Chegou mais uma edição da coluna Visão da Indústria, agora sobre pneus remold. Acompanhe!
Recebemos com muita surpresa uma matéria veiculada na mídia recentemente que o Inmetro pretende reabrir a discussão sobre os pneus remold. A Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças (Anfamoto) reforça sua posição contrária a essa utilização.
O pneu da motocicleta não foi projetado para ser reformado, são projetados com o objetivo de garantir a segurança e a boa dirigibilidade, se forem reformados certamente não preservarão suas características originais e a segurança. A falta de uniformidade da banda de rodagem com certeza compromete a segurança do motociclista.
Outra preocupação dos fabricantes é com o desgaste dos pneus, durante a vida útil as condições de rodagem são diferentes e as carcaças se desgastam diferentemente. Sendo assim, cada carcaça deve passar por uma avaliação específica para verificar as condições de uma possibilidade de reforma.
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Não é possível avaliar adequadamente essas condições através de uma inspeção visual, mesmo que detalhada, ela não seria capaz de detectar problemas estruturais. Estudos técnicos do próprio Inmetro demonstram que não é possível nem seguro utilizar esse tipo de pneu.
Mais considerações sobre os pneus remold na coluna Visão da Indústria
Devido a seriedade e gravidade desse assunto, esse estudo técnico foi apresentado em audiência pública, na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, em setembro de 2019. Na ocasião, o assunto foi amplamente debatido e o Inmetro permaneceu com a proibição. Desde abril de 2004, a resolução Contran 158 proíbe o uso de pneus reformados em motocicletas, seja por processo de recapagem, recauchutagem ou remoldagem.
Em 2015, a portaria Inmetro 554, determinou a proibição do serviço de reforma de pneus destinados ao uso em vias públicas para motocicletas, ciclomotores, motonetas e triciclos. Por diversas vezes foi solicitado ao Inmetro, por dirigente de associações que representam empresas de recapeamento, a revogação do artigo 6º da portaria n. 554 o que somos radicalmente contra, principalmente por se tratar de um item tão importante para a segurança quanto o pneu. O argumento é comercial: o pneu remoldado é mais “barato” e ecologicamente correto, mas não se avalia o risco para a segurança na pilotagem.
Façamos somente uma pergunta: quanto vale uma vida? O pneu não pode falhar e os estudos comprovaram o perigo dos pneus remold. Devemos combater sua utilização pela segurança do motociclista.
*Orlando Cesar Leone é Presidente da ANFAMOTO – Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças
**A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista