Testes GSX-S1000 Suzuki

A Suzuki GSX-S1000 GX é a nova Hyper Crossover definitiva

  • Publicado: 01/11/2025
  • 5 Minutos de leitura

A chegada da Suzuki GSX-S1000 GX ao mercado não deve ser vista apenas como um novo modelo, mas sim como a culminação de uma filosofia de engenharia. A Suzuki finalmente entregou uma moto que honra o legado do motor GSX-R com um pacote de eletrônica e conforto digno dos tempos modernos.

imagem lateral Suzuki GSX-S1000 GX
Suzuki GSX-S1000 GX 2025 – foto: Gustavo Epifanio

Definida pela marca como uma Crossover Esportiva, o termo mais apropriado seria Hiper Sport Tourer de luxo, projetada para engolir quilômetros de asfalto em alta velocidade e com um nível de sofisticação técnica e conforto inéditos na casa de Hamamatsu.

imagem traseira Suzuki GSX-S1000 GX
Suzuki GSX-S1000 GX 2025 – foto: Gustavo Epifanio

O coração de um guerreiro: desempenho e engenharia

No centro desta máquina reside o motor que se tornou uma lenda: o quatro cilindros em linha DOHC de 999 cm³, carinhosamente conhecido por derivar do bloco da superbike GSX-R1000 (especificamente, do modelo K5, mas exaustivamente atualizado). Na GX, este motor entrega 152 cv de potência a 11.000 rpm e um torque robusto de10,8 kgf.m a 9.200 rpm.

imagem do motor da Suzuki GSX-S1000 GX
Usina consagrada da GSX-R – foto: Gustavo Epifanio

A afinação, contudo, é o segredo. Enquanto a GSX-R exige giros estratosféricos para entregar sua força máxima, a GX foi calibrada para ter uma distribuição de torque mais ampla e utilizável, garantindo que mais de 70% de sua capacidade esteja disponível em uma faixa de rotação mais baixa, tornando-a explosiva nas ultrapassagens e dócil no trânsito urbano. O som, canalizado pelo sistema de escape 4-2-1, mantém o ronco hipnótico dos quatro cilindros, adicionando uma camada extra de emoção à experiência.

A transmissão de seis marchas é auxiliada pelo Quickshifter bidirecional, que atua com uma suavidade e precisão notáveis. Este sistema, juntamente com a embreagem deslizante SCAS (Suzuki Clutch Assist System), garante mudanças de marcha quase imperceptíveis e estabilidade sob reduções agressivas, um ponto crucial para uma moto deste calibre de potência e peso de 232 kg em ordem de marcha.

imagem do quickshifter da nova GSX-S1000 GX
Quickshifter preciso – foto: Gustavo Epifanio

A revolução da eletrônica: o fator SAES

A verdadeira estrela da GX, e seu maior diferencial, é o sistema SAES (Suzuki Advanced Electronic Suspension). Esta é a primeira moto da Suzuki a apresentar suspensões ativas. O sistema utiliza uma IMU (Unidade de Medição Inercial) de 6 eixos como seu cérebro, monitorando a inclinação, aceleração e movimentos da moto em tempo real.

imagem lateral do piloto com a GSX-S1000 GX
Posição ereta para longas jornadas – foto: Gustavo Epifanio

O SAES transforma as suspensões (garfo invertido e monoamortecedor traseiro) em componentes inteligentes, ajustando a pré-carga, compressão e retorno 1.000 vezes por segundo. No modo automático, a moto reconhece a presença de passageiro e bagagem e ajusta a pré-carga instantaneamente, mantendo a geometria da moto perfeita. Durante a pilotagem, ao acelerar forte ou frear, a suspensão se enrijece para mitigar a transferência de peso. Ao encontrar uma estrada esburacada, amolece para absorver o impacto.

imagem do freio dianteiro da GSX-S1000 GX
Freios potentes com ABS Corner – foto: Gustavo Epifanio

Este pacote eletrônico é complementado pelo SDMS-Alpha (Suzuki Drive Mode Selector Alpha), que integra os modos de potência, o controle de tração (Motion Track Traction Control) e, crucialmente, o Motion Track Brake System (ABS em curva). Além disso, a GX estreia o Roll Torque Control, uma inovação que gerencia o torque na saída de curva para evitar derrapagens. Toda essa tecnologia é acessível pelo painel TFT a cores de 6,5 polegadas com conectividade Bluetooth.

imagem do painel tft multifuncional da Suzuki GSX-S1000 GX
Painel TFT multifuncional – foto: Gustavo Epifanio

GX vs. GT: a diferença de filosofia 

Muitos se perguntam: qual é a diferença crucial entre a GSX-S1000 GX e a GSX-S1000 GT?

Embora a GSX-S1000 GX e a GSX-S1000 GT compartilhem o mesmo motor lendário de quatro cilindros e o mesmo chassi de alumínio, elas representam abordagens drasticamente diferentes sobre o que significa o turismo de alta performance. A GT estabeleceu o padrão para a Sport Touring focada em velocidade e aerodinâmica; a GX reescreve esse padrão com a eletrônica e o conforto.

imagem da suspensão dianteira da Suzuki GSX-S1000 GX
Suspensões semi-ativas garantem conforto e performance – foto: Gustavo Epifanio

A diferença crucial reside no sistema de suspensão. Enquanto a GT utiliza suspensões KYB convencionais (ajustadas manualmente) com um curso mais curto (130 mm), otimizadas para estradas lisas e pilotagem mais inclinada, a GX traz o sistema de ponta SAES (Suzuki Advanced Electronic Suspension) com um curso de 150 mm.

imagem do monoamortecedor da Suzuki GSX-S1000 GX
Suspensões ajustam parâmetros 1000 X por segundo – foto: Gustavo Epifanio

 Esta suspensão ativa não só oferece um conforto muito superior ao absorver irregularidades do asfalto, como também ajusta automaticamente a pré-carga e o amortecimento, garantindo que a geometria da moto permaneça ideal independentemente da carga ou das condições da estrada. É o conforto com inteligência.

imagem piloto em curva com a GSX-S1000 GX
Excelente na estrada – foto: Gustavo Epifanio

Outra distinção fundamental está na eletrônica do chassi e na ergonomia. A GX é equipada com uma IMU de 6 eixos mais evoluída que gerencia o ABS em curva (Motion Track Brake System) e o inédito Roll Torque Control, elevando o nível de segurança ativa em comparação com a eletrônica da GT.

imagem do piloto na estrada com a GSX-S1000 GX
Suzuki GSX-S1000 GX: para devorar estradas – foto: Gustavo Epifanio

No posto de comando, a filosofia muda completamente: a GT exige uma posição de pilotagem mais inclinada e desportiva (altura do assento de 810 mm), favorecendo a aerodinâmica em altas velocidades. Já a GX adota uma postura mais vertical (assento a 845 mm), com guidão mais alto e largo, aliviando a tensão nas costas e punhos, tornando-a ideal para longas jornadas e para quem valoriza o domínio visual da estrada.

imagem lateral da Suzuki GSX-S1000 GX na estrada
O equipamento mais completo para viagens – foto: Gustavo Epifanio

GT é para o piloto que vive a pista na estrada; a GX é para o piloto que exige performance premium com a versatilidade de uma verdadeira crossover. Em suma, a GX é a versão superior e mais tecnológica, entregando uma experiência de pilotagem muito mais versátil e menos fatigante.

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