A Multistrada completa 19 anos desde sua primeira versão em 2003, e a Ducati comemora mais de 110 mil unidades vendidas pelo mundo.
A marca italiana sempre trabalhou com o modelo desenvolvendo o conceito “Multi”, transformando-a em uma moto de muitas possibilidades de utilização. Agora ela estreia a mais alta tecnologia disponível para motos na Ducati Multistrada V4 S, que começa a ser oferecida no Brasil por R$ 144.990.
Ducati Multistrada V4 S e seu design primoroso
Embora a Multistrada V4S mantenha identidade com sua versão anterior, agora ela também ganhou parentesco com a superesportiva Panigale com a linha dos faróis. A versão V4S está mais volumosa, tem linhas bem marcadas e seu design, segundo a Ducati, também melhorou o desempenho e a proteção aerodinâmica.
O compacto motor V4 exigiu que fossem criados apêndices aerodinâmicos para aumentar sua refrigeração e ainda desviar o calor emanado pelo motor do corpo do piloto.
Motor V4 a 90°
A Ducati vem aperfeiçoando a “customizando” o motor em V de quatro cilindros a 90°, com distintas características para os diferentes modelos em que ele é montado, Panigale, Streetfighter e Multistrada. No caso da Multistrada, a usina foi batizada de Granturismo V4, e tem como destaque o maior intervalo de manutenção, a cada 60 mil quilômetros e troca de óleo a cada 15 mil quilômetros.
A proposta da Ducati Multistrada V4 S é ser eficaz em todo tipo de utilização, urbano, esportivo, fora de estrada e touring, por isso as características do motor foram alteradas e sua potência máxima foi reduzida em relação aos demais modelos que recebem o poderoso V4, nela são 170 cv a 10.500 rpm.
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A Ducati buscou singularidade nas reações deste motorzão de quatro cilindros, fez alterações em relação ao V4 da Streetfghter para oferecer mais torque em baixa e média rotações.
Algumas das mudanças feitas: aumento do diâmetro dos cilindros (de 81 mm para 83), assim a capacidade volumétrica passou para 1.158 cm³. O sistema de explosão dos cilindros batizado de twinpulse”, que ordena a explosão dos cilindros por pares com intervalo maior entre eles, onde a combustão acontece primeiramente nos dois dianteiros.
Os cilindros traseiros, assim como na Streetfighter, são desligados para diminuir a irradiação de calor do motor para o piloto, isso acontece quando a moto está parada em marcha lenta.
Alta tecnologia
Segundo a Ducati a Multistrada V4S é a primeira moto em produção a receber um radar (dianteiro e traseiro) como item de segurança. O dianteiro tem funcionamento combinado com o piloto automático (Cruise Control Adaptativo – ACC).
Ele começa a funcionar a partir dos 30 km/h e vai até os 160 km/h. Ativado, ele permite diferentes configurações de distância para o objeto frontal, em caso de aproximação abrupta, ele desacelera e freia a motocicleta.
O radar traseiro da Ducati Multistrada V4 S avisa, através de luz indicadora no painel, a rápida aproximação de outro veículo ou, através de luz nos retrovisores, veículo em ponto cego.
Outros equipamentos tecnológicos importantes embarcados na Ducati Multistrada V4S são: painel de 6,5 polegadas em TFT com interface com smartphone, além de poder funcionar como navegador GPS.
As suspensões de longo curso com regulagens eletrônicas Marzocchi Ducati Skyhook Suspension (DSS), com ajuste de altura automático e 170 mm de curso na roda dianteira e 180 mm atrás.
O sistema de freio Brembo é de última geração e conta com pinças radiais monobloco Stylema e discos de 320 mm na dianteira, assisito por ABS cornering.
A iluminação da Multistrada é total LED com DRL e cornering lights. Assitente de saída em aclive, quickshifter, controle e tração, antiwheeling, manoplas e bancos aquecidos fecham o completo pacote tecnológico desta Ducati.
Primeiras impressões sobre a Ducati Multistrada V4 S
É muita coisa para conhecer e explorar para ver como funciona, neste primeiro teste dinâmico aceleramos a Ducati Multistrada V4S por estradas de terra batida, cascalho e alguma areia, utilizamos a moto no modo Enduro. Nesse modo a controle de tração e ABS da roda traseira são desligados e a potência entregue à roda é de 115 cv, mas sua entrega é mais imediata, facilitando a superação de obstáculos.
A suspensão traseira teve a pré-carga e altura do banco reduzidas para uniformizá-la para os diferentes convidados presentes no teste ride.
Apesar do tamanho intimidador da parte frontal da moto, ao subir sobre ela você confirma a bem acertada ergonomia, inclusive para pilotar de pé sobre as pedaleiras.
O primeiro trecho ao sairmos era de cascalho e assim que comecei a sentir a moto querendo seguir vontade própria, acelerei para fazê-la seguir na linha, a entrega foi imediata e as derrapadas de um lado para outro fizeram-me sorrir de satisfação.
Apesar dos 240 quilos em ordem de marcha indicados na ficha técnica, a pilotagem é bastante leve, não é preciso muita força para colocá-la onde você quer e o motor está sempre à disposição para ajudar a contornar as curvas fazendo-a apontar a saída mais rapidamente.
As suspensões absorveram bem as pancadas das valas e os desníveis, mas como a traseira estava mais mole, para baixar a moto, em duas ocasiões em depressões mais fortes ela deu final de curso.
As respostas ao acelerador não são como as motos especiais de 450 cm³ de cross e enduro, mas são incisivas e você ganha velocidade muito rapidamente, é preciso parcimônia, principalmente se você não conhecer o trajeto, como nós.
Faltou conhecer como ela se comporta por estradas e nas vias urbanas, situação que vamos testar assim que a moto vier para a redação.
A Multistrada V4S, sem dúvida, é uma moto muito bonita e tecnológica, além de eficiente no fora de estrada, tudo indica que sobre o asfalto ela seja ainda melhor. Essas credenciais devem torna-la um sucesso por aqui também.