A Coluna do Raul deste mês chegou! A associação espanhola realiza estudo com usuários de motocicletas sobre seus deslocamentos que aponta a moto, cada vez mais, como uma ótima opção para os deslocamentos curtos e intermunicipais
Menos quilômetros por ano, distâncias mais curtas e com uma moto de maior cilindrada. Essas podem ser três das características que melhor resumem o motociclista, de acordo com o Moto Mobility Study 2022, publicado pela Associação Espanhola da Indústria de Motocicletas.
De acordo com esse relatório anual, os compradores são principalmente de motocicletas de alta cilindrada, pois sete em cada dez têm uma moto grande, enquanto 19% dizem ter um scooter e 11% dizem ter uma motocicleta off-road. De todos, apenas 16% costumam ter um acompanhante regularmente.
A maioria (42%) diz usar a motocicleta diariamente, embora esse percentual tenha caído seis pontos em relação a um ano atrás. Ao contrário, a proporção de motociclistas que afirmam usar a moto apenas ocasionalmente aumentou, de 25% no ano passado para 32% hoje.
Coluna do Raul: qualidade do asfalto é um problema
Se olharmos para a quilometragem, no ano passado foram percorridos em média 5.960 km, um pouco menos do que no ano anterior, quando foi ultrapassada a barreira dos 6.000 km. Sete em cada dez motociclistas percorrem entre 2.000 e 10.000 km, dois em cada dez percorrem mais de 10.000 km e apenas um em cada dez usa a motocicleta para rodar menos de 2.000 km por ano.
A combinação entre cidade e estrada continua sendo a prioridade para 63% dos pesquisados. As viagens curtas – entre 20 e 40 minutos – são as mais comuns para 35% dos motociclistas. Vinte e dois por cento fazem viagens de menos de 20 minutos (quatro pontos a mais que no ano passado) e 27%, mais de uma hora (três pontos a menos que no ano passado).
Segundo relatos sobre reclamações, os motociclistas continuam concentrando as suas queixas no estado do asfalto e nos guard-rails. Ou seja, 66% acreditam que a atual manutenção do asfalto da cidade por onde circulam regularmente não é adequada. Por outro lado, 90% consideram que o número de guard-rails com sistema de proteção para usuários de motos não é adequado.
Direção defensiva, sempre!
Em relação às manobras mais arriscadas, 51% acham que aproximar-se de uma encruzilhada é a mais perigosa, 27%, fazer uma curva, e 22%, ultrapassar um veículo. O compartilhamento ou aluguel de motos vem crescendo muito na Europa e está ganhando popularidade. O estudo mostra que 47% dos entrevistados reconhecem que existe esse modelo de compartilhamento disponível no mercado, em comparação com 39% no ano passado.
O estudo também destaca que 58% dos usuários não estão satisfeitos com as restrições ambientais que se aplicam à motocicleta. No entanto, esse número caiu 7 pontos em relação ao ano passado, quando o percentual de pessoas que não concordavam com essas restrições era de 65%.
Na mesma linha, deve-se notar que apenas 26% dos motociclistas não estão cientes das restrições de mobilidade por motivos ambientais. Com certeza, seria interessante fazer um estudo similar no Brasil e conhecer as necessidades e opiniões de nossos motociclistas!
Gostou desta temática? No próximo mês tem mais!
Raul Fernandes Jr. é especialista em mercado de motocicletas, presidente da AssoRoyal (Associação dos Revendedores Royal Enfield do Brasil), sócio do Grupo 2W Motors e ex-diretor de redação da revista MOTOCICLISMO Brasil.