Com o aumento das exigências para redução da emissão de gases poluentes das normas ambientais (Promot4 no Brasil e Euro4, na Europa), das agências controladoras, cada vez mais a indústria procura soluções que consigam aumentar o desempenho de seus motores e atender os índices de emissões. As fábricas de automóveis já estão nesse caminho há algum tempo e a prova disto são os motores menores (de três cilindros) turbo alimentados, que conseguem reunir desempenho, economia com baixa contaminação do meio ambiente.
No mundo das motocicletas a marca que colocou mais recentemente uma moto sobrealimentada por turbo compressor foi a Kawasaki com a Ninja H2 e H2SX, utilizando o sistema de acionamento mecânico da turbina, através do movimento do virabrequim. A Suzuki também mostrou uma moto conceito no Salão de Tókio de 2013, batizada de Recursion, sobre um motor de dois cilindros.
Segundo o site inglês bennetts.co.uk, recentemente a Yamaha teve um registro de patente publicado no Escritório de Patentes Europeu EPO (European Patent Office), mas nem sempre os pedidos acompanham cronologicamente o desenvolvimento dos protótipos, que por vezes já são exibidos como conceitos em eventos como feiras internacionais. A data desta publicação é de 2017, mas no Japão há registros no órgão de patentes do país de 2016. Tome como exemplo os primeiros registros do motor da Kawasaki H2/H2R, datados de 2010, foram cinco anos até a moto entrar em produção. No caso da Suzuki Recursion, por exemplo, ainda não se sabe quando, ou se será lançada.
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Na verdade, os desenhos enviados estão baseados na MT-09 (veja o detalhe do chassi de alumínio) e o motor sobrealimentado segue o conceito de aproveitar os gases de exaustão para acionar a turbina colocada entre a roda dianteira e o motor, mas estes desenhos às vezes apenas reservam o espaço para o design final.
Com relação ao motor, nos desenhos ele aparece com dois cilindros e isto poderia indicar que a Yamaha eliminaria um dos cilindros da MT-09, tendo assim 585 cm³, menos que os 689 cm³ da MT-07, mas que poderia atingir uma potência máxima muito próxima da maior (com o ganho aproximado de 50% na potência máxima, gerada pelo turbocompressor), com a diferença de que seria mais econômico e ainda poluiria menos.
Nos desenhos há diferentes configurações de posicionamento da turbina, abaixo o desenho mostra a turbina bem próxima ao cabeçote, o que possibilitaria a instalação do catalizador também na frente do motor. Em ambos os casos há a utilização de Intercooler para refrigerar o ar vindo da turbina para a mistura. De acordo com outras patentes requeridas ao redor do mundo, assinadas por engenheiros da Yamaha, a fábrica estaria trabalhando com uma válvula e alívio para suavizar as respostas do motor a baixas rotações.
De fato, a corrida para atender às exigências das normativas está fazendo as fábricas pensarem e investirem em soluções como o turbo. Quem dita as regras são as entidades reguladores e a normativa Euro5, que deve entrar em vigor em 2020/21 na Europa, afunila ainda mais a questão, exigindo adaptações dos fabricantes de veículos em geral para atendê-la. Se não há outra possibilidade, ao menos as imposições, impulsionam novas tecnologias.