Para super aventuras
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Para super aventuras

7 Minutos de leitura

  • Publicado: 02/02/2015
  • Por: jmesquita

<p>Escolhemos para avaliar uma Yamaha que leva o "Super" no nome. E olha que ela não poderia levar outro nome ou adjetivo diferente, afinal de contas, ela se mostrou superideal para a proposta. Sem sombra de dúvidas a Super Ténéré é a maxitrail — disponível hoje no Brasil — que melhor enfrenta terrenos off-road. Desculpem-me as concorrentes, mas o equilibrio formado pelas excelentes suspensões e o estreito motor bicilíndrico em paralelo está um passo a frente das rivais, quando o assunto é trilha repleta de buracos e até saltos. As rodas raiadas equipadas com pneus Metzeler Tourance EXP, sem câmara, são super-robustas e curiosamente, apesar desta moto ser equipada com transmissão final por cardã do lado esquerdo, ela também conta com um braço oscilante de alumínio do lado direito. É muita robustez para uma moto que não deixa de ser bonita e tão confortável no asfalto. Aliás, na apresentação das versões 2015, um circuito off-road foi cruel com as novas Super Ténéré, várias foram as vezes em que eu vi uma moto no chão e o teste continuou sem quebrar nada. As tampas laterais do tanque, que protegem os radiadores e os pequenos sliders, ao lado do motor, não são enfeites. Eles realmente protegem a moto, assim como os protetores de manetes originais, que não estão ali só pelo visual. Agora, a Yamaha Brasil está disponibilizando duas versões de Super Ténéré: a standard e a deluxe (DX), muito mais completa. Nossa parceira de viagem foi uma DX, toda negra, que conta com contrastantes bengalas de suspensões douradas. Essa versão, além de contar com cruise control e aquecedores de manoplas, tem como principal diferencial as suspensões reguláveis eletronicamente. Através de botões no punho esquerdo, podemos escolher diversas opções de comportamento dos amortecedores. Tanto na frente quanto na traseira, é possível deixá-la mais dura ou mais macia e ainda escolher se estamos com acompanhante e/ou carregados de bagagens. Bem didático para regular. É possível escolher modos Hard, Soft ou Standard e mais oito níveis de intensidade para cada um deles. </p>

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<p>No roteiro do Superteste, utilizei o modo Soft para entrar nos trechos de terra e o modo Hard para subir a serra de Campos do Jordão, SP. Fiz a escolha do modo Soft em ritmo esportivo no asfalto bom e a moto ficou macia demais, um pouco desequilibrada. Opte por endurecer no asfalto se estiver sozinho. O sistema ABS e o controle de tração são itens originais nas duas versões. Recomendamos desabilitar o controle de tração se você pretender enfrentar a terra. E, por incrível que pareça, apesar de o ABS não poder ser desativado facilmente, a Super Ténéré oferece muita segurança para ser utilizada na terra. O manete de freio não pulsa nas descidas íngrimes. Existe uma malandragem para desligar o ABS, que obviamente a fábrica não recomenda, mas funciona se você for um expert na terra. Coloque a moto no cavalete central, ligue e engate as marchas. Uma luz no painel irá acender, indicando que há algum erro na leitura dos sensores do ABS. Não desligue a moto e siga em frente. Pronto, você não tem mais ABS. Se desligar a chave e ligar novamente, o ABS volta a funcionar. Para esta nova versão, é impossível não se surpreender com o excelente aquecedor de manoplas. Com três níveis de ajuste, já adiantamos que funciona muito bem e é quase vital em longas viagens. O nível 3 esquenta até demais, excelente! Outro item novo na Super Ténéré é a bolha para-brisa maior e com regulagem sem auxílio de ferramentas. Já adiantamos que, com sol e na posição mais elevada, você passa muito calor, de tanto que ela evita o vento. Ótimo à noite e no inverno. </p>

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<p>Então ela é perfeita, sem defeitos? De fato, é impossível encontrar um defeito, mas, comparada com outras motos da mesma categoria, a Yamaha poderia ter dado a nossa querida Super um motor mais potente. Este bicilíndrico tem muitas vantagens, como o volume compacto, o excelente torque oferecido pelo virabrequim crossplane e a economia de combustível que garante uma autonomia de camelo, mas, se o potencial proprietário testar uma maxitrail europeia antes, ele com certeza irá sentir mais emoção pela potência extra. Que fique bem claro que não é um defeito, afinal de contas ela pode ultrapassar os 200 km/h também, mas nas retomadas mais exigentes, que temos de fazer para ultrapassar uma carreta de mais de 20 metros, a Super exige atenção redobrada para a tarefa. Com apenas 112 cv, quando comparada com outras fichas técnicas, isso pode ser um problema para a Yamaha, apesar de não ser um fator predominante em uma moto que tem como obrigação ser econômica e confiável. </p>

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<p>Um ponto que surpreende quando pilotamos uma XT 1200Z Super Ténéré é a facilidade e o equilíbrio que ela oferece, para ser pilotada em baixas velocidades. O número 1200 e o nome Super podem, à primeira vista, assustar quem nunca pilotou uma, mas a pouca altura do banco — de 845 mm na posição mais baixa — junto à posição do guidão bem alta e recuada, deixa a Super sempre na mão. Fácil entre os carros, excelente na terra e com as costas sempre eretas. Há borrachinhas nas pedaleiras para conter a vibração, porém, se tem uma característica boa desse motor, é a ausência de vibrações e como demonstra ser resistente. Quem entende um pouco de motor pode perceber que ele raramente está sendo forçado, as rotações são sempre contidas e o sistema de refrigeração é supereficiente. Se ela não é a mais potente, com certeza é a mais econômica. Os dois modos de condução, Sport ou Touring, mudam o tempo de abertura das borboletas do corpo de injeção e obviamente são vitais colaboradores para a excelente autonomia. Marcamos média de 25 km/l no modo T e 22 km/l no modo S. Sempre em sexta a 110 km/h. Se quisermos andar esportivamente com o conta-giros lá em cima, perto dos 9 000 giros, a Super pode ser supergastona também, fazendo cerca de 16 km/l. O tanque tem capacidade para 22,6 litros e sentimos alguma diferença na dirigibilidade entre ele vazio ou cheio, principlamente para manobrar a moto na hora de estacionar, por exemplo. Por causa do sistema eletrônico das suspensões, a versão DX pesa 4 kg a mais que a Standard. Ela também se diferencia da Standard por contar com uma pequena lateral, do lado direito, que cobre a central eletrônica da suspensão. </p>

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<p>Disponível nas cores cinza fosca ou azul com preto, a Standard custa R$ 55 990 e a DX R$ 61 990. Valor justo frente às rivais.</p>

<p><strong>Equipamentos</strong></p>

<p>Controle de tração, sistema ABS, rodas raiadas e bolha para-brisa com regulagem manual são itens de série. Para a versão DX, aquecedores de manoplas, piloto automático e suspensões reguláveis eletronicamente. </p>

<p><strong>Em 4 palavras</strong></p>

<p>Cidade</p>

<p>É possível. O banco é baixo e ela se comporta com extremo equilíbrio. O bom torque sempre presente também ajuda. O que atrapalha é a largura do guidão. Se o trânsito parar, teremos problemas.</p>

<p>Estrada</p>

<p>Nasceu para isso. Seja de asfalto ou de terra, ela encara sem o menor problema. Tem suspensões excelentes e é extremamente magra entre as pernas. Espaço e equipamentos de sobra.</p>

<p>Garupa</p>

<p>A melhor parte de ter uma suspensão regulável sem precisar descer da moto. Esse equipamento garante equilíbrio perfeito mesmo com a moto carregada. As grandes alças de apoio são bem-vindas.</p>

<p>Emoção</p>

<p>Se pensássemos somente no asfalto, a nota nesse quesito seria pior, mas como quando chega a terra ela tira de letra, chama a atenção o modo como ela enfrenta terrenos ruins mesmo sendo uma maxitrail.</p>

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<p><strong>No dinamômetro</strong></p>

<p> Potência máxima: 95,4 cv a 7 050 rpm<br />
 Torque máximo: 10,8 kgf.m a 5 520 rpm</p>

<p>Curva de motor forte. Não oferece rotações de moto esportiva, mas em compensação o torque máximo é abundante e sempre presente.</p>

<p>Velocidade por marcha (km/h)</p>

<p>1ª: 73 / 2ª: 100 / 3ª: 139 / 4ª: 169 / 5ª: 204 / 6ª: 229</p>

<p>Potência específica: 81 cv/l<br />
Relação peso/potência: 2,7 kg/cv<br />
Consumo (cidade/estrada): 22,0 km/l</p>

<p><strong>Ficha Técnica</strong></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Motor: Bicilíndrico em linha, 4 tempos</span></p>

<p>Arrefecimento: A líquido<br />
Válvulas: DOHC, 8<br />
Alimentação: Injeção eletrônica<br />
Cilindrada: 1 199 cm³<br />
Diâmetro x curso: 98 mm x 79,5 mm<br />
Taxa de compressão: 11,0:1<br />
Potência: 112 cv a 7 250 rpm<br />
Torque: 11,9 kgf.m a 8 000 rpm</p>

<p>Transmissão<br />
Embreagem: Multidisco em óleo<br />
Câmbio: Manual, 6 velocidades <br />
Secundária: Por cardã</p>

<p>Chassi<br />
Tipo: Espinha superior de aço<br />
Balança:  Monobraço de alumínio<br />
Cáster/trail: 28°/126 mm</p>

<p>Suspensão<br />
Dianteira: Telescópica invertida<br />
Barras: 43 mm<br />
Curso: 190 mm<br />
Regulagens: 3 vias<br />
Traseira: Monoamortecedor<br />
Curso: 190 mm<br />
Regulagens: Pré-carga e extensão</p>

<p>Freios<br />
Freio dianteiro: 2 discos de 310 mm<br />
Pinça: 2 pistões opostos (ABS)<br />
Freio traseiro: 1 disco de 282 mm<br />
Pinça: 1 pistão (ABS) </p>

<p>Rodas e pneus<br />
Dianteira: 110/80 – 19"- 2,5"<br />
Traseira: 150/70 – 17"- 4,0"<br />
Modelo de pneu: Metzeler Tourance EXP</p>

<p><strong style="line-height: 1.6em;">Medidas</strong></p>

<p>Comprimento: 2 275 mm<br />
Largura: 980 mm<br />
Entre-eixo: 1 540 mm<br />
Altura do assento: 840/865 mm (regulável)<br />
Capacidade do tanque: 23 litros<br />
Peso cheia: 265 kg <br />
Capacidade máxima de carga: 190 kg<br />
Distância mínima do solo: 190 mm<br />
Distribuição de peso (% com piloto): 50,5 D / 49,5 T</p>

<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/_epi5942_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><strong>Conclusão</strong></p>

<p>A Super Ténéré não leva esse nome em vão. Ela é Super de fato. Na categoria, enquanto a KTM Adventure não chega, não tem nada tão fácil na terra e com uma robustez impressionante. A moto cai no chão e não acontece nada. Acho incrível o poder de proteção que têm as laterais do tanque. Agora com melhorias e novos equipamentos, ela ficou ainda melhor. As suspensões já eram boas e, para esta nova versão DX, a Yamaha conseguiu melhorar ainda mais. Ela não oferece tanta emoção no asfalto, mas leva você para dar uma voltinha pelo planeta sem muitas paradas para manutenção.</p>

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