Pequena B-King
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Pequena B-King

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  • Publicado: 08/05/2015
  • Por: jmesquita

<p>Depois de muita especulação sobre seu lançamento, a Suzuki Inazuma foi apresentada ao público no Salão Duas Rodas de São Paulo, em outubro de 2013, para preencher uma importante lacuna dentro da linha Suzuki no Brasil; a de motocicletas urbanas na faixa de 250/300 cm³, justamente um dos segmentos mais importantes do mercado nacional de motocicletas, onde Honda CB 300R e Yamaha Fazer 250 são as que mais vendem.<img alt="Pilotando a Inazuma, temos a sensação de estar em uma motocicleta com mais de 250 cm³" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i6_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Antes do lançamento da Inazuma, um motociclista que iniciava sua vida sobre duas rodas com uma pequena Suzuki de 125/150 cm³ (Intruder, GSR, Yes e até Burgman) e, após algum tempo, buscava um upgrade dentro da marca não encontrava um estágio intermediário. Depois da GSR 150, de 12 cv e 132 kg, as "menores" motos da marca eram a Gladius (72 cv e 202 kg) e Bandit 650 (85 cv e 240 kg), modelos que, além de uma gigantesca diferença em desempenho, proposta e comportamento, custam cerca de três vezes mais que a pequena GSR. Com um mercado tão competitivo e repleto de bons produtos, "obrigar" o cliente a migrar para uma marca concorrente pode ser fatal, já que é grande as chances de ele ser fidelizado pela rival e nunca mais voltar.</span></p>

<p><img alt="O visual da Inazuma é moderno, mas sem nenhum exagero ou solução de estilo inédita" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i5_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Essa é a missão da Inazuma (Relâmpago, em japonês), uma motocicleta que foi revelada ao mundo no Salão da Moto de Birminghan, em 2011. Totalmente inédita dentro da linha Suzuki, nada dela foi herdado ou mesmo aprimorado de outros modelos da marca. O motor, por exemplo, é um bicilíndrico de 248 cm³, OHC, 4 válvulas por cilindro, arrefecimento líquido e injeção eletrônica. A base é um chassi de duplo berço de aço, com balança de duplo braço do mesmo material, garfo dianteiro convencional e monoamortecedor traseiro sem bieletas.</p>

<p><img alt="O painel possui um estilo simples, mas é completo e de excelente visualização" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i4_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Apesar do diferencial importante que o motor bicilíndrico representa, a potência não é sua principal característica. O desempenho, é claro, não foi deixado de lado, entretanto, como em todos os modelos que concorrem nessa categoria, o tripé fundamental é baseado nas seguintes qualidades: facilidade de pilotar, robustez e economia. A Suzuki nitidamente priorizou a suavidade de funcionamento e uma curva de torque quase plana, o que, no ambiente urbano ao qual a Inazuma se destina, é muito mais útil que os números em si. Isso fica nítido assim que começamos a rodar com a moto: a sensação é de que estamos em um modelo de maior cilindrada dada a ótima resposta em baixas rotações.</p>

<p><img alt="A dianteira conta com piscas integrados às carenagens do tanque de combustível" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i1_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Mesmo com o peso extra de um garupa, já que, a partir de 4 000 rotações, o propulsor 250 da Suzuki empurra muito bem e faz isso de forma suave, linear e sem qualquer tipo de "buraco" na subida de giros.  Cada um dos seus dois cilindros conta com um escape próprio e, assim, há um silenciador de cada lado da moto. Pena que, de tão eficientes na captura aos decibéis, o som do motor tenha ficado muito abafado e sem aquela gostosa batida dos bicilíndricos. Outro ponto no qual o arrefecimento líquido e a dupla de cilindros que fazem a diferença em relação às concorrentes que ela vai enfrentar por aqui é a vibração. Além desses dois itens citados acima, o motor da Inazuma conta ainda com um eixo de equilíbrio, e o resultado é que as vibrações são baixíssimas. Só quando passamos de 8 000 giros é que elas se apresentam e, mesmo assim, de forma muito discreta. Sinceramente, esse foi um dos pontos mais surpreendentes do modelo, ainda mais se levarmos em conta que se trata de uma pequena 250. Com boa quantidade de torque disponível em baixa rotação, podemos utilizar o prático sistema de pilotagem econômica sem grande prejuízo ao desempenho. Quando ativado o modo ECO, uma luz no conta-giros começa a piscar quando atingimos 4 500 rpm e fica acessa direto quando chegamos a 6 000 giros. Pilotando seguindo as indicações e trocando de marcha dentro dessa faixa de giro, o consumo de combustível foi de 29,4 km/l. Já pilotando normalmente e explorando mais a capacidade do bicilíndrico, a média ficou em 22,2 km/l. </p>

<p><img alt="O conforto na pilotagem, seja na cidade ou na estrada é um destaque na Inazuma" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i7_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>A sensação de qualidade e o acabamento geral dessa 250 urbana também remetem aos grandes modelos da marca japonesa. Isso significa que a Inazuma transmite muita solidez e confiabilidade ao pilotar e mostra capricho nos arremates. O motor diferenciado e o porte mais encorpado cobram seu preço quando colocamos a Inazuma na balança. Segundo os dados da fábrica, são 171 kg a seco, o que representa 34 kg a mais que uma Yamaha Fazer 250, por exemplo. Uma diferença considerável, mas que só é sentida quando manobramos com a moto parada, visto que, quando entramos em movimento, a maneabilidade e agilidade demonstradas pela city da Suzuki são irrepreensíveis. Com 24 cv declarados (e 23 alcançados no dinamômetro), a potência não proporciona à Inazuma um desempenho extraordinário, contudo, é mais que suficiente para aproveitar o modelo nas mais variadas situações com total segurança. </p>

<p><img alt="As formas do farol seguem a mesma linha dos modelos grandes da marca" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Ela é perfeitamente válida para encarar aquela deliciosa estradinha vicinal cheia de curvas, para ir almoçar naquela sua cidade preferida e até para encarar alguma viagem mais extensa. A velocidade máxima real é de 136 km/h, mas a suavidade do motor permite manter facilmente um ritmo entre 120 e 130 km/h sem a desagradável sensação de estarmos próximos ao limite, como acontece com as concorrentes 250/300 "mono" que dominam o mercado. O câmbio (de seis velocidades) mostrou-se preciso e bem escalonado, tornando as trocas de marcha em trechos de curvas ou para realizar ultrapassagens um prazer e não um problema. A posição de pilotagem é bem natural e confortável, os comandos estão bem posicionados e o assento, um pouco duro, está a uma excelente altura para pilotos de estatura média. As suspensões são simples – o único ajuste possível é na pré-carga da mola traseira –, mas estão bem calibradas e oferecem bom nível de conforto, segurança nas curvas e absorvem bem as solicitações em frenagens. Por falar nisso, o sistema de freios mostrou um tato correto, mas sentimos falta de um pouco mais de potência quando apertamos o manete simulando uma parada de emergência. Um flexível do freio com malha de aço reduziria esta sensação.</p>

<p><img alt="A alça traseira segue a linha da rabeta.O assento do garupa agrada pelo conforto" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/i3_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Os números de potência e torque do motor bicilíndrico com arrefecimento a líquido obtidos no dinamômetro não são superiores aos das "mono" CB 300R e Fazer 250. Na avaliação a Inazuma rendeu 23 cv a 8 020 rpm de potência máxima, com 2,2 kgf.m a 6 450 rpm de torque máximo na roda. As curvas sim, são mais planas.</p>

<p>Muito bem representada nos segmentos acima de 600 cm³ e também com uma vasta linha de produtos nas faixas de 125/150 cm³, a Suzuki demorou muito para apresentar a sua opção de moto urbana entre as 250/300 cm³. Como produto, a Inazuma tem tudo para ser bem aceita pelos motociclistas. Visualmente atraente e com toda a qualidade conhecida da Suzuki, sem dúvida, chegou como uma alternativa na categoria, mas muita gente não gostou do preço: R$ 15 900. No site da Suzuki, o modelo está em promoção, sendo comercializado por R$ 13 900 (checado dia 08/05/2015), preço que torna melhor o custo-benefício dela.</p>

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