Suzuki DL 1050 V-Strom Tech e DE
Testes

Suzuki DL 1050 V-Strom: a maxitrail que encara qualquer terreno

12 Minutos de leitura

  • Publicado: 09/05/2023
  • Por: Redação

Testamos a nova Suzuki DL 1050 V-Strom nas ruas da Espanha. A quarta geração da máquina oferece duas versões: a chamada Tech, mais voltada ao asfalto, e a nova DE, com vocação off-road. Rodamos com ambas. Acompanhe o que achamos desta moto japonesa!

Texto: Santi Ayala
Fotos: Divulgação
Edição: Guilherme Derrico

Na história da Suzuki, as bikes de trilha voltadas para o campo tiveram muito destaque tanto nas lojas quanto nas competições. Modelos como o monocilíndrico Djebel 600/650 de 1985, o primeiro DRZ 750 de 1988 ou o seguinte DRZ 800, com o seu famoso guarda-lamas dianteiro “bico de pato”, no qual se basearam as motos de sucesso do Dakar.

Em 2002 nasceu a primeira versão da V-Strom 1000 como uma “maxi trail” que em 2014 teve sua segunda geração (carroceria diferenciada, agora com para-lama alto e saída de escapamento por baixo, além de contar com controle de tração).

Seria em 2020 que chegaria a terceira geração, a V-Strom 1050 (motor de 1.037 cc), com dois acabamentos, uma chamada XT, algo mais especializado e tecnológico, com um pouco mais de adaptação para uso em campo. Tinha um motor mais potente e com mais torque, com mais assistência eletrônica à pilotagem chamada SIRS (Suzuki Intelligent Ride System).

Sua imagem ficou marcada pelo icônico para-lama dianteiro inspirado nas DRZs do passado. Para 2023, a Suzuki melhora a V-Strom 1050 em resposta à demanda do mercado, que exige uma grande porcentagem de uma versão mais especializada para rodar em campo em trilhas off-road.

É por isso que chegam as novas 1050 Tech e DE (Desert Express), variantes com uma arquitetura comum de motor e quadro, mas com diferenças de geometria, medidas e componentes da parte da bicicleta que os tornam adequados para ter mais conforto para viagens longas e melhor resposta em asfalto na Tech e a maior especialização fora de estrada, sem abdicar da sua utilização em estrada, na DE.

Aqui no Brasil nós já rodamos com a versão 1050XT. Se você perdeu, clique aqui para ler o texto na íntegra!

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Particularidades da Suzuki DL 1050 V-Strom Tech e da DE

Entre as duas versões encontramos diferenças em elementos como a suspensão, as rodas, os pneus, o guidão, assim como no apoio dos pés, o para-brisas, banco e ainda mais. Também na parte eletrônica e na estética, sendo mais clássica na Tech e mais luminosa e brilhante na DE, com destacando para os tons como o amarelo na sua paleta de cores.

A principal diferença entre as duas variantes está na suspensão. O modelo DE recebe um garfo invertido de 43 mm com curso de 170 mm contra os 160 mm do Tech. Do mesmo modo atrás o monoshock tem mais curso até 168 mm (160 no Tech), montando o DE com um braço oscilante mais longo e com mais rigidez nas torções.

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Detalhes

As dimensões de direção são claramente diferentes tanto no lançamento quanto no avanço. Obviamente, o comprimento também é diferente (2.390 x 2.265 mm), a distância entre eixos (1.595 mm x 1.460 mm), a distância ao solo (190 mm x 165 mm) e a altura do assento (880 mm x 855 mm). O peso das duas muda, com 252 quilos para o DE em comparação com os 242 para o Tech.

O guidão é mais largo (20mm extra) no DE, com tubo mais grosso, em alumínio, para melhor absorção de vibrações e impactos no campo. O banco não é igual entre as duas variantes com estofamento mais firme no DE e altura ajustável no Tech.

A frente do modelo DE incorpora uma roda de 21 polegadas e pneus Dunlop mistos. O garfo é um invertido KYB de 43 mm com curso de 170 mm (traseira de 169 mm no monoamortecedor).

Componentes como o descanso para os pés também são modificados: aço (melhor absorção de choque e reparável em caso de flexão) e mais largo (para ficar em pé) para o DE em comparação com o alumínio para o Tech.

Nos comandos há outra diferença, como a tela: regulável em altura no Tech em 11 posições (mais ou menos 5 mm para cima e para baixo), manualmente, sendo o seu acabamento transparente. Na DE o para-brisa é fixo, com 80 mm mais curto e um pouco mais estreito com acabamento em tom fumê, ajustável com uma ferramenta.

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Esmiuçando a Suzuki DL 1050 V-Strom Tech e a DE

Até os para-lamas são diferentes, menores e mais curtos, mais robustos na junção do garfo. O DE incorpora os para-lamas laterais de aço padrão que também são úteis para a montagem de acessórios, como faróis de longo alcance.

A versão DE tem uma placa antiderrapante de alumínio que falta ao Tech e vem com acabamento de plástico. As jantes são outro diferencial: com raios na DE medindo 21 polegadas à frente, com câmara, e 1 polegadas tubeless atrás, com pneus Dunlop Trailmax Mixtour.

A Tech usa pneus Bridgestone Battlax Adventure A41, mais para o asfalto, em aros de alumínio com manetes, ambas as câmaras, 19 polegadas na frente e 17 atrás. A corrente de transmissão é diferente entre as duas motocicletas, sendo a da DE maior resistência ao uso fora de estrada.

Motor comum nas duas

Não há diferenças no motor V-Strom entre as duas variantes, o famoso 1.037 cm³ 90º V-twin. Uma hélice que melhorou com o desenvolvimento de outras marchas, com uma primeira e sexta marchas mais curtas, agora tornando o espaço entre a segunda e a quinta, especialmente na DE para uso off-road.

Uma mudança chega com um assistente eletrônico bidirecional Quick Shift que se junta ao pacote de elementos eletrônicos em que o 1050 se destaca sob seu sistema SIRS, que atua com uma IMU Bosch de seis eixos, cuja intervenção determina o controle de tração (STCS), ajustável em três níveis no Tech e que pode ser desligado.

A DE incorpora um modo extra, denominado Gravel, com mais especialização desligada, em que o controle de tração atua com menos intrusão e permite um maior nível de patinagem da roda traseira, embora sempre com um certo nível de assistência antiderrapante. O que ele faz é retardar a ignição. Nestas V-Strom 1050 não faltam ABS com assistência em curva, reguláveis ​​em dois níveis e até a traseira pode ser desligada na DE.

Possui também um sistema de controle em função da inclinação e que limita o levantamento da roda traseira, mesmo em descidas, bem como sistema de controle de partida em subida.

Há o controle de frenagem em função da carga, variando com a motocicleta carregada ou com passageiro, e controle de cruzeiro (que funciona entre 25 e 160 km/h). Adicionamos o sistema de assistência em baixas rotações que ajuda a manter a marcha lenta para partidas mais suaves, graças ao uso de velas duplas.

Na V-Strom não falta a embreagem deslizante e o SCAS, o sistema de assistência à embreagem da Suzuki que oferece uma sensação mais confortável no manete da embreagem.

Suzuki DL 1050 V-Strom Tech e DE

Muita eletrônica embarcada

As motos têm acelerador eletrônico e como novidade surge uma nova instrumentação com painel TFT a cores de 5 polegadas ao invés do anterior LCD cuja visibilidade não era muito boa.

A luz indicadora de velocidade máxima (piscando) pode ser programada e possui modos de exibição diurno (branco) e noturno (preto). Todas as funções da eletrônica SIRS são operadas com o punho esquerdo, enquanto o controle de cruzeiro é utilizado com o direito.

O motor V-twin de 1.037 cm³ produz 106 cavalos de potência. A versão DE possui um modo “Gravel” para controle de tração com reações ajustadas para andar no off-road, conforme citamos anteriormente.

A V-Strom possui uma entrada USB integrada no lado esquerdo da instrumentação e uma tomada de 12V localizada sob o assento, onde você pode recarregar seus dispositivos. A iluminação é em LED e os equipamentos de série podem ser ampliados com opcionais como manoplas aquecidas, faróis de neblina, banco rebaixado (menos 30 mm) e mais alto (+30 mm), disponível apenas para a DE.

Claro que não faltam os baús laterais de alumínio, com 37 litros cada, e o baú superior de 38 litros como acessório.

Suzuki DL 1050 V-Strom: uma moto incrível!

Fizemos o teste deste modelo em um ambiente sensacional, em Cádiz, na Espanha. Uma rota sensacional com estradas sinuosas de montanha, com todos os tipos de asfalto e aderência, além de pistas de boa superfície e que nos permitiu tirar boas conclusões sobre ambos os modelos.

O motor V-Strom é ideal para trilhas e tem um som bonito e característico, mas, acima de tudo, com uma resposta muito rápida em baixas e médias rotações, o que o torna ideal para o uso no fora de estrada.

É um motor muito amigável, daqueles que transmite confiança e permite andar à vontade, sem muita vibração, com uma linearidade e progressividade sensacional. Isso ajuda a pilotar no off-road com muita convicção, pois a potência é bem controlada, também auxiliada por toda a excelente eletrônica.

Ainda mais incrível pela velocidade e conforto, acesso aos modos de motor disponíveis, bem como a possibilidade de regular os níveis de controle de tração e ABS. Tudo isso é facilmente alcançado e selecionado, com leves toques no painel, e sempre temos a configuração escolhida na tela, o que evita dúvidas sobre o funcionamento da motocicleta.

Uma tela que, finalmente, agora parece boa porque o LCD anterior tinha uma visibilidade reduzida. O posto de comando é confortável e muito bem adaptado a todos os tipos de pilotagem, seja ela na estrada ou no asfalto.

Com gostinho de quero mais

A V-Strom e seu chassi de viga dupla transmitem muita confiança em qualquer terreno. Ela é muito veloz em seus movimentos e proporciona conforto na estrada, com certos tons esportivos. A boa resposta em baixas rotações do motor V-Strom 90º o torna muito apropriado para o fora de estrada.

A nova DE é surpreende porque, à primeira vista, pode parecer algo meio “desajeitado”, mas em movimento não é. A máquina é bastante macia e, acima de tudo, salta bem em ambos os eixos, além dos 170 mm de curso me parecerem um tanto justos para uso off-road nivelado, portanto, fazer paradas com ela não é complicado.

Na pista, a roda dianteira anda numa boa e essa moto encanta pela confiança que proporciona. Tudo sai fácil, sem ser leve ou o modelo mais ágil do mercado, mas talvez um dos mais nobres.

Suzuki DL 1050 V-Strom Tech e DE: testadas e aprovadas!

Em suma, é uma ótima opção para um aventureiro, e sua imagem evoca outros tempos de sucesso da Suzuki no Dakar. Uma grande maxitrail é a V-Strom, assim podemos defini-la, de motor e chassis, boa frenagem, agradável e equilibrada, o que em no fora de estrada nos permitiu arriscar percursos de nível não muito pretensiosos, e se quisermos ir em um ritmo mais enduro, porque assim a suspensão nos faz baixar a velocidade média para andar com conforto e não em ritmo de competição.

A Suzuki alcança a concorrência com seu modelo V-Strom, oferecendo uma versão mais polida. Uma variante que permite entrar em percursos todo terreno com possibilidade de se aventurar mais graças às adaptações recebidas.

O motor em V é muito bom no off-road e na estrada, assim como o chassi de alumínio. A suspensão responde bem, mas não é esportiva e, tanto pelo deslocamento quanto pelo ajuste suave, é ideal para manter um ritmo mais aventureiro do que o esportivo.

O preço sugerido desta moto: 15.999 euros para a versão Tech, cerca de R$ 90.000 em conversão direta, e 16.999 na DE, aproximadamente R$ 95.600 em moeda nacional.

Nos encontramos no próximo teste!

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