BMW S 1000 RR M Carbon
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BMW S 1000 RR M Carbon: cada vez mais perfeita para as pistas

7 Minutos de leitura

  • Publicado: 22/11/2022
  • Por: Ismael Baubeta

Se você é daqueles motociclistas que curtem acelerar nas pistas e superar seus limites, a BMW S 1000 RR M Carbon é uma excelente ferramenta para este objetivo

FOTOS: GUSTAVO EPIFÂNIO

Para quem gosta de velocidade, acompanha as competições e se amarra em fazer um track day, as motos superesportivas de 1.000 cm³ são o sonho de c onsumo, o nirvana da emoção e a forma mais rápida de fazer o abastecimento no sistema sanguíneo de endorfina, adrenalina e as demais “inas” que causam prazer ao ser humano e estimulam a vida de quem acelera essas motocicletas.

É um verdadeiro vício, e não é preciso ser um piloto profissional para se divertir com elas, agora, tirar 100% de todo o potencial dessas motos é tarefa para poucos pilotos, eu diria que a grande maioria profissionais.

A BMW S 1000 RR M Carbon, não foge à regra, mas a marca alemã fez um grande trabalho e tornou a pilotagem da S 1000 RR mais “fácil”, pela leveza do conjunto e pela quantidade de possibilidades de ajustes para melhorar o feeling do piloto, que ainda assim tem que ter bastante habilidade e sensibilidade para realmente aproveitá-la na pilotagem esportiva e se aproximar dos melhores tempos de volta.

A vantagem dos motociclistas

Em meu ponto de vista, nós motociclistas apaixonados por velocidade e motos superesportivas, temos uma grande vantagem sobre os apaixonados por supercarros e desempenho, afinal, com uma moto de 1.000 cm³, como esta BMW S 1000 RR de R$ 158.500 de preço de etiqueta, é possível acelerar de 0 a 100 km/h em pouco mais de três segundos (dependendo de sua habilidade), sem contar as sensações ao pilotá-las e contornar curvas, que nenhum outro veículo é capaz de oferecer. 

Para ter uma sensação semelhante a essa de aceleração sobre quatro rodas é preciso investir, sei lá, talvez R$ 500.000, uma enorme diferença. Mas paixão é paixão, e os amantes dos supercarros provavelmente vão discordar de mim, e eu entendo, porque também adoro carros.

Engenharia BMW

Na versão M Carbon, os engenheiros da BMW se concentraram em baixar o peso da moto para deixá-la o mais ágil e leve possível na pilotagem. Várias peças em fibra de carbono marcam presença, como o próprio nome da versão indica.

Parte da carenagem, para-lamas dianteiro e traseiro, mas o principal componente no material são as rodas, que são pouco mais de um quilo mais leves que as rodas do modelo sem a letra “M” estampada e fazem grande diferença na agilidade da moto.

Mas a leveza não se resume a isso. A bateria de lítio também é mais leve (dois quilos) e as válvulas de admissão de titânio têm o eixo perfurado para aliviar peso. O acionamento das válvulas é feito por corrente diretamente ligada ao virabrequim, sem engrenagens intermediárias.

O chassi de alumínio foi construído para manter o conjunto estreito e oferece um excelente encaixe do piloto no amplo cockpit, que permite a movimentação na pilotagem sem qualquer tipo de restrição ou incômodo.

Mas estamos acelerando uma moto esportiva, portanto não espere uma moto confortável para acelerar por muitos quilômetros na estrada. Por outro lado, quanto mais curvas tiver o caminho, mais divertimento a S 1000 RR é capaz de oferecer e, chegando ao destino, você nem vai se lembrar do cansaço.

A leveza do conjunto impressiona, tal a rapidez com que é possível colocá-la na trajetória que você quiser, e ela chega a ser rápida demais nas inclinações se você estiver em tocada mais lenta, mas basta se acostumar para tirar o melhor proveito de todo seu dote ciclístico.

O propulsor alemão

O motor da S 1000 RR M Carbon não é o mais potente da turma das superesportivas de 1.000 cm³. A moto alemã tem 207 cv, e só para comparação, a Ducati Panigale V4 tem 214 cv, e a recém-chegada Honda CBR 1000RR-R Fireblade tem 217 cv, uma boa diferença em se tratando da briga entre quilos e cavalos.

Ao acionar o motor alemão você pode ser pego de surpresa pelo ruido que ele emana, um som metálico bastante agudo, mas basta fazê-lo subir de giro para começar a se empolgar até que, em movimento, com as rotações em alta, o poderoso ronco tome conta de seus sentidos e você só queira continuar subindo marchas rapidamente com o quickshifter bem calibrado.

Ele é explosivo de média para alta rotação, constantemente quando você enfia a mão a roda dianteira teima em apontar para o céu, mas a eletrônica logo a faz encostar de volta. 

O comando variável Shift Cam da BMW a faz bastante suave nas faixas mais baixas de giro, ajudando nas reacelerações de saídas de curvas mais lentas, mas a diversão e emoção moram mais para cima.

Eletrônica

São quatro modos de pilotagem, Rain, Road, Dynamic e Race, e mais três Race Pro que permitem configurações mais finas em todos os parâmetros, principalmente para quem quer baixar seu tempo de volta na pista.

A eletrônica desta BMW contempla: controle de largada, limitador de velocidade em pit lane, quickshifter para as mudanças de marcha ultrarrápidas sem uso embreagem, além de ABS cornering (também configurável) e controle de tração dinâmico, que permite controlar a subida da roda dianteira nas acelerações. 

  • BMW S 1000 RR M Carbon

Todos os parâmetros são controlados pela IMU (Unidade de Medição Inercial) de seis eixos, tudo para tirar o melhor proveito de todo o pacote técnico da S 1000 RR M Carbon. Outro componente eletrônico importante é a suspensão semiativa que é controlada pelo sistema e se ajusta de forma dinâmica, mas também podem receber ajustes mais finos de acordo com as predileções do piloto.

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Dinâmica e freios

O sistema de freios da S 1000 RR M Carbon é muito eficiente. Na dianteira os dois discos de 320 mm mordidos por pinças radiais de quatro pistões são extremamente potentes e permitem frenagens insanas nas aproximações das curvas, e o freio traseiro oferece o equilíbrio necessário nas frenagens. O conjunto combinado com a bomba radial do manete não exige muita força para sentir as pinças trabalhando com pegada firme, potência e muita progressividade. 

O conjunto de suspensões semiativas também merece elogio, pois sua capacidade de manter a motocicleta no prumo nas curvas transmite excelente velocidade de passo de curva e nas frenagens mais ríspidas, e, apesar de a frente da moto mergulhar bastante, você percebe que a traseira busca manter o contato com o chão e o melhor desempenho. 

A BMW construiu a S 1000 RR de forma a oferecer alternativas de ajustes finos eficazes para quem quer baixar o tempo na pista, e através da balança e do amortecedor traseiro é possível combinar distância entre-eixos e altura da suspensão traseira (distribuição de peso), assim o piloto pode variar as respostas na tocada de acordo com as características da pista e suas preferências.

A S 1000 RR M Carbon é uma moto muito equilibrada, cheia de tecnologia e pronta para o alto desempenho para quem busca superar seus limites na pista, mas também oferece diversão se o negócio for bate-voltas na estrada com muitas curvas. Assim os R$ 158.500 sugeridos parecem ser um excelente investimento. 

Agradecimentos ao Circuito Panamericano – Powered by Pirelli

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