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CBR1000RR-R Fireblade: tecnologia da MotoGP para vencer o WSBK

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  • Publicado: 01/02/2020
  • Por: Alexandre Nogueira

A nova superbike da marca da asa, a CBR1000RR-R Fireblade 2020, também disponível em versão SP, é uma motocicleta totalmente nova, projetada para o máximo desempenho e idealizada para levar a fabricante japonesa ao topo do pódio do Mundial de Superbike.

CBR1000RR-R Fireblade 2020: tecnologia da RC213V-S (Divulgação)

Só para você ter uma idéia, o peso do conjunto totalmente abastecido fica em 202 kg e a potência do motor começa em 217 cavalos! Tudo nela é novo, como o chassi tipo Diamond construído com vigas de 2 mm de espessura, mais leve e 18% mais rígido na torção. A Honda diz que 18 espessuras diferentes de material são usadas na balança traseira baseada na MotoGP. A distância entre eixos também é maior, bem como o trail e o ângulo de cáster, para proporcionar maior estabilidade em altas velocidades. O motor é instalado 33 mm mais longe do eixo da roda dianteira e 16 mm mais para cima, proporcionando melhor agilidade e dirigibilidade, bem como maiores inclinações.

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Motor tem refinamentos da RC213V-S

O motor é completamente novo e o projeto teve a colaboração do HRC, time responsável pelo desenvolvimento da RC 213V do MotoGP utilizada pelo super campeão Marc Marques, que diga-se de passagem, é o grande favorito ao título de 2020. São 999,7 cm³ capazes de render uma potência máxima de 217 cavalos a 14.500 rpm com torque máximo de 11,4 kgf.m em 12.500 rpm.

CBR1000RR-R Fireblade 2020: ajuda dos engenheiros do time HRC (Divulgação)

Este novo motor é super quadrado (diâmetro maior que o curso) e é o motor com o maior diâmetro de pistão dentre os quatro cilindros de 1.000 cm³. Agora as dimensões de diâmetro e curso são de 81 x 48,5 mm (na anterior 76 x 55), as válvulas de admissão tiveram o ângulo reduzido de 11° para 9° e são maiores, com diâmetro de 32,5 mm e as de escape 28,5 mm. Agora as válvulas são acionadas por balancins, que conforme a Honda, o sistema reduz o peso inercial em 75%.

CBR1000RR-R Fireblade 2020: chassis leve e com nova geometria (Divulgação)

Como tudo é pensado para o máximo desempenho, os pistões são em alumínio forjado e são revestidos com uma liga à base de Teflon e Molibdênio e os pinos dos pistões são revestidos com uma liga de Níquel-Fósforo, visando reduzir o atrito.

A moto de Álvaro Bautista: a Fireblade é muito diferente da Panigale ele diz (Divulgação)

As bielas são forjadas em Titânio e são 50% mais leves. Os parafusos de fixação das bielas são em Aço-Molibdênio-Vanádio e não requerem porca de aperto. Esses materiais foram usados para suportar o elevado regimes de rotações. Pensando em compactar as dimensões do motor, o virabrequim é mais curto e então o motor de partida não aciona mais o virabrequim e sim o eixo primário da embreagem. A parte traseira do motor agora serve de ancoragem para a cabeça do amortecedor traseiro.

CBR1000RR-R Fireblade SP: a usina original tem 217 cv, a do WSBK pode chegar a 230 cv (Divulgação)

O sistema de alimentação ganha novos corpos de borboleta, agora com 52 mm de diâmetro e formato oval e o eixo de acionamento das borboletas é em aço inoxidável extremamente rígido, no lugar do velho latão que pode sofrer torções.

Toda eletrônica é fácil e intuitivamente configurada no painel TFT (Divulgação)

Eletrônica de última geração

A eletrônica que faz todo o gerenciamento do motor é de última geração e uma central inercial IMU de seis eixos da Bosch entra no lugar da central de cinco eixos. São disponíveis diversos modos de pilotagem e as configurações podem ser personalizadas mesclando entrega de potência e torque, freio motor, rotação máxima para arrancada, controle de tração e ainda o refinamento do acerto das suspensões Öhlins e da intromissão do ABS dos freios Brembo Stylema, iguais aos utilizados na RC213V-S, com discos dianteiros de 330 mm de diâmetro e 5 mm de espessura.

Suspensões Öhlins e freios Brembo Stylema: só o melhor de cada marca (Divulgação)

Idealizada para vencer

Há tempos que a Honda não vence o Mundial de Superbike. Por isso, a marca desenvolveu esta nova CBR1000RR-R pensando em máximo desempenho. A disputa no campeonato nunca foi tão acirrada e a Kawasaki, que vem dominando o campeonato há cinco anos seguidos com a simbiose ZX-10RR e Jonathan Rea, já está tento trabalho para brigar com os adversários.

CBR1000RR-R Fireblade SP: trabalho de ourives (Divulgação)

Ano passado, a Ducati estreou a nova Panigale V4 R e chegou perto de derrubar o reinado da Kawasaki. Com esta máquina nas mãos do ex-piloto de MotoGP Álvaro Bautista, a Ducati venceu 11 corridas seguidas no início do campeonato, mas Jonathan Rea e sua equipe Kawasaki conseguiram revidar com o quinto campeonato consecutivo conquistado com esforço sobrenatural. Alex Lowes junta-se ao Team Kawasaki para disputar o título 2020.

Jonathan Rea: imbatível e vencedor das últimas cinco temporadas (Divulgação)

Para esta temporada 2020 a Honda contratou para o time HRC o experiente Álvaro Bautista e o destemido Leon Haslan para voltar a vencer. A alemã BMW entrega uma totalmente nova S1000RR nas mãos de Tom Sykes e Eugene Laverty, a Yamaha entrega a YZF-R1 nas mãos de Michael Van Der Mark e Toprak Rasgatlioglu e a Ducati quer voltar a vencer com a Panigale V4 R nas mãos de Chaz Davies e Scott Redding.

A mensagem está muito clara: o Mundial de Superbike pertence às réplicas de MotoGP e a Honda já responde ao recado com a nova CBR1000RR-R Fireblade SP. O mundial de Superbike teve início em 1988 e 2020 promete as disputas mais emocionantes de todos os tempos.

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