A década de 2010 é mais um marco na história do motociclismo, pois no período tivemos lançamentos muito significativos, de diversos segmentos, alguns com a mais alta tecnologia vinda diretamente das corridas, o melhor laboratório de desenvolvimento e testes que existe.
Esportivas se aprimoraram, clássicas se modernizaram, novos segmentos despontaram, como o das crossovers. A indústria das motocicletas trabalhou bastante na década e deixou um legado muito bom para a alegria dos entusiastas das motocicletas, como nós! Ainda bem, não é mesmo?
Diante desse cenário, nós elegemos algumas motos que marcaram a década, seja por sua inovação, potência, design, entre outros fatores. Inúmeros outros modelos poderiam estar aqui, mas eis a nossa relação de motocicletas marcantes da década. Você concorda com nossa lista ou acha que faltou algum? Não hesite em deixar a sua opinião nos comentários!
BMW S 1000 RR
No início da década, com o lançamento da S 1000 RR, a BMW Motorrad abre um novo ciclo em sua história, com a intrudução de um novo motor de quatro cilindros em linha de 1.000 cm³ para combater os fabricantes japoneses que dominavam o mercado com a Honda CBR 1000RR, Yamaha YZF 1000 R1, Kawasaki Ninja ZX-10R e Suzuki GSX-R 1000. Ducati Panigale e Aprilia RSV4 também estavam no páreo, mas o domínio dos japoneses é indiscutível. E a BMW S 1000 RR causou furor no mercado sendo a primeira motocicleta da categoria Superbike a beirar os 200 cv de potência, disponibilizando 199 cv.
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O visual também mostrava sinais diferenciados e marcantes como a carenagem com as barbatanas de tubarão em um dos lados e os faróis assimétricos. Um chassi com geometria perfeita para a máxima agilidade e facilidade de condução e eletrônica embarcada das mais avançadas foram os predicativos que fizeram com que a BMW S 1000 RR dominasse a categoria por cinco anos.
Em 2012 ela passou por uma lapidação na carenagem e um refinamento no chassi e na eletrônica, para melhorar ainda mais a maneabilidade e o gerenciamento da cavalaria durante a tocada.
A BMW S 1000 RR continuou sua evolução, com a última geração lançada em 2019, uma moto completamente nova e ainda melhor, capaz de entregar 207 cv de potência e 11,3 kgf.m de torque em 11.000 rpm para empurrar um conjunto de 197 kg que embarca a mais moderna tecnologia eletrônica, como a central inercial de seis eixos para freios ABS e controle de tração de curvas.
Honda NC 750X
A Honda NC 700X foi apresentada em 2012 abrindo um novo segmento, o das motos Crossover, uma mistura de naked com trail, uma roupagem aventureira montada em um conjunto com pitada de esportividade para saborear as estradas bem asfaltadas e as de terra pouco esburacadas, afinal, vale reforçar que aventureiro é só o visual. A sigla NC, de New Concept, tem tudo a ver com a proposta da moto, oferecendo ótimo desempenho com muito conforto, e que cativa pela praticidade, versatilidade e economia de combustível, os pilares fundamentais para as motos atualmente.
No Brasil a NC 700X chegou em 2013 e em 2015 chega a NC 750X. O grande diferencial e as maiores atrações da NC, são o motor bicilíndrico paralelo que utiliza os pistões e as bielas do motor do Honda Fit 1.5 e o prático porta objetos no lugar do falso tanque, que consequentemente passou para a parte traseira da moto, com o bocal de abastecimento sob o assento da garupa.
Em 2018 chega a primeira remodelação na roupagem, com linhas mais retas e pontiagudas, iluminação total LED e nova ponteira de escapamento. De série já vem o sistema ABS dos freios e o painel LCD invertido com interessante indicador de economia na mesma barra do conta-giros e que pode ser personalizado com cores diferentes .
Yamaha YZF-R3
A pequena superbike da Yamaha, a YZF-R3, chegou no mercado em 2014, nitidamente para combater e entrar no embalo do sucesso das Kawasaki Ninja 250 e Ninja 300. Inspirada na irmã maior de quatro cilindros YZF-R1, a pequena esportiva da marca dos diapasões tem um motor bicilíndrico paralelo de 321 cm³ que rende 42 cv de potência e 3,0 kgf.m de torque para oferecer uma tocada extremamente divertida.
Em 2019 chega a nova geração, com nova roupagem, nova suspensão dianteira invertida e novo painel totalmente LCD. Com a afinação, a nova YZF-R3 ficou ainda mais esportiva e transmite uma sensação incrível de qualidade na tocada dentro das pistas. Nas ruas ela é leve, prática e ágil, com equilíbrio perfeito entre esportividade e conforto.
Ducati Scrambler 800
A Ducati vem evoluindo tecnologicamente em uma velocidade fantástica e desde o início da década vem aprimorando fortemente a nova geração do motor bicilíndrico em L refrigerado a água.
Com a onda das motos retrô em franca ascensão por todo o mundo, a Ducati entra na onda em 2014 aproveitando o motor bicilíndrico em L de 803 cm³ refrigerado a ar e óleo que equipava a Monster 800 e apresenta a nova Scrambler 800, uma releitura das motos produzidas entre 1962 e 1974. Ela é praticamente uma Monster, com um novo chassi e uma nova roupagem, utilizando as mesmas suspensões e as mesmas rodas de aro 17 polegadas, mas com pneus largos, de perfil baixo e uso misto.
A sacada legal dos italianos da Ducati foi criar vários modelos diferentes sobre a mesma plataforma, como as urbanas Icon e Full Throtlle, a aventureira Desert e a exclusiva Café Racer.
No exterior há também uma versão mais sofisticada e maior, equipada com o motor em L Desmodrômico de 1.100 cm³. Para 2020 ela chega com pequenas modificações no visual.
Yamaha MT-09
A Yamaha foi uma das fabricantes mais ousadas desta década quando o assunto é inovação e novas tendências e por isso a linha Master of Torque é considerada a novidade mais ousada e significativa da Yamaha nos últimos tempos. A inédita MT-09 surgiu em 2013 com seu motor de três cilindros em linha, que tem como principal característica o alto torque disponível em baixas e médias rotações. Este forte motor de três cilindros de 847 cm³ abre um novo e importante capítulo na história da fabricante japonesa.
O inédito motor de três cilindros em linha, com tecnologia Crossplane no virabrequim, entrega 115 cv de potência a 10.000 rpm e torque máximo de 8,9 kgf.m em 8.500 rpm, para empurrar um conjunto leve e esguio de apenas 188 kg totalmente abastecida. Para se ter uma noção do peso, a MT-09 pesa 1 kg a menos que a superesportiva YZF-R6. Em 2017 ela chega com as novas cores fluorescentes.
Já no final da década, mais precisamente em 2019, surge uma nova geração da MT-09, com uma roupa ainda mais agressiva, iluminação total LED, uma eletrônica mais elaborada dotada de controle de tração e quick shift bidirecional para as marchas e uma nova suspensão dianteira mais rígida. Uma moto brutalmente monstra para descobrir o lado escuro do Japão é um slogan perfeitamente adequado criado pela Yamaha.
Yamaha MT-07
A Yamaha realmente não esperava o sucesso estrondoso da MT-09 e aproveitou o embalo lançando uma moto mais acessível, porém não menos empolgante, para dar sequencia à nova família Master of Torque. A nova MT-07 entra na briga com as naked de média cilindrada, com um motor bicilíndrico paralelo de 689 cm³ com tecnologia Crossplane no virabrequim capaz de entregar 74,8 cv de potência para levar os 178 kg de peso total do conjunto. Este motor tem a característica de entregar um elevado torque desde as baixas rotações e proporciona uma tocada extremamente divertida com uma pegada esportiva fascinante.
Em 2019 chega a nova geração, com uma nova roupa que utiliza a carenagem do farol da antiga versão da MT-09. Atualmente ela é uma das motocicletas mais desejadas da categoria e enfrenta com maestria as motocicletas da austríaca KTM, as mais competentes das médias cilindradas, mas o menor preço da moto da Yamaha é a melhor relação custo benefício e é praticamente imbatível se considerarmos o prazer que ela proporciona.
BMW G 310 R e GS
Com a amplitude da globalização, a alemã BMW cometeu uma “heresia” e se juntou ao fabricante indiano TVS para produzir uma nova moto de pequena média cilindrada, a G 310 R, que chega ao mercado em 2015 para enfrentar as japonesas Kawasaki Z 300 e Yamaha MT-03, que são sucesso absoluto diante o público mais jovem. Os alemães entram com o projeto e os indianos com a produção, então a ideia de um produto premium chancelado com a grife BMW chega ao mercado com um preço deveras acessível.
Aproveitando o conjunto de chassi e motor, a BMW Motorrad desenvolveu a irmã aventureira G 310 GS, adequada com uma suspensão diferenciada para enfrentar o fora de estrada e um visual que leva o legado das irmãs maiores da renomada família GS. Em nossos testes foi curioso reparar o fato de que todos que olham a moto acham que ela é uma legítima GS de maior cilindrada, o que com certeza faz inflar o ego dos felizes proprietários dessa pequena e nervosinha aventureira.
Kawasaki H2R
Quando em 2014 os japoneses anunciavam rumores de uma nova moto sobrealimentada, todo o universo motociclístico ficou desconfiado e os mais céticos não acreditavam na viabilidade do projeto. Eis que então a Kawasaki quebra as barreiras impostas pela categoria das motos superesportivas de alta performance e lança a Kawasaki H2R com 300 cv de potência, causando um choque no setor. Muitos diziam que a moto seria incontrolável, mas após os testes, os pilotos especializados comprovaram que toda a potência é altamente gerenciável.
A Kawasaki Ninja H2R quebrou diversos recordes de velocidade e traz um novo fôlego à casa de Akashi para lançar uma nova Sport Touring enquadrada nas novas normas de emissões de poluentes impostas, e então em 2019 disponibiliza a Ninja H2SX, com 200 cv de potência, muita eletrônica embarcada, postura elevada e malas rígidas, para proporcionar o máximo desempenho com máximo conforto nos passeios esportivos.
Ducati Panigale V4
A Ducati já tinha via novos caminhos para aumentar a potência do famoso L-Twin então resolve inovar lançando um motor totalmente novo, mas desta vez com quatro cilindros e adotando a tradição do L-Twin. Então surge a extraordinária Paigale V4, com muitas soluções vindas diretamente da MotoGP, uma moto de corrida adequada para rodas nas ruas e estradas.
A potência é de 224 cv para levar um conjunto de pouco mais de 160 kg, tornando a Panigale V4 a moto de rua mais potente da atualidade, com relação peso potência de 0,6 kg para cada cavalo, algo impensável para rodar nas ruas. A tecnologia eletrônica embarcada é a mais sofisticada do momento e vem direto da MotoGP, bem como as asas laterais que melhoram a estabilidade em altas velocidades.
Harley-Davidson LiveWire
Mobilidade consciente é o assunto do momento, então os veículos elétricos tem se mostrado a melhor solução quanto a alta potência específica com emissão de poluentes zero. A americana Harley-Davidson, de olho no pioneirismo do segmento e disposta a quebrar a imagem conservadora, as tradições e o legado dos famosos motores V-Twin de alto torque, aproveitou o final da década para entrar na onda das motos elétricas e lança a inédita LiveWire.
O motor chamado de Revelation entrega um torque instantâneo de 11,8 kgf.m e tem a potencia equivalente a 105 cv. O desempenho é digno de moto esportiva, com aceleração de zero a 100 km/h em apenas 3,5 segundos. Com a LiveWire, a Harley-Davidson busca conquistar motociclistas novos e mais jovens antenados com as novas tendências de mobilidade. O preço ainda é alto por conta da novidade, mas a Haley Davidson garante que está investindo pesado para aumentar a produção e diminuir os custos para torná-la mais acessível.