A verdade é que gênios sobre motocicletas são poucos e raros, tome como exemplo (atual) Marc Marquez e Valentino Rossi na motovelocidade ou Antonio Cairoli no Motocross, eles são a grande minoria e, embora haja outros pilotos que possam afronta-los, os prodígios se sobressaem na maioria das vezes. Não querendo desmerecer nenhum outro piloto e suas habilidades, mas a verdade é que para os demais é mais difícil e exige mais tempo e esforço, para que possam se sobressair, exigindo-lhes muito mais treino.
Para os simples mortais como a maioria de nós, viciados em motos e que curtimos o prazer que elas nos proporcionam em qualquer trajeto, os cursos de pilotagem são a melhor forma para desenvolver técnicas e habilidades sobre a moto, as quais tornam os passeios, viagens e o simples ir e vir sobre uma motocicleta, muito mais prazeroso e, principalmente, seguro.
Hoje em dia os cursos de pilotagem estão em alta e há um sem fim de tipos diferentes, de pilotos reconhecidos e experientes em diferentes categorias à profissionais treinados pelas fábricas. Há inclusive desconhecidos motociclistas que se aventuram a dar aulas de pilotagem (não raramente utilizando didática de outros cursos que eles próprios cursaram), o que gera desconfiança, afinal, estamos falando de segurança.
O papel da maioria das moto-escolas, que deveria ser (ao menos em parte) este, deixa os novos motociclistas aptos a fazer um oito, andar sobre uma faixa de 20 centímetros e parar com o pé direito no chão, se não quiser dar uma “quebrada” para ter sua habilitação emitida e poder acelerar uma moto, digamos de 200 cv, que tal? Loucura!
Deixando de lado as moto-escolas, que tem foco em habilitar os motociclistas, vamos falar de cursos de pilotagem que os preparam para rodar com segurança e consequentemente baixar tempo, se assim desejar, em circuito. Entre tantos cursos há os que são ministrados em autódromos, voltados para motos esportivas, nakeds e até maxi trail; cursos exclusivos para maxi trail, com técnicas de pilotagem, também voltadas para o off-road. Cada vez mais os cursos utilizam espaços fechados e as áreas delimitadas com cones para exercitar manobras de baixa velocidade, equilíbrio, frenagem entre outros, ajudam no condicionamento para execução dos movimentos e sua utilização no dia a dia.
Há muitas técnicas de pilotagem que são comuns e muitas outras que diferem em função do tipo de moto, terreno e proposta de utilização da motocicleta (por exemplo, pilotagem esportiva, ne estrada, off-road ou urbana), mas todas as técnicas podem ajudar o motociclista a andar mais tranquilo e seguro no seu dia a dia.
É normal sair de um curso de pilotagem e ficar pensando nos exercícios aprendidos e voltar para casa tentando utilizar cada uma das técnicas aprendidas no curso. É lógico que alguns marinheiros de primeira viagem vão esquecer alguns movimentos ou ter dúvidas para executá-los, isso é normal. Imagine-se querendo fazer o contra-esterço (leve movimento de esterço no guidão para direcionar a moto para o lado oposto ao do movimento do guidão) a baixa velocidade ou tentar fazer um pêndulo na mesma situação para virar numa esquina, não funciona, mas haverá situações em que estas técnicas serão muito úteis, deverão ser utilizadas e podem tirar de situação de risco.
Por outro lado, há técnicas e conceitos de segurança que nunca devem ser esquecidos e que tem que ser treinados dia a dia para não se colocar em risco e, caso aconteça alguma emergência, o motociclista possa se livrar do perigo. Por isso coisas que deveriam ser básicas para todos como andar bem equipado, velocidades compatíveis com as vias e a previsão do que acontece adiante, devem ser praticados em qualquer situação e local.
Se você ainda não fez um curso de pilotagem, pode começar a se planejar para fazer um e, caso já tenha em seu currículo esta experiência, continue praticando enquanto estiver sobre a moto, só assim na hora do pânico, você vai utilizar o movimento correto e se livrar do perigo. É um investimento que vale cada centavo!