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Testes

BMW F 900 R: De volta ao páreo

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 26/01/2023
  • Por: Ismael Baubeta

A BMW retorna ao segmento naked com a nova F 900 R depois de cinco anos ausente. A ‘efe’ ressurge com duas versões totalmente remodelada e tecnologicamente atualizada para conquistar os motociclistas

Fomos até o circuito Panamericano, da Pirelli, na cidade de Elias Fausto a convite da BMW para conhecer e acelerar pela primeira vez a F 900 R, moto que antes de mais nada marca o retorno da BMW ao importante segmento das Naked de alta cilindrada.

Como é a nova BMW

Esta F 900 R nada tem a ver com a F 800 R, que tivemos aqui até o final de 2017, tampouco seu motor é derivado da F 850 GS. A BMW desenvolveu a moto sobre um propulsor capaz de gerar 105 cv, só que não para o Brasil, nos testes de homologação foi preciso “enforcá-lo” para que se enquadrasse nos parâmetros de ruído. Dá para acreditar?

No final das contas para enquadrar a F 900 R nos índices, os engenheiros da BMW mexeram na eletrônica e, consequentemente na relação final da moto, encurtando-a, para suprir a perda nas respostas. As mudanças tolheram 20 cv da Naked que finalmente foi apresentada com 85 cv de potência máxima a 6.750 rpm, ao invés dos 105 cv a 8.500 rpm.

Aparência

O design da F 900 R ficou muito atrativo, as linhas seguem a tendência de vincos e ângulos bem marcados, o formato do tanque permite bom encaixe das pernas e é alto na parte do bocal. As abas laterais pontiagudas avançam em direção às bengalas e descem em direção ao motor como se fosse um bumerangue de três pontas.

O bloco óptico faz conjunto com o painel em TFT (que tem conexão via Bluetooth com celular) e vistos de frente parece um roadbook das motos de rali.

O banco em dois níveis é compacto e na parte de trás e as alças para o garupa faz boa composição com o conjunto de lanterna e piscas, a traseira ficou discreta e minimalista. A ponteira de escape também tem formato bastante moderno e valoriza o design da moto.

A ergonomia é neutra, apesar do corpo levemente inclinado para a frente e das pedaleiras bastante recuadas. Não parece, mas a F 900 R é bastante alta, vários dos jornalistas presentes no teste, mais baixos que eu, tiveram que ficar na ponta dos pés para alcançar o chão, uma característica típica das motos alemãs.

Equipamentos BMW

O conjunto ciclístico é formado pelo chassi perimetral em alumínio, com o sub-chassi parafusado e ele. Além das diferenças na quantidade de eletrônica embarcada, as duas versões; Sport e Sport Plus, diferem em uma série de equipamentos e na eletrônica, mais básica na moto de entrada.

A F 900 R Sport Plus tem bengalas de 43 mm de diâmetro invertidas e de regulagem eletrônica, assim como no amortecedor, com sistema ESA. A eletrônica contempla controles mais abrangentes e sofisticados como ABS Pro, controle de tração dinâmico e quickshifter, equipamentos que não estão disponíveis na versão mais barata.

Dinâmica

Basta dar a partida no motor para sentir o belo som vindo da ponteira de escape. Grave e forte, o berro se intensifica à medida que inicio a aceleração ao entrar na pista e me agrada muito. Logo quero ouvi-lo falar mais alto, vou trocando as marchas da versão Plus em giro mais alto para me deliciar utilizando o quickshifter.

O amortecedor de direção ajuda a manter o guidão firme quando a frente da moto tende a ficar mais leve nas acelerações. Trata-se de mais um bom recurso para a segurança.

Apesar dos 85 cv não serem uma cifra exorbitante e do motor não falar tanto em alta, o ponto forte é o torque percebido nas saídas de curva. Assim sendo, aproveitei para acelerar ainda com a moto inclinada tentando provocar o controle de tração e sentir a suave intervenção.

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Comportamento

A F 900 R permite boas frenagens e nas entradas de curva chega sempre bem estabilizada. A rigidez do conjunto se mostrou muito competente para a rodagem na pista permitindo contornar as curas com excelente velocidade e bem pregada ao chão.

Mas o compromisso com a esportividade, como é de se esperar, compromete o conforto do conjunto. Afinal estávamos em um autódromo de piso liso, situação bem diferente das ruas esburacadas, onde o conjunto deve sofrer um bocado para isolar as irregularidades.

O sistema de freio é muito bom, com dois discos de 320 mm e pinças radiais de quatro pistões na dianteira. Isso exige pouca força para fazer boas frenagens sempre transmitindo sensação de segurança para acelerar com tranquilidade.

A F 900 R é uma moto que empolga e satisfaz! Contudo, os R$ 64.900 da versão menos equipada a coloca em certa desvantagem contra outras que oferecem mais desempenho. A Kawasaki Z900 (R$ 61.640) e a Yamaha MT-09 (R$ 59.090) são prova disso.

Por seu lado, a versão Plus se distancia delas, não só no preço como também nos equipamentos tecnológicos a mais. De qualquer forma é uma boa opção de aquisição para quem busca uma moto equilibrada e que também oferece status.

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