Nesta edição da coluna da Ju Corguinha você vai conferir como foi a 6ª edição do passeio das Motogirls, e a importância de iniciativas do gênero para ampliar a presença feminina no motociclismo. Confira!
Mulheres apaixonadas pela liberdade, donas de si frente ao mundo, que carregam força e coragem para desafiar todo tipo de obstáculo em busca de seus sonhos, fortalecem-se como protagonistas, como potência.
O termo piloto, antes utilizado apenas no gênero masculino, possui a seguinte observação no dicionário houaiss: novos ofícios desempenhados por mulheres fizeram com que este vocábulo, tradicionalmente do gênero masculino, passasse a ser usado também como feminino e que ocorre também na língua no feminino: pilota /ô/”. Uma clara demonstração da evolução do movimento feminino ao longo dos anos, que sintoniza a forma de tratamento com o tempo de conquista. No meio motociclista não é diferente!
No universo das habilitações da categoria “A”, apesar de as mulheres ainda possuírem baixa representatividade, apenas 24% deste público, a evolução desse quantitativo nos últimos dez anos é de 96%, ou seja, passamos de 4,5M para 8,8 M, praticamente, dobrando o número de pilotas pelas ruas. Esses são os dados do relatório da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e similares – que têm como fonte a SENATRAN (Secretaria Nacional de Trânsito).
O aumento do número de pilotas fez crescer exponencialmente os coletivos, os motogrupos e os motoclubes femininos.
LEIA MAIS:
Número de mulheres motociclistas cresce 76% em 10 anos
Preços das Triumph 400 no Brasil partem de R$ 29.990
8 dicas para não cair em golpes ao comprar motos usadas
Esses grupos visam fortalecer o movimento criando um ambiente de apoio e de segurança, e seguem quebrando barreiras, ganhando espaços e conquistando respeito em uma tribo que se adapta à presença feminina não mais como coadjuvante.
No espírito de concretude de ideais, realizamos o 6º passeio das Motogirls em 29 de outubro passado. Organizado por Erika David, Mônica Ferreira e eu, Ju Corguinha, o comboio, exclusivamente de mulheres, reuniu 154 pilotas de todo o estado do Rio de Janeiro e cumpriu seu papel de empoderar as mulheres sobre duas rodas.
As motos, enfeitadas com balões e adereços na cor rosa, também evidenciaram a importância da conscientização sobre a campanha do Outubro Rosa.
O evento agregou ações de cunho social como o apoio ao Instituto A Dama, que cuida de mulheres com diagnóstico de câncer de mama, e ao Instituto Ajuda Dupla, que dá suporte à ressocialização de moradores de rua e às famílias com insegurança alimentar
Antes do evento, a expectativa das pilotas já estava a mil! Lindos depoimentos foram deixados na página de confirmação de presença no passeio, o que demonstra o quão importante e intenso é o coletivo. Confira alguns a seguir!
Todo esse sentimento demonstrado nas palavras das girls, no dia do evento, aflorou emoções, energia e criou uma atmosfera única. Mulheres venceram seus medos e anseios, saíram mais fortes, vibraram com a conquista do coletivo e sentiram o orgulho do pertencimento, seguindo a idealização de suas mentoras Simone Criola e Michele Magalhães.
Termino essa matéria com um trecho da mensagem compartilhada no dia do evento, escrita por Erika David, que faz todo sentido na minha vida: “Olha em volta e penso que o universo vai levando as pessoas a se encontrarem para entregarem ao mundo o melhor de si… e nós merecemos viver esse encontro! Esse encontro entre forças, entre potências.”
Motociclista desde novinha, Ju Corguinha é uma apaixonada pelo mundo do motociclismo, do motoclubismo e do mototurismo. Integrante do motoclube Guardiões do Raul MC desde 2007, ocupando atualmente a vice-presidência do clube, primeira mulher a ocupar uma função na diretoria e compõe a liderança do Motogirls, movimento motociclista feminino, desde 2016.
**A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista.