A Royal Enfield Scram 411 é a nova moto da marca indiana que chega oferecendo um estilo descolado para atender aos motociclistas que desejam uma máquina despretensiosa e cheia de personalidade para rodar no dia a dia.
A Royal Enfield Scram 411 deriva da Himalayan e oferece uma sensação de pilotagem completamente diferente de sua irmã aventureira.
O visual é simples e limpo, pois ao adotar a regra do mais é menos, os engenheiros ingleses e indianos conseguiram idealizar uma moto scrambler bastante autêntica e de forte personalidade.
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O motor é o mesmo monocilíndrico de 411 cm³ refrigerado a ar que equipa a Himalayan, de comando único SOHC para acionar duas válvulas. É um motor de baixa rotação e alto torque, que entrega 24,3 cv de potência a 6.500 rpm e torque máximo de 3,2 kgf.m a baixos 4.250 rpm, o que torna a tocada bastante tranquila, pois o giro baixo não excita os instintos para a tocada esportiva. O passeio torna-se muito prazeroso e tranquilo, pois apesar da baixa rotação o motor está sempre bem disposto. A princípio você pode achar que a moto é manca, mas o motor, apesar de lento, tem bastante vigor e responde ao menor toque do acelerador. O motor não tem um funcionamento apimentado e empolgante, mas a injeção eletrônica garante respostas coerentes com a proposta de uma moto urbana para o dia a dia e que também pode encarar estrada com boa desenvoltura, além do fora de estrada de leve por estradas de chão batido.
O câmbio de cinco marchas tem bom escalonamento para a proposta, e mantém o giro do motor sempre perto da faixa de torque máximo. Definitivamente é um motor que não gosta de trabalhar esgoelado em altas rotações. As médias de consumo ficaram na faixa dos 25 km/l na cidade e na estrada, mantendo 100 km/h constantes para ainda ter uma pequena sobra de desempenho. A velocidade final cravou em 130 km/h com certa dificuldade, mas a Scram 411 chega tranquilo nos 120 km/h e aí ela fica, com o acelerador totalmente aberto. Mas reparei que basta aliviar um pouco a mão que a velocidade se mantém e a economia de combustível aumenta significamente.
A Scram 411 é um pouco mais baixa que a Himalayan, embora a altura do banco varie apenas 5 mm, são 795 mm, a distância do solo é 20 mm menor. Uma vez sobre ela, basta levantar o descanso lateral para notar a maior das diferenças entre as irmãs, a sensação de leveza da Scram 411 é muito maior.
A posição de pilotagem é excelente, e o triângulo formado entre os vértices marcados pelo guidão, pedaleiras e banco deixa o corpo em posição bastante natural e relaxada, O banco tem espuma muito confortável e permite rodar quantos quilômetros o piloto estiver disposto sem causar fadiga extrema.
Gostei da ergonomia da Scram e mesmo para pilotagem de pé sobre as pedaleiras ela oferece bom encaixe. A ressalva fica por conta da posição das pernas, que acabam ficando sobre as laterais da moto, com uma posição um pouco mais aberta do que o ideal, mas convenhamos que a sua proposta é apenas para eventuais passeios no off-road.
Além do design que é bastante diferente da Himalayan, a principal mudança na Scram é a adoção da roda de aro 19 polegadas na dianteira e no curso de suas bengalas, são 190 mm, contra 200 mm da irmã. A traseira permanece igual com 180 mm.
Na prática essas mudanças fazem a frente da moto ficar mais baixa, fechando o ângulo de cáster e e diminuindo o trail. Isso se traduz em uma moto mais ágil e rápida em seu direcionamento e nas mudanças de direção.
Essas mudanças também reduziram o peso da moto em cinco quilos, a Scram 411 pesa 195 quilos em ordem de marcha, enquanto a Himalayan pesa 200. Se você pensar que o peso saiu fundamentalmente da dianteira da moto, vai se dar conta do porquê a dinâmica é tão mais agradável e ágil.
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As suspensões mostraram boa capacidade de absorver as imperfeições e buraqueira do asfalto mantendo boa estabilidade e o conforto na pilotagem. Nas estradas de terra o desempenho foi bastante satisfatório, onde os pneus CEAT de uso misto se mostraram capazes de manter a Scram 411 no trajeto, afinal devemos considerar que o peso total da máquina chega a 194 kg com o tanque de combustível completo. O sistema de freios conta com disco simples na dianteira e na traseira assistidos pelo ABS e não podem ser desligados para a tocada fora de estrada. O freio dianteiro parece borrachudo, mas é suficiente para a proposta da moto. Com certeza na hora de trocar as pastilhas é possível escolher um modelo mais macio e com melhor grip, assim como os pneus, que podem ser trocados por modelos mistos com um desenho que mais lhe agrade e componha um visual mais bacana.
O farol redondo mantém a identidade com a irmã Himalayan, mas o grande destaque vai para a bela moldura que o envolve e parece sustentar o painel que é menor e tem menos instrumentos. Apenas um mostrador redondo com hodômetro analógico e em seu interior os trips, marcador de combustível, relógio e luzes de advertência. Foram retirados também o para-brisa e as proteções laterais de fero que envolvem o tanque na Himalayan. A iluminação convencional tem os componentes tradicionais com lâmpada halógena no farol, na lanterna traseira e nas setas.
A Royal Enfield Scram 411 chega custando R$ 22.490 (em São Paulo considera-se mais R$ 2.000 de frete) e conta com três anos de garantia.
A Royal Enfield Scram 411 conta com uma paleta de cores completa para agradar a qualquer um. No total, são sete diferentes combinações: azul, branca, preta, prata e mais três na cor grafite, que se diferenciam na cor dos detalhes na aba lateral do tanque e frisos nas rodas (amarelo, azul e vermelho).
A Scram 411 me agradou bastante e se tivesse que escolher entre ela e a Himalayan, certamente iria nela, principalmente pelo visual mais simples, diferenciado e cheio de personalidade.