A nova geração da Yamaha YZF-R3 chega renovada no visual e com mudanças que melhoraram significativamente a performance, a começar pelo acréscimo de 8 km/h na velocidade final por conta do desenho mais aerodinâmico das novas carenagens, nitidamente inspirado nas irmãs superesportivas YZF-R6 e YZF-R1.
A Yamaha YZF-R3 ABS 2021 custa R$ 27.190 nas versões azul metálico Racing Blue ou prata fosco Matt Silver, e esta exclusiva versão preto metálico Moster Energy MotoGP Edition que testei custa R$ 27.690.
Veja também:
Kawasaki Ninja ZX-10RR 2021: primeiras imagens e vídeo
Conheça o vencedor do Triumph Triple Trophy 2020
Veja na MOTOCICLISMO 275
Eu já conheço bem e sou um grande fã da pequena notável R3 desde a primeira versão e esta nova geração me encantou ainda mais. No lançamento desta nova geração já pude degustar todas as suas qualidades na deliciosa pista da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo.
Desta vez eu quis novamente fazer um teste de cidade e estrada, como se eu fosse o dono desta pequena esportiva e ao final das correrias do dia a dia na cidade eu ainda resolvesse dar uma esticada de 170 km até o litoral norte de São Paulo. Na pista de corrida eu já havia provado suas qualidades, mas agora eu queria ver como ela se sairia nas minhas correrias malucas de cidade estrada. Na verdade eu queria saber se eu aguentaria o dia inteiro em cima de uma moto pequena e com inspirações esportivas, e eu queria saber também quantos quilômetros eu conseguiria rodar com um litro de gasolina, conduzindo com o máximo de cautela no acelerador.
Particularmente, tem me agradado mais as motocicletas com pintura discreta e pouco chamativa, sinistra talvez, mas eu gosto muito de todas as versões vermelhas da R3, porque me lembra as Yamaha de corrida dos tempos do patrocínio Marlboro. Mas esta versão Moster Energy MotoGP Edition me chamou a atenção, e eu não gosto nem um pouco destes grafismos com logomarcas enormes, mais parecendo um outdoor.
O primeiro contato impressiona e ao montar você já nota logo de cara o nível de sofisticação da máquina, com o excelente nível de acabamento do cockpit. A mesa superior foi redesenhada e tem visual total race das irmãs maiores com os cortes verticais para aliviar peso. A posição de pilotagem também foi revista, com a altura do guidão mais baixa em 22mm, e em conjunto com o novo tanque de combustível mais baixo e mais largo criam uma posição de pilotagem mais engajada com a motocicleta. Pilotos com até 1,75m de altura vão se sentir abraçando a R3, mas pilotos mais altos, como no meu caso, podem se sentir um pouco apertados quando quiserem carenar para correr em velocidade máxima naquela reta infinita.
O motor bicilíndrico de duplo comando de válvulas no cabeçote DOHC para acionar as oito válvulas, continua com os 321 cm³ e entrega 42 cavalos de potência em 10.750 rpm e torque máximo de 3,02 kgf.m em ótimas 9.000 rpm. Por isso a tocada da pequena R3 é empolgante, com saídas de curvas espertas para os track days ou retomadas interessantes para as ultrapassagens nas estradas. Se precisar de retomadas mais rápidas e radicais é só reduzir duas marchas do câmbio de seis marchas que o motor sobe de giro facilmente, e vai na faixa descomunal acima das 10.000 rpm que é onde ele adora funcionar para mostrar todo o seu vigor. A velocidade final fica em torno de 180 km/h quando em condições favoráveis, numa longa reta e de preferência num ambiente controlado como um autódromo.
As médias de consumo na cidade são de 25 km/l andando numa boa sem esticar as marchas, e na estrada, rodando a 120 km/h em média, o consumo fica na casa dos 20 km/l. Mas, rodando na cidade bem na ponta do acelerador e não ultrapassando 60 km/h, as médias de consumo ficaram na casa dos 35 km/l, marcas excelentes para um bicilíndrico desta capacidade. Em compensação, na estrada e com a mão no fundo o tempo todo, trocando marchas nas 12.000 rpm e fazendo reduções bruscas para atacar curvas, o consumo caiu para 9 km/l. Todas as marcas de consumo que citei foram mostradas no computador de bordo do painel e achei as informações bem confiáveis, pois bateram perfeitamente com as minhas contas usando os legítimos grafite e pergaminho.
O chassi continua o mesmo diamante em aço com o motor fazendo parte da estrutura, o que garante alta resistência, leveza, agilidade e estabilidade em altas velocidades. Mas a grande novidade vem no novo garfo dianteiro invertido e pude comprovar a melhora na performance atacando curvas com maior confiança e com uma sensação de segurança incrível até então para a categoria.
Você pode atacar curvas de baixa velocidade que a nova R3 inclina com facilidade e contorna com precisão. As curvas de alta ela garante ótima estabilidade e em momento algum chegou a balançar ou titubear querendo sair da trajetória. A frente transmite um feeling muito bom quanto à precisão ao contornar e também ao atacar o ápice da curva depois de escolhida a trajetória. É apontar o caminho que a pequena R3 obedece ao comando sem hesitar. Na traseira, a balança assimétrica em aço ligada a um único amortecedor central com regulagem apenas na pré carga da mola dá conta do trabalho de manter a roda traseira grudada no chão proporcionando melhor performance nas curvas e melhor tração.
O sistema de freios é suficiente para freadas muito fortes com o único disco dianteiro de 298mm e o único disco traseiro de 220mm, equipados com sistema eletrônico ABS. Mesmo atacando forte as curvas na serrinha em descida, o sistema não apresentou fadiga e se manteve potente durante todo o percurso. As rodas são de 17 polegadas, como as melhores superesportivas, calçadas com pneus Metzeler de excelente grip. O painel é totalmente digital, com uma tela LCD retangular super completa com informações de bordo, de viagem e da máquina, e conta ainda com a útil shift light para fazer a troca de marchas na rotação que achar mais adequada, podendo ser programada ao gosto do piloto acima das 7.000 rpm.
A Yamaha YZF-R3 ABS traz esportividade para o dia a dia e ainda proporciona muita adrenalina para se divertir com segurança num track day , onde o piloto pode desafiar e superar seus limites. Na cidade, o motor é responsivo e a posição de pilotagem meio esportiva não cansa e permite boas horas em cima dela. Para mim é a escolha perfeita na categoria das 300, uma excelente escola para iniciantes no universo da motovelocidade e uma excelente opção para quem quer uma motocicleta fácil de pilotar, econômica para o dia a dia, cheia de aptidões esportivas e um visual deslumbrante para inflar o ego do feliz proprietário.
A Yamaha YZF-R3 ABS conta com quatro anos de garantia e um plano de manutenção com preço fixo nas revisões feitas a cada 5.000 km, até os 30.000 km.
Acompanhe a MOTOCICLISMO também pelas redes sociais!
– Instagram – Facebook – YouTube – Twitter
