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Número de mulheres motociclistas cresce 76% em 10 anos

5 Minutos de leitura

  • Publicado: 08/03/2023
  • Por: Willian Teixeira

Temos mais mulheres motociclistas entre nós! Felizmente a cada ano que passa fica mais evidente a ascensão do público feminino às vantagens que só as motos são capazes de proporcionar. 

De acordo com dados do Denatran fornecidos pela Abraciclo, atualmente existem 8,8 milhões de mulheres habilitadas para pilotar motos no Brasil, um crescimento de 76,5% em relação a 2013, quando pouco mais de 5 milhões de mulheres possuíam CNH de categoria A. 

Porém, apesar desse crescimento expressivo, elas representam apenas 24% do total de habilitados. Em 2013, o índice correspondia a 20,2%.

Entre os fatores que evidenciam a ascensão do público feminino no mundo das motos estão a praticidade nos deslocamentos, o empoderamento feminino, o uso da moto como ferramenta de trabalho, além da praticidade e da diversão no dia a dia que só uma motocicleta é capaz de proporcionar.

A administradora de empresas Érika Di Iório, de 50 anos, moradora da cidade de Belém (PA) é uma delas. Quem a vê hoje com uma moto de alta cilindrada não imagina que até pouco tempo ela não se sentia apta a pilotar uma motocicleta, até que uma viagem a Brasília mudou esse cenário. “Fui com meu marido até uma concessionária. Quando vi uma motocicleta, foi paixão à primeira vista. Comprei, mesmo sem ter a carteira de habilitação”, relembra.

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De volta para casa, se matriculou numa moto escola. “As primeiras voltas de moto eram restritas ao meu condomínio. Depois de um tempo fiquei mais confiante. Mas sempre digo que andar de motocicleta é uma superação constante”, diz Érika, que é uma das integrantes da Confraria Harleyros do Pará.

Outro exemplo é o da costureira amazonense Waldesta de Oliveira Costa, de 42 anos, que também adotou a motocicleta como estilo de vida. Inscrita no concurso “Rainha do Rio Madeira”, ela conquistou o primeiro lugar e ganhou um modelo de 50 cilindradas. Desde então, não largou mais o guidão.

Quando se mudou para a capital amazonense, em 1992, Waldesta conta que havia poucas mulheres motociclistas na cidade. “Pilotava um modelo de alta cilindrada e isso, na época, chamava a atenção. Até desconfio que era a única motociclista da cidade”, diverte-se.

Numa de suas andanças, recebeu – e, é claro, aceitou – o convite para integrar um motoclube. Até que, em 2017, decidiu fundar “As Amazonas”, o primeiro exclusivo para mulheres. Hoje o grupo conta com cerca de 20 integrantes. “Somos unidas pela paixão pelas duas rodas e queremos incentivar outras a descobrirem essa sensação de liberdade”, afirma.

Mulheres motocicistas também ganham a vida em duas rodas

Com muitos quilômetros na bagagem, Josilda Maria Maciel (46 anos) e Karime Abrão (42) transformaram o amor pelas motocicletas em profissão.

Nascida em Tracunhaém, cidade do interior de Pernambuco, Josilda fez parte da primeira turma do curso de Motofretista, promovido pelo SEST/SENAT. “Éramos eu e mais uma garota”, relembra.

No início, fazer entregas representava uma forma de garantir uma renda extra até que se transformou na principal fonte de sustento. “Quando comecei na profissão, usava aqueles guias impressos para chegar nos endereços. Hoje temos o GPS que facilita muito a nossa vida”, compara. “Ainda existe preconceito, mas acredito que avançamos bastante e, com muita competência, conquistamos nosso espaço”, destaca.

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Paulista de Ribeirão Preto, Karime tem opinião semelhante. “Provamos nossa capacidade”, diz, orgulhosa. “No primeiro dia de trabalho, até chorei porque não conseguia chegar a um endereço e entregar um documento”, relembra, aos risos. “Mas, sou persistente. Nasci para encarar e superar desafios”, ressalta.

Habilitações por faixa etária

A faixa etária que concentra o maior número de habilitações, tanto para homens como para mulheres, é a que vai dos 31 a 40 anos. No total, elas somam 7.790.504 motociclistas e eles totalizam 11.871.802 habilitados.

Em segundo lugar, estão as pessoas com idades entre 41 e 50 anos. O gênero feminino responde por 6.520.793 habilitações e o masculino por 10.774.078 das carteiras na categoria A. Na terceira colocação, está o público acima 60 anos: são 3.988.122 mulheres motociclistas e 11.068.970 homens.

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De acordo com dados do IBGE/Denatran, no Brasil existe uma mulher habilitada a conduzir uma motocicleta a cada oito pessoas do gênero feminino.

Mulheres motociclistas vão de motoneta, homens de scooter

Levantamento das associadas da Abraciclo revela que os homens são os principais compradores de motocicletas e foram responsáveis por 62% dos contratos fechados em 2022. Em 2012, esse índice era de 74%.

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Na análise de preferência por modelos, a motoneta é a categoria mais procurada pelas mulheres (69%). O uso das scooters é maior entre os homens (60%).

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