<p>O mercado de motocicletas está em plena ascensão e, com esse crescimento acentuado, as marcas vêm investindo pesado para conquistar seus clientes. Um bom exemplo é a Yamaha, que em 2006 criou a Lander XTZ 250. Desenvolvida e projetada especificamente para o mercado brasileiro, o projeto deu frutos para a fabricante japonesa que, em pouco mais de um ano depois do lançamento, põe à disposição dos clientes uma outra opção criada a partir da própria Lander.</p>
<p>A XTZ 250X é mais uma das integrantes da família X da Yamaha, apresentada no último Salão das Duas Rodas em novembro de 2007. Com design mais arrojado e linhas agressivas, o X da Yamaha nos remete à idéia de uma motocicleta racing, e é justamente essa a intenção da marca dos diapasões. Com lançamentos parecidos na Europa, como a XT 660 X e a WR 250R, a Yamaha pretende incorporar este conceito no mundo todo. E no Brasil não é diferente! Com uma excelente receptividade, esse tipo de moto vem ganhando diversos adeptos e as vendas têm surpreendido os mais otimistas.</p>
<p>Esportes como o supermotard e o próprio motocross inspiraram os projetistas, que transformam as motos em verdadeiras obras de arte. Apesar de não mudar praticamente nada em sua ficha técnica, a XTZ 250X é bastante diferente de sua irmã mais velha, a Lander, principalmente no que diz respeito ao visual. Com detalhes em preto fosco no motor, balanças pretas, novo protetor de bengalas, traseira reestilizada e rodas com aros 17" de alumínio na cor preta, este modelose tornou muito mais on do que offroad.</p>
<p>Apesar de ser uma moto trail, seus aros e pneus deixaram a XTZ-X uma competente moto para o asfalto. Em contrapartida, seu rendimento na terra foi prejudicado. Quando ficamos sabendo que iria ser feito o Superteste com a XTZ 250X, prontamente vários integrantes da nossa equipe de redação se dispuseram a fazê-lo. No final, acabei sendo o privilegiado, pois como sou proprietário de uma Lander, poderia relacionar as principais diferenças em relação a este modelo.</p>
<p>Confesso que estava bastante curioso para conhecer mais a fundo esta moto e, logo que subi nela, me senti mais confortável, já que com seus aros de dimensões menores, a moto fica mais baixa — 870 mm altura do assento. Essa alteração, também nos transmitiu uma maior sensação de leveza, apesar da moto ser 2 kg mais pesada que a Lander. No trânsito, essa diferença é imperceptível, pois a maior agilidade obtida com a adoção das rodas menores, compensa esse acréscimo de peso.</p>
<p>Com a utilização do aro 17" em vez dos 21", que equipam a Lander, o efeito giroscópico foi diminuído; com isso, consegue-se uma maior facilidade nas mudanças de direção. Em compensação, o aro menor transmite mais as irregularidades do terreno para o piloto. Outro ponto positivo é sua altura reduzida que permite andar com maior desenvoltura nos corredores de automóveis. Vale destacar que, mesmo mais baixa, ela continua transpondo por cima dos espelhos retrovisores dos carros. Mas chega de falarmos de trânsito! Vamos ao desempenho dela nas estradas.</p>
<p>No primeiro trecho, pe gamos a rodovia dos Imigrantes, porém, não foi possível sentir totalmente seu desempenho, pois além do limite de velocidade de 80 km/h, a descida da serra não tem curvas. Entretanto, pudemos medir o seu consumo e, tivemos uma grata surpresa: foram 32 km/L, uma média excepcional para uma motocicleta de 250 cm³. Ao longo do teste, a nossa satisfação em relação ao consumo só aumentava, mesmo abusando mais do acelerador. Mas, antes, vale a pena frisar que, em alta rotação, seu motor — o mesmo que equipa a Lander — segue precisando de uma 6ª marcha, mesmo com a mudança na transmissão secundaria um pouco mais alongada.</p>
<p>Sendo assim, com a utilização desse recurso, o consumo seria ainda melhor. No segundo trecho, na estrada Manuel Hipólito Rego, antiga Rio/Santos, pudemos sentir o que a moto tem de melhor. Nas curvas “travadas” entre o litoral sul e a cidade de Ubatuba, seu pneu esportivo e a nova calibragem mais rígida da suspensão dianteira fez com que a moto “grudasse” no asfalto, e a estrada sinuosatornou-se uma verdadeira diversão, permitindo curvas mais ousadas e<br />
com total segurança.</p>
<p>Nessa parte do roteiro, rodamos cerca de 270 km e, dessa vez, com o cabo enrolado na maior parte do trajeto. Mesmo assim, o consumo continuou muito bom, chegando à média de 28,7 km/L. De Ubatuba, seguimos rumo a Campos do Jordão, passamos por mais algumas situações de serra, neblina e asfalto deteriorado. Que para o nosso Superteste é sempre muito bom, pois podemos analisar o desempenho da moto em todas as situações.</p>
<p>O que podemos dizer é que o motor na subida da serra responde de forma rápida e tem força para o caso de ultrapassagens. Já o farol, que utiliza lâmpada de 35W, não deu o auxílio necessário na neblina, o que prejudicou bastante a nossa visão. Foi nesse trecho que a moto fez sua pior média de consumo, com 26,1 km/L, mas vale lembrar que, além da temida serra de Taubaté, enfrentamos também a serra de Campos do Jordão. Portanto, mesmo com a média caindo bastanteem relação aos trechos anteriores, foi um resultado bastante satisfatório.</p>
<p>No dia seguinte, pela manhã, rodamos de Campos do Jordão até a pequena cidade de Monteiro Lobato, mais uma vez o trecho foi feito todo em serra, porém, dessa vez, ao invés de subirmos, descemos. Com curvas acentuadas, pudemos constatar novamente que o seu aro de 17", somado ao pneu esportivo da Pirelli, é realmente um diferencial e tanto para quem roda no asfalto. Dessa forma, a moto se comporta muito bem e permite manobras que com a Lander não seria possível.</p>
<p>Até agora, só falamos do desempenho dos novos aros e pneus no asfalto, mas para o teste ser realmente completo, precisaríamos andar com eles na terra. E foi justamente o que fizemos neste roteiro. Rodamos por mais de 40 km em estradas de terra e concluímos que toda vantagem que se ganha com este novo “sapato” no asfalto, vai por água abaixo neste tipo de terreno. Com muito pouco “grip”, as curvas se tornam perigosas e a atenção tem de ser redobrada ou seja é preciso muito cuidado para não levar um chão. Além disso, a dimensão menor dos aros compromete no rendimento das suspensões, que transmitem mais as imperfeições do terreno para o piloto.</p>
<p>De volta ao asfalto, nos sentimos aliviados por termos superado a estrada de terra sem maiores problemas. No retorno a São Paulo, novamente em rodovias como Fernão Dias, Dom Pedro e Bandeirantes, o consumo voltou a ficar acima dos 30 km/L. Isso nos fez pensar que esta motocicleta é uma excelente opção de compra, pois além do ótimo desempenho no asfalto, seu consumo é baixo e ainda oferece alguns equipamentos que as concorrentes não têm: a injeção eletrônica, o freio a disco na roda traseira e o “estilão motard” exclusivo da Yamaha.</p>
<p>Mesmo sem uma concorrente direta nessa categoria, as que mais se aproximam, como a XR 250 Tornadoda Honda e a STX Motard da Sundown não apresentam uma diferença de preço considerável. A Sundown, que tem motor de 199,1 cm³, sai por, em média, R$ 8 500 no mercado. No caso da Honda, a moto é vendida por R$ 11 000 nas revendas, mas o preço de tabela é ainda um pouco inferior. Pouca diferença, se considerarmos que a 250X foi encontrada por R$ 11 900 nas concessionárias da cidade de São Paulo.Enfim, vale a pena pagar um pouquinho a mais para ter uma verdadeira SM!</p>