dúvida, são um bom investimento. 

A Bros tem excelente pacote técnico, o porte maior e o motor mais forte e empolgante são pontos fortes, mas por outro lado, é a mais cara, os R$ 20.300 podem ser respaldados pela imensa rede de concessionárias, mas ainda assim são R$ 1.000 a mais do que a Yamaha e R$ 2.500 diante a Haojue.

A Crosser 150 tem a seu favor o design mais moderno e a iluminação total LED, esses quesitos valorizam seu passe diante da concorrência, mas as qualidades dinâmicas complementam suas virtudes e, para mim, a fazem a melhor opção de compra.

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