Em Paraty, histórica cidade no litoral do Rio de Janeiro, a Kawasaki apresentou nesta quinta-feira, 21, a trail Versys-X 300, motocicleta revelada ao mundo no Salão de Milão, em novembro de 2016 e que chega às concessionárias da marca no Brasil em outubro.
A moto se diferencia das demais trail vendidas no Brasil pela seu conjunto mais refinado. O seu visual divide opiniões e lembra muito a KLR 650, que nunca foi vendida por aqui. Nós gostamos, principalmente na cor verde. Ela será comercializada em três versões: sem ABS, com ABS e a Tourer (apenas com ABS). Ela amplia a família 300 da Kawasaki, se juntando a esportiva Ninja 300 e a naked Z300, com quem compartilha o mesmo motor bicilíndrico em linha, arrefecido a líquido, com 296 cm³, que rende 40 cv de potência máxima, de acordo com a marca, com pico de torque de 2.6 kgf.m. Ela pesa 175 kg e tem 17 litros de capacidade no tanque de combustível, o que garante boa autonomia.
Tecnicamente e pelo preço, ela não tem concorrente direto no Brasil. Ela está um nível acima de Yamaha Ténéré 250 e Honda XRE 300 e tem proposta diferente da Honda CB 500X, que não vai tão bem no fora de estrada, pela roda aro 17” e pneu mais voltado para o uso no asfalto. Enquanto não chegam BMW G 310 GS e Suzuki V-Strom 250, ela está sem rival no Brasil, e servindo como opção para quem tem as trail 250 e 300, mas quer mais desempenho, conforto e segurança.
Temos os preços das três versões:
- Versys-X 300: R$ 22.900
- Versys-X 300 ABS: R$ 24.990
- Versys-X 300 Tourer ABS: R$ 26.990
Para as 200 primeiras unidades vendidas, a marca está trabalhando com preços promocionais. A Versys-X 300 sem ABS sai por R$ 20.990 nas primeiras 70 unidades, a com ABS custa R$ 23.990 em 80 unidades e as primeiras 50 unidades da Tourer serão vendidas por R$ 25.990. Todos os preços divulgados aqui estão sem o valor do frete, que varia da região do país. Consulte na concessionária Kawasaki mais próxima de você o preço exato. O valor máximo do frete, divulgado pela Kawasaki na coletiva de lançamento da moto, é de R$ 1.216,17.
Primeiras impressões
Já andamos nela e a primeira impressão foi de… Estranheza! As motos trail são conhecidas pelo torque elevado em baixas rotações, lembrando que na grande maioria, são monocilíndricas. O motor bicilíndrico em linha tem como característica o alto desempenho em altas rotações, por isso, foi necessário rodar um tempo com a moto para entender que é preciso andar com o acelerador mais dosado para transpor obstáculos no fora de estrada. Algo que facilmente se adapta, mas pode afastar os fãs mais conservadores do estilo trail, dizer que ela é menos divertida ou menos ágil seria um erro.
O chassi utiliza o motor como parte da estrutura e a moto não tem protetor de cárter de fábrica. Então é necessário um pouco de cuidado antes de se aventurar nas trilhas por ai, para não bater e danificar a moto por baixo. Ela é alta, com 180 mm de altura mínima e 845 mm de altura do assento, e conseguimos fazer bastante com ela. Para os aventureiros, o protetor de cárter é um acessório bem recomendado.
Os freios estão bem calibrados e trabalham muito bem tanto no asfalto, quanto na terra, garantindo a segurança do motociclista, junto com o bem escolhido pneu Pirelli MT60, um autêntico pneu misto (detalhe: o pneu usado na Versys-X 300 é sem câmara de ar (tubeless), mas nesta moto ele está com a câmara, porque a roda é raiada). A moto não deixa a desejar em nenhuma condição de uso. As suspensões também estão bem calibradas, sendo que na traseira, monoamortecida, existe o ajuste de pré-carga, que pode ser necessário endurecer um pouco, quando levar garupa e bagagem, para a moto manter sua estabilidade, principalmente em curvas.
O motor como já dissemos, trabalha em alta, e na estrada, basta colocar na sexta marcha e esquecer do câmbio. O motor é bem elástico e anda bem a 120 km/h e até uns 50 km/h sem precisar de redução da marcha. Na estrada é onde o bicilíndrico mostra seu poder de fogo. Sem precisar reduzir marchas, é possível facilmente realizar ultrapassagens. Mesmo com a moto carregada.
Na versão Tourer, as malas laterais são práticas, mas comprometem andar em espaços reduzidos entre os carros e não tem encaixe com engate rápido na moto. Elas são parafusadas e só podem ser removidas com ferramenta. Os protetores de mão, de motor e carenagens são úteis, assim como os faróis auxiliares, em LED, que complementam a luz do farol, que poderia ser em LED, mas nem as Versys maiores ainda tem essa iluminação…
Em resumo, ela convence. Não nega fogo no asfalto, é bem confortável, tanto para piloto quanto para passageiro, tem desempenho para andar rápido na estrada, suas suspensões, pneus e freios estão acertados para andar bem no fora de estrada e o motor bicilíndrico exige adaptação para quem está acostumado com as trail convencionais. Acreditamos que o preço poderia ser menor para ser mais competitiva. Vamos ver como o mercado receberá esta importante novidade. Para quem tem Ténéré 250 ou XRE 300, seria sim um bom e autêntico upgrade para se manter no mundo trail.
Na edição de outubro da MOTOCICLISMO vamos publicar um teste completo com esta novidade. Fique ligado!