Muito tem se falado dos motoboys e de suas motos percorrendo a cidade para fazer todo tipo de entregas para pessoas confinadas e angustiadas em suas casas em meio à pandemia. Itens como compras de farmácia, alimentos, entre outros, ficam sob a batuta dos guerreiros que trabalham em cima de uma motocicleta, que seguem, com suas grandes mochilas, de um lado para o outro, sem parar.
Por conta do isolamento social e do fechamento do comércio, o sistema delivery ganhou ainda mais força. Segundo a Associação Paulista de Supermercado (APAS), houve aumento de 74% nas entregas feitas pelos mercados através das motos.
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Em entrevista à agência Reuters, o vice-presidente financeiro e estratégico do iFood, Diego Barreto, informa que a plataforma de delivery de alimentos recebeu em março 175 mil inscrições de candidatos interessados em atuar como entregadores, contra 85 mil pedidos em fevereiro. Ou seja, a procura de prestadores desse tipo de serviço quase dobrou, isso considerando apenas um dos players disponíveis no mercado de entregas.
A pandemia tem causado, e ao que tudo indica, ainda vai causar algum estrago econômico, principalmente para aqueles que estão perdendo seu trabalho ou estão com seu empreendimento em dificuldade, por não dizer os que estão prestes a falir, por causa do lockdown e da paralisação dos negócios não essenciais.
Em busca de uma saída, de moto
Em tempo de busca de uma saída e reinvenção para as dificuldades financeiras a moto tem um potencial enorme em devolver parte da dignidade às pessoas que tiveram sua renda reduzida ou eliminada por causa da pandemia do Covid-19.
Antes de ser editor da revista MOTOCICLISMO sou motociclista, e sinto um vazio enorme por não poder viver o mundo da moto como de costume, acelerando motos para fazer avaliações ou testes, por conta da pandemia.
Isso tem me deixado deprimido, mas logo passa quando penso nas pessoas que tiveram que deixar de trabalhar, que precisaram fechar seu negócio, ou então que ficaram sem renda, e a dificuldade que muitos enfrentaram (ou ainda enfrentam) para sacar o auxílio emergencial. Quando me lembro disso me dou conta do quanto sou afortunado por não precisar passar por isso, por felizmente não ter um salário em atraso.
Provavelmente o distanciamento social continuará por um bom tempo, a economia voltará a caminhar gradativamente e a motocicleta poderá ser uma útil ferramenta para ajudar no crescimento da economia e na recuperação da renda de muitas famílias com o serviço de entregas, o moto delivery.
Um levantamento feito pela OLX em abril já indica um movimento nesse sentido, da existência de mais pessoas em busca de uma moto para tirar seu sustento. Segundo a pesquisa da plataforma de classificados on-line, 17% dos usuários que buscaram veículos na plataforma em abril vão usá-los para fins profissionais, como trabalhar para aplicativos de delivery e transporte.
E pensando nas dificuldades financeiras que muitos estão passando, no quanto uma moto pode auxiliar estas pessoas a se levantarem economicamente, fizemos uma lista de motos que podem ser uma boa opção para recomeçar a vida.
Provavelmente serão criadas mais opções para ajudar na aquisição de motocicletas com linhas de crédito para financiamento no período pós-pandemia. Afinal, algo terá que ser feito para recuperar também as fábricas de motocicletas. Por outro lado a escassez de renda das pessoas aumenta a possibilidade de inadimplência, uma equação que o governo vai ter que resolver.
Sem mais delongas, separamos algumas opções de motocicletas para quem busca uma moto para trabalho. Veja a lista abaixo, separada por marcas:
Dafra
A Dafra tem modelos cada vez mais confiáveis, a Horizon 150 é mais barata das três que separamos, de estilo custom tem boa ergonomia e o motor de 12,8 cv tem respostas eficientes. O pequeno curso da suspensão traseira (70 mm) pode torná-la cansativa.
A Apache RTR 200 é uma moto bonita e de boa ergonomia. Suas suspensões trabalham bem, tem freio a disco nas duas rodas e o motor de 21 cv empurra bem. Apesar de não ser das mais baratas pode ser uma opção.
A recém lançada NH 190 tem a vantagem das suspensões de longo curso para enfrentar com mais conforto o sofrível asfalto das cidades. Esta moto também tem freio a disco nas duas rodas e o motor de 18 cv tem boas respostas para o trânsito urbano.
Haojue
Relativamente novas, as motos da Haojue chegaram ao Brasil com o grupo J. Toledo, que vem diversificando os modelos da marca.
A Chopper Road 150 é outra opção de moto estilo custom e, assim como a Horizon da Dafra, o curso de suspensão traseira é curto e pode causar cansaço. O motor é dos menos potentes, rende 11,2 cv.
A DK 150 tem design moderno e boa ergonomia. As rodas desta moto são de 18 polegadas de diâmetro o que ajuda na buraqueira e o sistema de freio combinado oferece segurança. Boa relação custo-benefício.
A DR 160 foi mostrada no Salão Duas Rodas e acaba de chegar às lojas. Moderna, tem iluminação em LED, design moderno e o motor rende 15 cv. É a moto mais cara do lineup da Haojue (R$ 13.850)
Honda
A CB 250F Twister tem todos os predicados para ser a moto para o trabalho e para o passeio. Bonita confortável e seus 22,6 cv de potência (no etanol) garantem ótimas respostas e capacidade extra para pegar estrada, também é das mais caras da lista Honda (R$ 15.945).
A linha CG tem várias versões capazes de enfrentar a dura jornada do dia a dia de qualquer profissional. Parruda como todas da família, a versão Start é a mais barata da linha CG, e também vem com rodas raiadas e freios a tambor e sai por R$ 9.080. Já a Titan 160 S é a mais completa (e a mais cara) das CG. Ela traz com pintura diferenciada e o motor flex rende 15,1 cv no etanol. O sistema de freio é combinado com tambor atrás. Tudo por R$ 11.720.
A Bros 160 ESDD tem a mesma motorização das CG, mas sua posição de pilotagem é mais confortável e o longo curso de suas suspensões ajuda a trafegar na cidade. Tem freio a disco nas duas rodas e é uma excelente opção para o trabalho. Valor R$ 12.860.
A XRE 190, assim como a Bros 160, é um opção excelente apesar de mais cara. As suspensões trabalham muito bem, tem freio a disco nas duas rodas, oferece muito conforto e o motor com seus 16,4 cv (no etanol) empurra com decisão. Seu valor é de R$ 14.890.
KTM
A KTM 200 Duke não é uma moto, digamos, com perfil para trabalho, afinal sua esportividade compromete o conforto e sua manutenção é mais cara, mas se você tiver os R$ 17.900 para investir, o trabalho, com certeza pode ficar mais divertido.
Yamaha
Várias são as motos na linha da Yamaha que podem servir para ir para as ruas e trabalhar.
A Crosser 150 S ABS é também boa opção, a concepção todo terreno e a posição de pilotagem relaxada favorece o rodar pelos pavimentos ruins por mais tempo sem estresse. O preço é de R$ 14.301, sua versão de pára-lama alto. a Crosser 150 Z ABS sai por R$ 14.500.
A Factor 125i, assim como a CG, é uma opção muito confiável e de baixa manutenção, o que favorece o trabalho árduo. Esta versão de 125 cm³ tem motor flex. freios combinados e é a mais barata das Factor, R$ 10.397. A versão de 150 cm³ custa R$ 11.400.
A Fazer 150 UBS é uma moto que oferece boa ergonomia e bons atributos dinâmicos, com boa posição de pilotagem e respostas honestas do motor flex de 12,4 cv (no etanol), seu preço é de R$ 12.500.
A Fazer 250 foi remodelada há algum tempo e, além de mais bonita, melhorou dinamicamente. Agora as suspensões estão mais rígidas e comprometem um pouco o conforto, a confiabilidade também é seu forte. Preço R$ 17.709.
A Lander 250 ABS é uma trail capaz de devorar o asfalta das grandes cidades. A excelente ergonomia somada ao bom trabalho das suspensões fazem dela uma ótima opção, os R$ 18,804, são um pouco pesados, mas valem a pena.
Deixamos de fora os scooter por serem mais cansativos para rodar por muitos quilômetros, relativamente mais frágeis e, em caso de queda, mais caros para arrumar. Separamos motos de até 250 cm³ de todas as marcas e faixas de preço que são recomendáveis para o trabalho, é lógico que nem todos convergem em gosto, estilo e bolso, por isso as opções citadas são abrangentes.
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