A Kawasaki Versys 650 é uma motocicleta acima de tudo prática e divertida, não é uma novidade absoluta, mas muitos ainda não a conhecem e me perguntam como ele se comporta. Mas a razão para andar nessa motocicleta inteligente e prática, é que ela é muito divertida.
O nome vem de “VERsatile SYStem” e a primeira versão chegou na Europa e nos Estados Unidos em 2008, dando uma injeção de ânimo e modernidade no segmento das Dual Purpose de média cilindrada. Em 2010 ela passou pelo primeiro face lift e este modelo é bastante conhecido pelas terras tupiniquins pelo icônico desenho do farol dianteiro duplo sobreposto, formato que seguiu também na irmã maior de 1.000 cilindradas com motor de quatro cilindros em linha, a Versys 1.000. Em 2015 chegou esta versão atualmente nas ruas, com farol duplo separado, inspirado nas legítimas superesportivas.
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A Versys 650 Tourer que apresento custa R$ 42.990, com malas laterais e top case, protetores de mão, proteção de tanque, para-brisa fumê, tomada 12V, protetores de motor tipo slider, faróis auxiliares em LED e indicador de marcha, que também é padrão na versão normal, que é oferecida por R$ 37.990. O preço é bem honesto levando em conta a versatilidade que o conjunto oferece, tanto para encarar as correrias do dia a dia em meio ao trânsito da cidade, bem como escapadas por estradas de bom asfalto ou de terra. Se você pilotar eu tenho certeza que ela vai tocar seu coração.
O motor é o mesmo que equipa a Z 650 e a Ninja 650, um bicilíndrico paralelo de 649 cm³ com duplo comando no cabeçote de oito válvulas refrigerado a líquido com injeção eletrônica de combustível, e configurado para acordar o torque nas baixas rotações, o atributo certo para proporcionar a tocada esperta e divertida que a proposta da motocicleta impõem.
Ele entrega orgulhosos 69 cv de potência a 8.000 rpm e 6,5 kgf.m de torque máximo já nas 7.000 rpm. O duplo cilindro paralelo tem uma incrível gama de uso. Já é atento em 2.000 rpm, tem um bom caráter nas médias e se estende até 10.500 rpm A aceleração nas baixas rotações é muito gratificante, mas ele mostra todo seu vigor nas rotações mais altas, aproveitando perfeitamente as relações do câmbio de seis marchas. O pequeno 650 de 69 cavalos tem um espírito Ninja e o consumo também é muito bom. Consegui 25 km/l na cidade e quase 20 na rodovia a 110 km/h.
O sistema de escapamento instalado por baixo da motocicleta centraliza as massas para melhorar a maneabilidade. O motor aquece um pouco as pernas, principalmente nos dias mais quentes, mas nada que chegue a incomodar. A ergonomia proporciona uma posição ereta e bem relaxada e permite até mesmo os pilotos mais altos, o banco estreito a 840 mm do solo permite que você descanse facilmente os pés no chão e a garupa tem um espaço generoso e com as pedaleiras em posição agradável e confortável, e com ótimas alças.
O painel tem um conta-giros analógico em destaque, com um visor digital com informações de rodagem e computador de bordo com consumo médio e instantâneo, além de indicador de marchas. As alavancas de freio e embreagem são ajustáveis na altura. Os punhos e o body kit trazem componentes de qualidade, com encaixes e acabamento ótimo.
O garfo Showa invertido é ajustável na pré carga da mola e na velocidade de mergulho e o amortecedor traseiro tem regulagem manual da pré carga da mola através de uma válvula tipo registro na lateral direita da moto. Foi interessante reparar a melhora da motocicleta ao regular as suspensões após carregar as malas, porque com o peso no baú, a frente ficou muito leve e a dirigibilidade bem comprometida, então foi só endurecer o amortecedor traseiro que tudo voltou ao normal.
O set up original me parece mais apropriado para o conforto no uso diário e também foi muito bem nas estradas de terra, mas no asfalto constatei algumas balançadas excessivas em curvas de alta velocidade, por isso um pequeno endurecimento na suspensão dianteira melhorou bastante a performance do conjunto. É bem recomendável ajustar o SAG da motocicleta conforme o peso do piloto e as condições de uso para que você obtenha a melhor performance da motocicleta.
O sistema de frenagem tem disco duplo na dianteira mordido por pinças Nissin convencionais deslizantes de dois pistões e na traseira um disco simples com pinça de pistão único, ambos com ABS. Infelizmente, não há controle de tração.
A Kawasaki Versys 650 satisfaz na íntegra, tem um corpo esportivamente invocado, muita agilidade na cidade e nas curvas, a frenagem é potente e modulável, enquanto o motor tem o poder que faz você se entreter entre as arrancadas e saídas de curvas. Ela também é perfeita na estrada quando se leva em conta que o motor vibra pouco, é forte e elástico. As arrancadas são vigorosas, as saídas de curvas excitantes e a velocidade final ficou em 200 km/h sem as malas e 185 km/h com as malas e o para-brisa levantado, marcas cravadas no velocímetro digital da máquina.
A garupa também recebe uma ótima acomodação, então, no final, se você pensar sobre quanto ela custa e o que ele oferece, eu diria que ela encanta demais com sua praticidade e confiabilidade e ainda é um prazer enorme rodar com ela por quaisquer caminhos.
Seja nas correrias diárias ou numa viagem de fim de semana, sempre haverá uma boa razão para você se satisfazer com a Kawasaki Versys 650.
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