Desde 1949, o Mundial de Motovelocidade atrai a atenção dos motociclistas, com seus pilotos desafiando limites em cima de suas motos, em busca de ser o mais rápido, o campeão. Em 2019, será realizada a 71ª temporada e o campeonato evoluiu muito, em tecnologia e, é claro, emoção, com as disputas em três categorias: Moto3, Moto2 e a espetacular MotoGP.
Na MotoGP temos seis fábricas participando: Honda, Yamaha, Ducati, Suzuki, KTM e Aprilia. A Honda tem dominado o campeonato com o piloto Marc Márquez, que entrou no mundial em 2008, na extinta categoria 125 (atual Moto3), passou pela Moto2 em 2011 e 2012 e em 2013, com uma manobra bem pensada nos bastidores, o espanhol foi direto para a equipe oficial Honda — quando o normal era os pilotos estreantes começarem em equipes-satélite — sucedendo Casey Stoner.
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Desde então, Márquez foi campeão cinco vezes, em seis temporadas, com direito a grandes disputas e rivalidades. Mérito não falta ao piloto, que deve ser o único a atingir a marca de Valentino Rossi, piloto Yamaha, com nove títulos mundiais. Como curiosidade, Marc Márquez, o campeão em 2018 na MotoGP, percorreu exatos 9.967,57 quilômetros com a sua Honda na última temporada, somadas as distâncias de treino e corrida. É a quilometragem que muitos motociclistas andam durante o ano, mas sem a velocidade e intensidade da MotoGP, bem diferente!
Com Márquez, teremos Jorge Lorenzo. O espanhol, após anos de sucesso na Yamaha, foi para a Ducati em 2017 e após um ano e meio conseguiu acertar a moto ao seu estilo de pilotagem, o que rendeu belas exibições em pista, inclusive superando Márquez, hoje, seu colega de equipe. A transferência para a equipe Honda pegou muitos de surpresa, inclusive nós. Mas a Honda tem um objetivo muito claro com essa manobra: ter sempre dois pilotos no pódio, independente mente de quem seja o vencedor. Com a queda de desempenho de Dani Pedrosa, hoje piloto de testes KTM, a Honda se viu dependente de Márquez, e nenhuma marca quer estar nessa situação. Com Márquez e Lorenzo, terá dois bons pilotos para garantir os resultados. Garantia de grandes disputas, inclusive dentro da equipe, é o que veremos com certeza!
Na equipe oficial Yamaha, Valentino Rossi vai para seu 24º ano no mundial. Seu último título foi em 2009, mas ele segue atrás do sonhado décimo título. Em 2017 e 2018 a Yamaha sofreu para conseguir andar na frente e amargou uma grande seca sem vitórias. Aparentemente a moto está melhor para 2019, e Maverick Viñales, que sucedeu Jorge Lorenzo ainda não conseguiu mostrar todo seu potencial na equipe. Neste ano, ele mudou o numeral de 25 para 12, que usava antes, de acordo com ele, para resgatar seus dias vitoriosos na motovelocidade. Independentemente da sua torcida, a Yamaha é uma das maiores equipes do Mundial e, se voltar a brigar por títulos, todos ganham com isso.
A equipe Ducati, após uma grande evolução técnica guiada pelo experiente Gigi Dall’Igna, ficou com o vice-campeonato na MotoGP com Andrea Dovizioso e teve vitórias significativas com Jorge Lorenzo em 2018. Agora, a Ducati tem uma moto realmente competitiva. O que falta para repetir o feito de Casey Stoner em 2008, com o título mundial? Andrea Dovizioso vai para mais uma temporada e agora tem como colega de equipe Danilo Petrucci, piloto que estreou em 2012 na MotoGP e está na Ducati desde 2015 como piloto-satélite. Sua escolha como piloto oficial Ducati foi questionada, pois ele ainda não venceu nenhuma vez na MotoGP, e seu melhor resultado na temporada foi um oitavo lugar. Terá que provar seu potencial na moto oficial, ou deverá sofrer muita pressão nessa vaga. Jack Miller, na equipe-satélite da Ducati, já teve melhores resultados na MotoGP. Petrucci é uma aposta de Gigi. Veremos.
Na equipe Suzuki, que ainda não provou todo seu potencial na MotoGP, dois jovens pilotos na equipe oficial: Alex Rins, em sua terceira temporada na MotoGP, e Joan Mir, que terminou em sexto a temporada 2018 na Moto2. Aposta? Com certeza. A Suzuki já fez isso no passado com Viñales e deu muito certo. Na KTM, muitas novidades. Além de estrear uma equipe-satélite com a Tech3, onde trouxe o talentoso Miguel Oliveira da Moto2, terá com Pol Espargaró na equipe oficial o francês Johann Zarco, que havia sido sondado pela Honda para a vaga de Dani Pedrosa, mas decidiu ir para a KTM.
Não esperamos um grande ano para Zarco, mas, com certeza, ele ajudará Espargaró a acelerar o desenvolvimento da moto. Na Aprilia, Aleix Espargaró e o sempre polêmico Andrea Iannone têm a missão de acertar a moto, que ainda está longe do ideal. Em 25 de fevereiro, no teste oficial em Losail, Qatar, palco da primeira de 19 etapas da temporada 2019 (no dia 10 de março), a Yamaha de Maverick Viñales foi a mais rápida. Dentro do mesmo segundo ficaram 15 pilotos, provando que teremos muita competitividade na pista neste ano. Que comece o maior show da Terra (com motos)!