Pirelli Diablo Rosso IV é melhor e muito mais tecnológico
A evolução e tecnologia das motos de caráter mais esportivo, exige pneus cada vez melhores em condições mais amplas de utilização. Como não poderia deixar de ser, a Pirelli segue o mesmo ritmo.
Seguindo a evolução das motos, a Pirelli desenvolveu o Diablo Rosso IV, como o algarismo romano sugere, o Rosso chega à sua quarta geração.
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A família dos pneus agora está ainda mais versátil e garante uma tocada rápida e segura, com maior nível de conforto e muita esportividade.
Diferente de outros pneus esportivos Pirelli, como o Diablo Supercorsa SP, que tem foco de utilização em pista seca e o Diablo Corsa ll, de uso misto (racing e street), o Diablo Rosso IV, é superior em rendimento quilométrico e em aderência no piso molhado, mantendo o código genético oriundo das pistas, que chega para equipar com desempenho digno dos pneus superesportivos.
Tecnologia usada nas pistas
Os novos pneus Diablo Rosso IV têm mudanças significativas, tanto na estrutura, como na massa (composto) e no desenho dos sulcos. Boa parte das mudanças vêm da tecnologia usada nos pneus de pista do WSBK (World SuperBike).
Segundo a Pirelli, em testes comparativos com o Rosso lll, em circuito na Itália, o Diablo Rosso IV baixou o tempo de volta em mais de dois segundos, uma prova de que a melhora de desempenho é excepcional.
Antes de falar o que mudou na composição do Diablo Rosso IV em detalhes vou falar das minhas sensações acelerando diferentes motos em pista seca e no molhado.
Minha percepção ao pilotar
O ideal teria sido a Pirelli ter colocado duas motos iguais, uma com o Diablo Rosso lll e outra com o lV, assim seria mais fácil sentir a evolução e as diferenças entre os dois pneus.
Afinal, geralmente testamos as motos com os pneus originais e não lembro qual foi a última moto de frota que pilotei com o Diablo Rosso lll.
Como foram as percepções na pilotagem do Diablo Rosso IV:
Na primeira bateria saí com a Triumph Street Triple RS, uma moto que eu adoro e tem pegada animal, dá para fazer derreter pneus, se você desejar, principalmente nas acelerações em saídas de curva.
O Circuito Panamericano é sensacional e bem técnico. Tem curvas de baixa, de média e uma de alta velocidade que é empolgante.
Embora estivéssemos um pouco “comprimidos” pelo guia que nos puxava com uma moto menos potente, pude dar minhas descoladas do grupo e sentir boas reações dos pneus, principalmente nas frenagens fortes, sentindo a frente muito estável e totalmente nas mãos.
No contorno das curvas, as motos mantiveram a trajetória sem deslizes, no caso da Yamaha Tracer 900 GT a limitação foi dada pelas pedaleiras que frequentemente começavam a limitar a inclinação, mas o excelente apoio e aderência dos pneus garantiram muita estabilidade, senti bastante confiança também nas frenagens com a moto inclinada.
No modo Track a Street Triple permite boa dose de derrapagens, mas eu contornava as curvas bem colado ao chão e quase não senti o controle de tração atuar. Bom sinal, isso quer dizer que os pneus agarraram no chão sem patinar, e olha que eu enfiei a mão de forma agressiva propositalmente nas saídas de curva.
Os novos Daiblo Rosso lV permitem mudanças de direção rápidas e fluídas, segundo a os caras da Pirelli, graças ao design multiraio (o pneu fica com raio maior das extremidade para o centro), facilitando as inclinações e mudanças de direção, muito perceptível nas transições das chicanes.
Nas acelerações a fundo nas retas, com a moto em plena velocidade a sensação foi de que a frente fica um pouco leve, parece que o guidão fica mais solto, mas em nenhum momento a sensação foi ruim, tudo sob controle.
Na pista de ruído também pude perceber que o Diablo Rosso IV é confortável, a sensação é de que a banda de rodagem se molda às imperfeiçoes, transmitindo muito pouco delas para o guidão ou corpo.
Na pista irrigada andei com a Kawasaki Z900, e, apesar de andar respeitando o asfalto molhado, pude fazer frengens fortes, condição crítica em qualquer motocicleta, e o pneu me passou muita confiança, mais uma vez sem exigir a entrada do ABS em ação.
Oque mudou no Diablo Rosso IV
Pneu dianteiro
Agora o pneu dianteiro tem duplo composto. Na banda central, em área até 35° de inclinação, ele recebeu composto mais duro, que lhe garante maior durabilidade, e nas bandas laterais o composto é mais macio (ambos com alto teor de sílica), o que oferece maior aderência para contornar curvas, mesmo em baixas temperaturas.
O design multiraio ajuda na dirigibilidade e rapidez nas inclinações, agora nas lateria dos pneus a curvatura do perfil é menos acentuada para aumentar a área de contato e aderência nas curvas.
Estrutura
O Diablo Rosso IV, usa uma nova estrutura derivada dos pneus de corrida, com correias de aço zero grau, que conseguem se adaptar perfeitamente aos diferentes níveis de estresse a que é submetida, sem comprometer o conforto.
Agora os pneus dianteiros receberam ‘cordões’ de Rayon, que são mais rígidos e, distribuídos com menos densidade (-20%), deixam mais espaço para o composto de borracha, melhorando a precisão e a sensação de pilotagem, graças às suas propriedades de amortecimento.
Pneu traseiro
A Pirelli optou por desenvolver dois tipos de pneus traseiros, os de dimensões 190/55 ZR17 e superiores, que geralmente equipam superbikes e hypernakeds, que às vezes excedem os 200 cv, tem estrutura em Lyoell de três fios, que é caracterizada por baixa taxa de deformação, se comparada a pneus de perfil estradeiro.
O resultado é uma nova estrutura que pode oferecer maior resistência às tensões geradas na entrada de curva e durante acelerações bruscas.
Nas medidas de pneus traseiros, até 190/50 ZR 17, a Pirelli desenvolveu uma estrutura de Rayon, mais rígida da que era utilizada no Diablo Rosso lll. Esse tipo de carcaça, assim como acontece com o pneu dianteiro, deixa mais espaço para o composto de borracha ajustar melhor a rigidez do pneu ao longo de seu perfil.
Composto traseiro
Os pneus traseiros receberam diferentes características de compostos, assim os pneus de dimensões até 190/50 ZR17, medidas que equipam a maioria das motos de baixa e média cilindrada, receberam massa de borracha bicomposta.
O composto mais duro na base, que sai até a faixa itermediária é “Full Silica” permitindo rápido aquecimento e alta quilometragem.
O composto das laterais é mais macio e foi desenvolvido também para aquecer rapidamente e permitir a aderência tal qual os pneus de competição da Pirelli.
Pneus maiores
Os pneus com dimensões de 190/55 ZR17 e superiores, foram projetados para motos que podem ultrapassar os 200 cv, por isso são divididos em cinco e têm três compostos diferentes.
Composto central
Mais duro, rico em sílica para, segundo a Pirelli, manter a estabilidade em alta velocidade, durabilidade quilométrica, aquecimento rápido e muita aderência em piso molhado.
Composto intermediário
Nas laterais a massa de borracha é mais macia e cobre ângulos de inclinação intermediários, com excelente aderência tanto no seco como n molhado.
Composto lateral (ombro do pneu)
O ombro do pneu, área de maiores inclinações tem composto 100% carbono, derivado dos compostos do Diablo Supercorsa SC de competição, garantindo muito grip e tração nas acelerações.
Melhor no molhado
Além dos compostos mais eficientes em piso molhado, os sulcos (ranhuras) foram reprojetados para melhorar o escoamento da água da superfície permitindo, juntamente com os novos compostos, muito mais desempenho em piso molhado.