<p>Um scooter não é uma motocicleta, e sim uma motoneta. É um veículo diferente, criado para ser um meio de transporte cômodo, de fácil manejo, que atende um público que preza mais pela razão do que pela emoção na pilotagem. Ninguém fica indiferente a um scooter: ou ama ou odeia. E os aficionados por este simpático veículo costumam se intitular “scooteristas”. Dito isso, vamos ao que interessa, o novo Cityclass 200i.</p>
<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass35_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>De acordo com a Dafra, o projeto-base do novo scooter, que recebeu cerca de 150 modificações em quase dois anos de desenvolvimento, para funcionar de acordo com as necessidades do brasileiro, não é da Garelli (modelo XÒ 200, lançado em 2010 no Salão de Milão), e sim de uma empresa que fornecia para a marca italiana. O modelo apresentado em 2013 no Salão Duas Rodas — ainda em fase final do desenvolvimento —, demorou mais um ano para chegar às concessionárias, e a diferença visível é a ausência das luzes auxiliares em LED na frente.</p>
<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass210_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>O seu visual não é ousado, futurista, e segue o tradicional design italiano. O seu acabamento não é perfeito, mas, sem dúvidas, é bem satisfatório. Na pilotagem, notamos que o motor, que não é arrefecido a líquido como o Honda PCX, responde bem para empurrar o peso do piloto (e o próprio peso, de 146 kg em ordem de marcha) e de um passageiro, permitindo andar nos extensos corredores das vias expressas sem medo de ser atropelado pela moto que vem atrás. Isso significa mais confiança para enfrentar o trânsito congestionado, comum nas grandes cidades. Um ponto negativo que pode incomodar alguns usuários é que ele é ruídoso, principalmente acima de 6 000 rpm — rotação identificada graças ao conta-giros disponível no painel —, passando a impressão de que o scooter não está com o variador de avanço original, e sim um mais potente, upgrade que tem como efeito colateral o aumento do ruído do motor. Na estrada, seu desempenho extra em relação aos modelos 125 e 150 permite trafegar sem riscos (mas sem permitir abusos).</p>
<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass110_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>O Cityclass acelera bem, mas freia melhor ainda! Tem o sistema de acionamento combinado e flexíveis de malha de aço na roda dianteira e na roda traseira, que evitam perdas por dilatação, comuns no flexível de borracha. O freio dianteiro tem potência de freio de motos maiores e aliado à ótima aderência dos pneus Pirelli Diablo Scooter, mesmo no piso molhado, passa confiança para frear sem medo. O conforto do usuário fica por conta dos aros 16”, e as suspensões, principalmente a traseira, um ponto sempre crítico nos outros scooters, que costumam sempre dar fim de curso, principalmente com garupa. Mas, a Dafra fez bem a lição de casa, e a suspensão traseira com duplo amortecedor e ajuste de pré-carga é perfeita para este scooter. Absorve bem a buraqueira das ruas e mantém a estabilidade da moto, mesmo em curvas. Só que a suspensão traseira ficou tão boa, que a dianteira (que deve ser a mesma do projeto original) parece muito macia e passa parte das irregularidades da via para a mão do piloto. Use o ajuste da pré-carga, teste para encontrar o comportamento mais adequado a pilotagem, para nós é o melhor ajuste foi com a mola mais rígida.</p>
<p><img alt="Amortecedores da suspensão traseira contam com o útil ajuste de pré-carga da mola" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass51_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>O consumo de combustível médio durante a avaliação foi de 25,8 km/h, mas pode atingir cerca de 34, se moderar no acelerador. No tanque entram apenas 5,5 litros (o volume “utilizável”) enquanto a ficha técnica divulga 6 litros, para quem pretende usar na estrada, a baixa autonomia pode trazer problemas. Com garupa, mudou pouco a pilotagem. O assento é amplo e confortável, a posição do passageiro é confortável e não incomoda o piloto da vez. </p>
<p><img alt="Painel do Cityclass 200i" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass41_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>O preço do Cityclass, dentro do que o mercado oferece, tem atrativa relação custo-benefício. O Honda PCX tem preço divulgado de R$ 9 015, entretanto sem frete e sem seguro. Na tabela Fipe (<a href="http://www.fipe.com.br">www.fipe.com.br</a>), custa R$ 9 590 e em São Paulo, SP, encontramos por R$ 9 839, preço “salgado”, por mais moderno que seja. A estratégia da Dafra é realmente interessante, e deve funcionar, enquanto Honda e Yamaha — que ainda não trouxe o scooter XMax 250 — não apresentarem nada maior. Eles posicionaram o Cityclass como um upgrade para os scooter e cub de 125 e 150 cm³, além de ser mais uma opção para iniciantes. Resta saber se com o passar do tempo, após 30, 40, 50 mil quilômetros de uso, ele continuará valente ou perderá suas qualidades. Isso só o tempo dirá! </p>
<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass71_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p><strong> POSITIVO</strong><br />
• Desempenho<br />
• Freios<br />
• Conforto</p>
<p><strong>NEGATIVO</strong><br />
• Autonomia<br />
• Motor ruidoso em alta rotação</p>
<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclass91_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p><strong>Em 4 palavras</strong></p>
<p><strong>CIDADE</strong></p>
<p>No caos urbano, entre o mar de carros, o scooter demonstra valentia, acelerando bem e freando com eficácia, graças aos bons freios combinados, aliados aos ótimos pneus. Agradeça aos aros 16” e à suspensão traseira por superar a buraqueira da selva de pedra sem sofrimento.</p>
<p><strong>ESTRADA</strong></p>
<p>No deslocamento entre cidades, o Cityclass dá conta do recado, com segurança, mantendo <br />
110 km/h (real) com estabilidade, mas, lembre-se de ajustar a pré-carga dos amortecedores ao seu peso. Para distâncias maiores, a baixa autonomia compromete o uso.</p>
<p><strong>GARUPA</strong></p>
<p>Em vias irregulares, levar um passageiro no scooter era sinônimo de final de curso nos amortecedores traseiros, o que além de desconfortável, compromete a estabilidade. Era, porque no Cityclass, além do conforto da posição, a suspensão não é de enfeite.</p>
<p><strong>CUSTO-BENEFÍCIO</strong></p>
<p>O Cityclass não é o mais tecnológico scooter do Brasil (é o PCX da Honda), mas é uma opção muito competente, pelo que oferece ao seu “scooterista”, muito adequado à exigente realidade brasileira, graças ao trabalho da engenharia Dafra. Vale os R$ 9 390.</p>
<p><strong>No dinamômetro</strong></p>
<p><img alt="Potência máxima na roda: 11,53 cv a 7 580 rpm Torque máximo na roda: 1,43 kgf.m a 5 090 rpm" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/cityclassdina_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>
<p><strong style="line-height: 1.6em;">Conclusão</strong></p>
<p>Confesso que me surpreendi com o Cityclass por pontos que considero cruciais e pendentes em outras opções do mercado. O motor responde bem aos comandos no acelerador, permitindo um andar em bom ritmo, e a suspensão traseira funciona muito bem (minha coluna agradece). Seu estilo não é ousado, mas agrada, e seu tamanho permite entrar em qualquer espaço livre entre carros. A Dafra acertou comprando um projeto de 2010 e aplicando mudanças necessárias para enfrentar a realidade brasileira e seus exigentes usuários. Até conhecer o Cityclass, eu jamais teria um scooter, agora, passo a pensar nesta possibilidade. </p>
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