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Voltz EVS Work roda 1.000 km gastando R$ 20

9 Minutos de leitura

  • Publicado: 07/06/2023
  • Por: Alexandre Nogueira

A Voltz iniciou sua jornada com o scooter elétrico EV1 que fez bastante sucesso e permitiu à startup pernambucana não só chamar a atenção com seu exclusivo scooter, como também receber aporte milionário para passar a produzir suas motocicletas em Manaus.

O modelo Voltz EVS chegou pouco tempo depois e seguindo a linha inovadora da marca, começaram a oferecer a versão Work, destinada aos motociclistas que querem empreender no segmento de delivery, com menores custos nos abastecimentos e na manutenção de sua motocicleta.  A Voltz EVS Work foi desenvolvida exclusivamente para o trabalho, já que vem com suporte traseiro onde pode ser instalado o apoio para as mochilas de transporte, e não tem as pedaleiras da garupa.

De mochila nas costas

Me vesti com o espírito de entregador e com a minha mochila quadrada imaginária, para tentar reproduzir alguns passos dessa galera que roda pra caramba a cada dia e que faz chegar em nossas casas a mais diversa quantidade de produtos, da cerveja gelada aos medicamentos de urgência ou o fast food para que possamos continuar focados em nossos afazeres sem ter que parar ou sair para buscar o que quer que seja.

Propósito da moto

A moto para o serviço diário de entregas deve ser confiável, econômica e de baixa manutenção, condições que podem permitir ao entregador ter maiores ganhos.

As motos elétricas por terem muito menos componentes do que as motos comuns, demandam menor manutenção geral, afinal são duas baterias, o motor elétrico, na roda no caso da EVS Work, os devidos componentes eletrônicos para o gerenciamento e correto funcionamento, o sistema de freio e as suspensões.

Portanto basta cuidar da calibragem e estado dos pneus, da verificação dos freios e do óleo da suspensão dianteira de acordo com o manual e carregar as baterias, e praticamente só.

Como é a EVS

O design da EVS é moderno e agradável aos olhos, com linhas suaves e fluidas. O farol em formato de escudo, assim como as demais luzes da moto, são LED. O painel digital é bonito e tem interface com o app Minha Voltz, o qual é capaz de oferecer uma série de informações como alertas de mau funcionamento, status da bateria, detalhes de rota e alerta de movimento da moto com ela estacionada, entre outras.

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A Voltz EVS está baseada em um chassi do tipo berço duplo, e no lugar onde seria o motor convencional à combustão estão acomodadas as duas baterias de lítio, que pesam 15 quilos cada. Para os trabalhos de suspensão vem agregado um trem dianteiro com bengalas invertidas convencionais e na balança traseira está ancorado o monoamortecedor com ajuste de pré-carga da mola. O funcionamento das suspensões tem pouca progressividade e, apesar da maciez, transmite bastante as imperfeições do piso para o condutor, principalmente a dianteira.

O sistema de freios é combinado, conta com disco simples na dianteira e na traseira e se mostraram bem eficientes para a proposta da moto, afinal, para rodar a trabalho as velocidades devem ser mais moderadas. Detalhe bem legal é que os dois freios são acionados no guidão, com o dianteiro sempre na mão direita, e o traseiro na mão esquerda, e as alavancas são em alumínio e tem regulagem de altura.

A ergonomia é bem neutra e com posição ereta do corpo, triângulo entre guidão, assento e pedaleiras bem amplo até para acomodar os mais altos, mas a densidade da espuma do assento não é das melhores e pode causar desconforto para pilotar muitas horas.

Motor na roda?

Em se tratando do motor, este é o ponto onde há maior dúvidas, pois o motor é a própria roda traseira da moto, um motor elétrico dos mais modernos, do tipo Brushless. Os motores elétricos Brushless são motores de corrente contínua que não utilizam escovas de carvão para conduzir a corrente elétrica, o famoso carvãozinho, que normalmente se troca nos reparos do motor de arranque dos motores a combustão. Em vez disso, eles são constituídos por um rotor feito de ímãs permanentes e um estator feito de bobinas. A movimentação entre o rotor e o estator acontece por atração e repulsão magnética. O motor possui um controlador eletrônico de velocidade, que movimenta a bobina e esta, por sua vez, movimenta o rotor.

Para você entender melhor como a roda é o próprio motor, posso dar um exemplo bem simples. Pense em um equipamento elétrico como o motor de um liquidificador, por exemplo, onde a máquina está parada e apoiada em uma base, e quando o motor é ligado o eixo começa a girar. No caso da roda da moto, o eixo está fixado na balança e a carcaça do motor, que no caso é o aro da moto, é quem gira.

Os motores elétricos Brushless possuem algumas vantagens em relação aos motores convencionais que utilizam escovas de carvão. Eles têm uma vida útil maior, pois não há atrito entre as partes e, portanto, o desgaste e a temperatura de trabalho são menores. Além disso, eles não necessitam de manutenção para troca das escovas de carvão. Os motores elétricos Brushless também são mais eficientes e possuem maior potência do que os motores convencionais.

Todo o gerenciamento do motor é feito por um módulo que otimiza o funcionamento do motor. Este módulo melhora a corrente recebida das baterias, e, conforme os parâmetros selecionados através do painel, envia a corrente otimizada para o motor para que ele forneça o melhor desempenho e rendimento das baterias.

Desempenho conforme a proposta

Também há dúvidas quanto ao rendimento das duas versões da Volts EVS, então, vamos esclarecer que elas são realmente diferentes. Ambas têm os três modos de pilotagem, o econômico, o normal e o esporte. Mas a EVS Work é amansada exatamente para ter um melhor rendimento das baterias e aguentar ao máximo a jornada de trabalho. A EVS normal atinge até 120 km/h de velocidade final quando no modo esporte, já a EVS Work atinge apenas 85 km/h no modo esporte e apenas 35 km/h no modo econômico. Vale lembrar que a Volts EVS não tem marchas e ainda possui marcha a ré, acionada por um botão no punho esquerdo.

Ambas levam o carregador de tomada num compartimento dentro do falso tanque de combustível. O carregamento total da bateria leva cerca de 5 horas e o modelo com duas baterias recarrega ambas de forma simultânea e com o mesmo tempo. As baterias também podem ser facilmente retiradas sem uso de ferramentas para serem recarregadas dentro de casa.

Tecnologia embarcada

A Voltz EVS conta com chave por sensor de presença e um painel LCD com todas as informações de rodagem e de bordo e ainda conta com a conectividade da moto elétrica com o aplicativo para smartphones através do App Hello Voltz, onde é possível monitorar remotamente o diagnóstico da moto em tempo real, como o status das baterias, o número de ciclos de cada bateria, verificar a localização por GPS na função anti-roubo com rastreamento e até alerta a contatos de emergência em caso de acidente.

A Voltz EVS normal, é vendida por R$ 20.390,00 com uma bateria e R$ 24.990,00 com duas baterias.

O preço da Voltz EVS Work para clientes B2B, ou seja, para quem tem CNPJ, é R$ 22.990,00 com duas baterias.

Rodando para entregar

As motos elétricas têm algumas particularidades em comum e a EVS não é diferente, O torque imediato nas acelerações é bem divertido e ela ganha velocidade rapidamente no modo Sport.

Há algumas particularidades que é preciso se acostumar para não ficar sem saber o que fazer. Por exemplo, com a moto parada é necessário soltar o freio para que o acelerador responda e a moto entre em movimento, nas subidas é preciso ser rápido para não deixá-la rolar para trás, mas depois que você pega o jeito vira coisa normal.

Outro ponto que os entregadores têm que ter em mente é que quando a bateria chega abaixo do 40% de carga restante, a velocidade da moto é limitada para economizar energia e proteger as baterias, o que vai deixar inevitavelmente os trajetos mais lentos e a subidas mais longas.

Mas as estações de troca de baterias estão espalhadas por São Paulo para colocar energia nova nas motos sem interromper as entregas.

Plano inédito

A work quando foi negociada no projeto do ifood foi vendida por R$ 9.990 sem bateria, pois eles tinham a obrigação de aderir a um plano de troca pelas estações. Esse preço especial com a parceria do iFood é bem especifico, pois é a empresa que normalmente abre internamente a opção para sua base de entregadores.

Para os entregadores de aplicativo, iFood e Voltz criaram uma rede de troca de baterias com estações na rede de postos Ipiranga em que os usuários trocam o componente de forma rápida e prática. De início, ela será restrita apenas na cidade de São Paulo, onde já há 55 totens nos postos Ipiranga. Nesse conceito, o usuário não tem a posse das baterias, então é preciso aderir a um plano com valor fixo mensal para o uso compartilhado.

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Essa assinatura tem planos mensais para até 2.000 km, 4.000 km, e há também a opção com quilometragem livre. Vale lembrar que as assinaturas por quilômetro rodado são apenas para o uso da rede de baterias compartilhadas. A meta das empresas é chegar a 100 estações em São Paulo, e, depois expandir para outras capitais como Recife, Salvador, Belo Horizonte e Brasília.

Vantagem bastante relevante na hora da escolha por uma Voltz EVS é que ela conta com a isenção de IPVA para veículos elétricos nos estados do Ceará, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe. Para os estados der São Paulo e Rio de Janeiro a alíquota é reduzida.

Em resumo a EVS Work é uma boa opção para quem busca economizar em suas entregas e ter mais lucro. As motos elétricas ainda não são motocicletas para buscar desempenho, e nem é essa a proposta desta Voltz.

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