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O segmento de motocicletas street de 150 cm³ ou 160 cm³ não é apenas o que mais vende motocicletas; ele é o verdadeiro motor da mobilidade brasileira. Aqui, a escolha do consumidor pode definir o seu custo de vida, a sua segurança e a sua confiabilidade no dia a dia. A Honda CG 160 Start é a referência histórica, sinônimo robustez e de liquidez.
No entanto, sua liderança histórica começa a ser enfrentada com mais força por modelos que vem chegando com alguns atributos que prometem entregar mais. Por seu lado, a Haojue, com a DK 160, desafia a Honda com o bom pacote técnico e a solidez no acabamento de sua 160. Mais recentemente, chegou a Bajaj Pulsar N150, trazendo mais inovações tecnológicas para o segmento.
Assim, colocamos lado a lado estas três representantes do segmento que buscam cativar os motociclistas que querem motos robustas e econômicas, tanto para o trabalho, como para o dia a dia. Analisamos o desempenho, a ciclística, a segurança e a usabilidade urbana de cada uma, para descobrir quem oferece a proposta mais completa no confronto mais importante do mercado.
Análise do trem de força e performance
Apesar da semelhança dos motores, há uma boa diferença técnica que afeta diretamente o desempenho e a economia de cada modelo. O motor da Honda CG 160 Start é o OHC de 162,7 cm³. Crucialmente, esta é a única versão da linha CG que não utiliza a tecnologia FlexOne, sendo alimentada exclusivamente por gasolina. Embora isso restrinja a versatilidade do combustível, o motor entrega uma potência máxima de 14,4 cv a 8.000 rpm e 1,41 kgf.m de torque a 6.000 rpm. Esta potência é suficiente para conferir à CG a melhor capacidade de aceleração e retomada do trio no uso urbano.
A Haojue DK 160 opta por uma engenharia focada na durabilidade e economia. Seu motor de 162,4 cm³, embora de cilindrada similar à da Honda, entrega um desempenho muito próximo, com 15 cv de potência e 1,43 kgf.m de torque. A Haojue preza pela suavidade e eficiência, resultando em um motor que gera menos vibração e economia de combustível, favorecendo o orçamento, principalmente para quem a usa para trabalhar.
A Bajaj Pulsar N150 surpreende ao competir com o motor de 149,68 cm³ refrigerado a ar e óleo e com alta eficiência. A N150 entrega 14 cv e 1,38 kgf.m de torque e está mais próxima da CG em termos de potência, embora entregue em rotações ligeiramente mais altas. O motor da Bajaj, com sua arquitetura moderna, é a prova de que a tecnologia pode compensar a capacidade volumétrica, pois esse motor oferece uma pilotagem mais viva e responsiva.
Ciclística e freios
Neste quesito, o debate entre tradição e inovação atinge seu ponto mais crítico, e a CG 160 Start mostra-se mais vulnerável. A CG 160 Start utiliza freio a disco na dianteira e tambor na traseira. Embora seja extremamente simples e de baixo custo de manutenção, é o menos eficaz em emergências e o que exige maior atenção do piloto, principalmente com o decorrer do tempo e o desgaste natural. A Honda oferece freio a disco nas duas rodas apenas na versão Titan.
A Haojue DK 160 com freio a disco na dianteira e freio a tambor na traseira acoplados ao sistema CBS. O sistema distribui a força de frenagem entre as duas rodas, oferecendo maior controle e estabilidade na pilotagem.
A Bajaj Pulsar N150 eleva o padrão de segurança oferecendo freio a disco na dianteira com ABS, prevenindo o travamento da roda em frenagens bruscas ou em pisos escorregadios, algo vital para o trânsito urbano. O freio traseiro é a tambor, mas a presença do ABS dianteiro posiciona a Bajaj anos-luz à frente das concorrentes neste critério.
A Pulsar N150 é a única do comparativo com rodas de aro de 17 polegadas e pneus de perfil mais esportivo, isso oferece a possibilidade de uma pilotagem mais agressiva com maior segurança.
Usabilidade e custo-benefício
O custo-benefício é definido pela experiência diária, manutenção e liquidez na hora da venda.
A Honda CG 160 Start é inigualável em liquidez e capilaridade da rede de concessionárias, muito maior. O custo de peças é o mais baixo e a facilidade de revenda é absoluta. A CG é a moto que menos desvaloriza. No entanto, na versão Start seu equipamento é o mais espartano sem luxo tecnológico, focando unicamente na funcionalidade e baixo custo. Entretanto, o painel digital LCD tem indicador de marchas.
A Haojue DK 160 se destaca pelo acabamento premium. O design é sóbrio e bem construído, o que confere uma boa qualidade. Seu painel é digital e o conforto do assento e da suspensão é o melhor do comparativo para longas horas de pilotagem. Embora a rede de concessionárias seja bem menor que a da Honda, a reputação da Haojue em qualidade e durabilidade vem ganhando destaque, e conta com o respaldo da Suzuki do Brasil.
A Bajaj Pulsar N150 une o design mais moderno com a melhor tecnologia embarcada. Além do ABS na roda dianteira, ela conta com um painel digital com conectividade, farol com projetor e um visual que agrada ao público jovem.
O custo de peças e o serviço ainda estão em fase de consolidação no Brasil, o que poderia ser um fator de preocupação na compra do modelo, mas a proposta de valor agregado é imbatível.
Por outro lado, para aumentar a confiabilidade da marca, segundo a própria Bajaj, estão investindo pesado em seu centro de distribuição e no estoque de peças.
O mesmo está fazendo a Haojue, pois essa é uma preocupação geral dos futuros clientes.
