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Kawasaki lança Z900 2025 por R$ 63.000 e ZH2 por R$ 120.000

Duas máquinas do segmento naked debutam no mercado brasileiro esbanjando performance e tecnologia; confira detalhes e primeiras impressões!

11 Minutos de leitura

  • Publicado: 14/02/2025
  • Por: Ismael Baubeta

Kawasaki Z900
O design renovado da Z900 ficou ainda mais agressivo. (Foto: Kawasaki)

A Kawasaki anunciou a chegada de duas de suas principais motocicletas naked, a Z900 e a incrível, ZH2, de motor turbo alimentado. Segundo a fábrica, estarão à venda no segundo trimestre.

Primeiramente é bom lembrar que a linha Z surgiu em 1972, com a Z1, um marco para a época e para a Kawasaki que obteve grande sucesso de vendas com o modelo.

Hoje a família Z abrange uma gama completa, nesse sentido ela oferece a Z500, a intermediária de 650 cm³ e vai até as de alta cilindrada como a renovada Z900, a Z1000 e agora com a inédita ZH2.

Kawasaki Z900

A Z900 em 2024 emplacou 947 unidades no Brasil, o que mostra seu sucesso entre os motociclistas. Veja a seguir tudo o que mudou nela.

Ergonomia

A posição de pilotagem da Z900 é bem acertada e confortável o guidão quase reto mantém a boa posição para um piloto com minha estatura de 1,8 metro. O tanque é estreito entre as pernas e permite bom encaixe.

Kawasaki Z900

A Z900 não é uma moto baixa, a combinação da altura do banco de 830 mm do solo com a rabeta alta dificulta a missão dos pilotos mais baixo de montar na moto e apoiar os pés no chão.

O que mudou na Z 900

O que mais chama atenção à primeira vista é um novo design, bastante mais agressivo e insinuante. O formato dos faróis da Z900 remete ao olhar penetrante de um felino feroz.

Do mesmo modo, a silhueta bem-marcada com ângulos combina com as abas laterais, agora mais compactas em alumínio escovado, com a rabeta esguia e alta.

As linhas são valorizadas pela bela combinação de cores que tem o preto e o cinza metálicos como protagonistas.

Kawasaki Z900

A iluminação é total LED e inclui os piscas. Por sua vez, o painel é em TFT e permite conexão com celular através do App da Kawasaki, o Rideology, que navega curva a curva e logo deve receber comandos de voz para algumas operações.

Chassi

A princípio o chassi mantém sua estrutura de treliça tubular em aço, mas recebeu reforço perto do pescoço para ter mais rigidez.

Por outro lado, o sub chassi está em posição um pouco mais horizontal para mudar o formato do banco e dar mais espaço ao piloto.

As suspensões da nova Z900 também mantêm suas características com bengalas invertidas  KYB de 41 mm de diâmetro totalmente reguláveis na dianteira e um monoamortecedor a gás com regulagem na pré-carga da mola e compressão hidráulica atrás.

As rodas de aro 17 polegadas receberam os bons pneus Pirelli Diablo Rosso lll que oferecem excelente desempenho e muita segurança na pilotagem esportiva.

Freios

O sistema de freio é poderoso, na roda dianteira são dois discos de 300 mm de diâmetro mordidos por pinças radiais de quatro pistões Nissin. Atrás, o disco é de 250 mm com pinça de pistão único.

O tato e precisão são ótimos e permitem frenagens fortíssimas com total controle, não é preciso muita força no acionamento do manete e o ABS não se mostrou excessivamente intrusivo.

Motor revisto

O motor da Z900 de 4 cilindros, 948 cm³, 16 válvulas e refrigeração líquida recebeu atualizações para se adequar às novas regras de emissões do Promot5.

As mudanças mais importantes no motor ficaram por conta do comando de válvulas revisto, do novo corpo de borboletas, bem como da eletrônica muito mais completa.

Kawasaki Z900

Os engenheiros da Kawasaki conseguiram adequar o motor à normas sem perder potência e torque, ou seja, o motor ficou 16% mais econômico e 11% menos poluente.

Ainda assim o propulsor é capaz de gerar 124 cv a 9.500 rpm e 9,9 kgf.m a 7.700 rpm de potência e torque máximos, só que agora como uma entrega melhor em média rotação.

Nova eletrônica

Além disso, a eletrônica ficou muito mais completa com a nova IMU de seis eixos capaz de fazer as leituras da inclinação, acelerações e torção de chassi, para assim o sistema KCMF (Kawasaki Cornering Management Function), integrar as respostas do ABS, do controle de tração e freio-motor para ajudar o piloto em situações mais críticas.

A Z900 tem quatro modos de pilotagem, Sport, Road, Rain e o modo Rider, configurável de acordo com as preferencias do piloto. O câmbio conta com embragem assistida e deslizante e as trocas são feitas rapidamente pelo quick shifter.

Na pista com a Z900

Nossa experiência com a Z900 foi no excelente autódromo Race Ville, que fica dentro de uma fazenda na região de Brotas, interior de São Paulo, uma pista rápida e muito técnica.

A primeira saída foi com a Z 900, ao subir na moto já percebo bom encaixe da ergonomia para minha estatura, porém outros pilotos mais baixos conseguiam apoiar apenas a ponta dos pés no chão.

Kawasaki Z900

Logo ao sair do box entramos uma parte de alta velocidade, na qual pude sentir todo o vigor do motor de 4 cilindros da Z900, fui subindo as marchas sem embreagem para confirmar o bom funcionamento do quick shifter, basta um leve toque no pedal de câmbio para que ele engate as marchas com precisão.

Do mesmo modo, as respostas ao giro do acelerador em média rotação estão mais rápidas fazendo as retomadas ainda mais instigantes e divertidas.

Nas saídas de curva fiz o giro do motor subir quase até a zona de corte para sentir a frente da moto flutuar com a potência despejada na roda, aumentando a diversão do teste.

Depois de devidamente aquecidos pneus, freios e meu corpo, exigi um pouco mais nas frenagens aumentando também a velocidade no passo de curva.

Kawasaki Z900

Andamos com as regulagens de fábrica, nesse sentido alguns cliques na compressão e no retorno do hidráulico da suspensão dianteira fariam diferença para diminuir as oscilações da suspensão dianteira.

De toda forma, o comportamento dinâmico da nova Z900 chama a atenção, Ela é uma moto leve, rápida e precisa em seu direcionamento e contorna as curvas bem pregado ao chão. O ronco de seus quatro cilindros é inebriante e contagiante.

Sem dúvida, é uma moto que pode rodar suavemente pela cidade, lisa como veludo, mas se você quiser provocá-la, vai sentir todo seu poder e se divertir pra valer.

Preços e versões

A Z900 continua com duas versões, a Standard que tem opção de cor verde e vermelha (curiosamente a cor é do chassi) e o preço sugerido com frete incluso é de R$ 62.690.

A versão R Edition recebe alguns componentes a mais como bengalas douradas (com mesma especificação), amortecedor traseiro Öhlins com manípulo para regulagem da pré-carga da mola e compressão hidráulico.

Por sua vez, o sistema de freio recebe as pinças radiais e discos da italiana Brembo na dianteira, com mangueiras do tipo aeroquipe.

Outro componente que a diferencia é o banco com acabamento em dois tons. O preço da versão R Edition é de R$ 70.790.

Kawasaki ZH2

Certamente a vedete grande vedete do lançamento foi a Z H2, que resgata em nossa memória a essência da Ninja H2 e H2 R, que estiveram por aqui alguns anos atrás.

Depois de alguns anos sem as feras da linha turbocharger H2 no Brasil, a Kawasaki decide trazer a versão 2025 com preço agressivo, “apenas” R$ 119.990, para botar para quebrar.

Kawasaki ZH2
O design da ZH2 é espetacular, chama a atenção para valer. (Foto: Kawasaki)

Uma moto de 200 cv de potência e 14 kgf.m de torque que acelera como um foguete e diverte mais que uma montanha-russa.

Desenho agressivo

Esta é a Naked mais nervosa da Kawasaki em todos os sentidos. A começar pelo design invocado que propositadamente parece um felino em posição de ataque.

As linhas são agressivas e os ângulos estão por toda a moto, destaca-se o farol e as longas abas laterais que avanças sobre a roda dianteira e, do lado esquerdo, o enorme duto de admissão por onde se escuta o assovio da turbina.

O tanque parece grande, ele é alto e com o conjunto do farol que avança sobre a roda dianteira faz parecer que a moto é maior do que realmente é quando você está pilotando.

Kawasaki ZH2

Construção

A ZH2 tem o mesmo tipo de chassi da Z 900, ou seja, em treliça de aço tubular, um conjunto robusto e com suspensões muito competentes.

As bengalas invertidas têm tubos de 43 mm e diâmetro e são totalmente reguláveis e combinam com o monoamortecedor traseiro.

O conjunto de rodas de liga leve de 17 polegadas vestem, como na Z900, os belos e bons Pirelli Diablo Rosso lll, que têm excelente aderência e permitem a pilotagem esportiva com muita segurança.

Posição de pilotagem

Assim como a irmã de 900 cm³, a ergonomia da ZH2 permite uma pilotagem relaxada, com o corpo levemente inclinado à frente.

Por outro lado, na pilotagem esportiva é preciso colar o capacete ao tanque para evitar o arrasto do vento, mas o esforço vale a satisfação.

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Motor

Sem dúvida o motor de 4 cilindros sobrealimentado mecanicamente é o grande astro desta motocicleta que a medida que sobe de giro fica mais empolgante.

Diferente de outros motores turbo de comprimidos, onde são utilizados os gases do sistema de escape para girar a turbina, na ZH2 a turbina é girada por uma corrente ligada ao virabrequim.

Kawasaki ZH2

Isso quer dizer que ela está comprimido mistura em qualquer regime de rotação e à medida que a rotação sobe a compressão aumenta e a moto empurra como um foguete.

Eletrônica

A eletrônica da ZH2 é completa e imprescindível para uma tocada mais esportiva. Com a Unidade de medição Inercial (IMU) de seis eixos há uma interação entre todos os controles para ajudar na pilotagem.

ABS cornering, controle de tração, freio-motor são ajustados de acordo ao modo de pilotagem escolhido e atuam em situações diferentes, o que ajuda em situações adversas e na pilotagem mais agressiva.

O painel em TFT da ZH2, assim como na Z900, tem entre outras informações indicador de inclinação.

Sendo assim, por exemplo nas entradas de curvas mais agressivas, com frenagem forte e derrapagem, o sistema adequa segundo a condição, a potência dos freios, a intensidade do freio motor para manter a moto aprumada.

Experiência na pista

Sem dúvida, acelerar a ZH2 é uma experiência incrível, e o motor instiga a levá-lo ao limite. Se você quiser acelerar para valer, depois do primeiro susto com a reação imediata a partir dos 4.000 giros, a diversão é garantida.

A ZH2 acelera muito rápido, nas saídas de curva acelerando sem pudor trocando as marchas com o rápido e preciso quick shifter, a frente da moto levanta e o guidão fica leve, e se você não estiver esperto vai senti-lo chacoalhar.

Kawasaki ZH2

Sendo assim, para uma tocada agressiva seria muito bem-vindo um amortecedor de direção para evitar essas oscilações.

O comportamento dinâmico da ZH2 é muito bom, as suspensões estão bem calibradas e permitem aproximações de curvas com frenagens fortes bem aprumada, contornando as curvas com precisão.

O sistema de freio é composto de 2 grandes discos de 320 mm com pinças radiais de 4 pistões muito potentes com excelente tato e muito modulável.

Kawasaki ZH2
O sistema de freio é poderoso e tem excelente tato. (Foto: Kawasaki)

Não é preciso força para fazê-la parar e o conjunto de suspensões e pneus fazem a tarefa parecer mais fácil.

A Kawasaki traz esta super naked com preço agressivo de R$ 120.000, o que não é pouco dinheiro, mas comparado aos R$ 150.000 pedidos pela Ducati Streetfighter, é uma boa diferença.

Como sempre acontece com motos especiais fiquei com aquele gosto de quero mais, poderia passar alguns dias testando essa máquina por pura diversão.

Agora me pergunte se eu teria uma dessas na minha garagem. O que você acha?

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