<p><span style="line-height: 1.6em;">Lançado em 2003 no Japão com o nome de Sky Wave, o Burgman 650 só chegou ao Brasil em 2008. Custava R$ 52 900 na versão Executive, que tinha espelhos e bolha para-brisa reguláveis eletronicamente. Em 2010, a Suzuki Motos do Brasil resolveu criar uma verdadeira linha de montagem para o modelo e, assim, o conhecido "Burgmão" passou a ser fabricado no Brasil. Com o maior volume que o sistema CKD sugere, o preço caiu para </span><span style="line-height: 1.6em;">R$ 39 900. São raros nas ruas, mas as poucas unidades que antes empatavam nas concessionárias, agora são rapidamente comercializadas. No início de 2013 seu preço caiu para R$ 36 000 – não mais na versão Executive – e a média, é de cinco unidades comercializadas por mês no Brasil. Poderia vender mais se não fosse o preconceito.</span></p>
<p> Isso mesmo! Preconceito! Tem muita gente que acredita que scooters são frágeis, que não aguentam o tranco de uma viagem longa ou que são mais lentos que motos. Se esses tradicionalistas tivessem a oportunidade de viajar – com a esposa – por centenas de quilômetros com o Burgman 650, certamente eles teriam de cortar a língua. Sim, ele não é uma moto, mas também está bem longe de ser um scooter de baixa cilindrada. O Burgman 650 ultrapassa com facilidade e estabilidade os 160 km/h, é ultraespaçoso (cabem dois capacetes integrais embaixo do banco e ainda sobra espaço), é confortável e ainda possui rodas grandes e suspensões muito bem calibradas para alta velocidade. Chama atenção a neutralidade e equilíbrio em curvas. Equipado com motor bicilíndrico em paralelo de 638 cm³, DOHC, oito válvulas com arrefecimento a água, ele atrai pelo vigor em acelerações e o excelente conforto que todo o conjunto proporciona. Diferentemente dos scooters tradicionais, os cilindros (quase horizontais) do motor deste gigante, ficam entre as pernas do piloto e não atrás, como acontece. Dessa forma, o centro de gravidade, além de baixo, está mais próximo da roda dianteira, oferecendo fácil dirigibilidade. Não chega a ser tão ágil como uma naked evidentemente, mas desperta o interesse, pois ele é mais ágil e fácil de pilotar do que sugere seu volume geral. Seu enorme banco com espuma a vontade, favorece pilotá-lo por horas sem se cansar. O espaço reservado para o carona então, nem se fala. É uma maravilha. Pena que o tão prático encosto para as costas do acompanhante não é mais item de série. Todavia, ele continua esbanjando versatilidade. Caso você não queira viajar, ele também é uma ótima opção na cidade, não destrói seus sapatos, não molha a parte de baixo da calça e permite o uso de um capacete tipo Jet sem que você sofra com a turbulência gerada pelo vento. A grande bolha dá conta do recado. Ele ainda conta com três porta-luvas e um espaço bem generoso embaixo do banco. Na estrada marcou 18 km/litro, mas na cidade o consumo subiu para 15 km/litro.</p>
<p>Um diferencial, é o fato de podermos trocar de "marchas". O Burgman 650 vem com um exclusivo sistema que quando acionado nos permite trocar as velocidades através de botões. No entanto, o câmbio é tipo CVT, ou seja, o que realmente acontece, é que a eletrônica permite que você troque de velocidade de acordo com as rotações do motor, dando apenas sensações de que estamos trocando de marchas. Desse jeito, você pode frear com auxílio de freio motor, mas mesmo assim, sua vida está muito menos tranquila no modo automático, no qual ele trabalha muito bem, e até com excelente freio motor. Um botão Power, eleva o giro e deixa a resposta do acelerador mais imediata, mas é outro detalhe que não faria a mínima falta caso não existisse.</p>
<p>Resumindo, enquanto os outros fabricantes brasilieros não enxergam o poder de um grande scooter, a Suzuki vai lucrando no segmento. A Yamaha anunciou a chegada do T-Max 530 para o início de 2014, mas este é muito mais esportivo e vai custar bem mais. Se você deseja as qualidades de um scooter, mas com temperinho de quase estar pilotando uma GT e ainda não abre mão do conforto, o Suzuki Burgman 650 é uma excelente opção.</p>
<p>Resultado da avaliação no dinâmometro.</p>
<p>38,1 cv a 8 000 rpm</p>
<p>6,8 kgf.m a 4 500 rpm</p>
<p>A fábrica declara 55 cv no virabrequim. Nós extraímos 38 cv na roda. Sempre com gasolina comum. Curioso mesmo é perceber o desenho estranho da curva, após o pico de potência.</p>
<p><strong>Positivo</strong></p>
<p>• Conforto</p>
<p>• Motor</p>
<p>• Câmbio</p>
<p><strong>Negativo</strong></p>
<p>• Valor das peças</p>
<p>• Largura</p>
<p>• Consumo na cidade</p>