Na Coluna do Raul deste mês, você vai ver que, apesar da queda nos últimos anos, a Índia continua sendo promissora, e marcas como Aprilia, BMW, Harley-Davidson, Husqvarna, KTM, Piaggio, Triumph e Vespa têm produção e vendas no país.
A indústria indiana de duas rodas registrou um crescimento anual de dois dígitos em 2022/23, após três anos consecutivos de queda. Foram 15,86 milhões de unidades no ano fiscal encerrado em março de 2023, um aumento de 17% em relação aos 13,57 milhões do período anterior. O pico da indústria foi registrado em 2018/19 com 21,18 milhões de unidades, período pré-covid 19.
De acordo com a Sociedade Indiana dos Fabricantes de Veículos, o segmento de motos teve queda de 6,97%. Analistas sugerem que o varejo continua fraco e a demanda por modelos de baixa cilindrada ainda não aumentou. O segmento de entrada teve aumento de preço de cerca de 50% nos últimos três anos, contrariando as projeções da indústria.
A economia rural ainda patina e não tem conseguido estimular o aumento na demanda. Apesar das boas monções e melhores resultados das safras, a demanda permaneceu moderada devido à inflação e ao alto custo total de aquisição.
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No segmento de scooter de até 125 cm³, as vendas domésticas caíram, foram 4,8 milhões de unidades em 2022/23, antes eram 6,66 milhões em 2018/19. As vendas de motocicletas pequenas (até 110cm³) também caíram para 5,23 milhões de unidades, contra 8,42 milhões.
Analistas indianos dizem que o setor precisa de crescimento de renda per capita entre dois e três anos e inflação baixa para voltar a crescer. Para o ano fiscal de 2023/24, a recuperação do segmento é desafiadora, no entanto, eles parecem otimistas. Em comparação com cinco anos atrás, as vendas domésticas de todos as marcas de massa, exceto para as motos Suzuki, estavam no vermelho.
Vendas e economia
A Hero, que registrou 7,6 milhões em 2018/19, caiu para 5,1 milhões de unidades. A Honda também caiu de 5,5 milhões para 4 milhões de unidades. Nesse sentido, a Hero teve a maior queda em sua participação de mercado, que passou de 36% em 2018/19 para 32% em 2022/23.
Honda e Bajaj perderam um ponto percentual cada no mesmo período. Foram observados que cerca de 5% das motos vendidas entre 2022/23 foram elétricos.
Em 2018/19, no pico de vendas, o segmento elétrico era insignificante, não aparecendo na estatística. Segundo dados divulgados pela entidade, a indústria vendeu 726.976 motos elétricas de alta velocidade (mais que 25 km/h) em 2022/23.
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Em 2021/22, as exportações de motos atingiram o recorde histórico de 4,43 milhões de unidades. No entanto, durante 2022/23, os embarques caíram 18%, para 3,65 milhões de unidades.
Os maiores mercados externos de motos para a Índia são a África e a América Latina, com cerca de 60% da participação. Outros países incluem Bangladesh, Sri Lanka, entre outros. Os países do sul da Ásia foram um pouco lentos por causa dos problemas que essas próprias economias estão enfrentando.
Raul Fernandes Jr. é especialista em mercado de motocicletas, presidente da AssoRoyal (Associação dos Revendedores Royal Enfield do Brasil), sócio do Grupo 2W Motors e ex-diretor de redação da revista MOTOCICLISMO Brasil.