A KTM 390 Duke parece pequena aos olhos, mas ao rodar você sente que tem todas as qualidades que tornam a pilotagem tão fascinante e emocionante quanto uma moto maior. A pequena Duke 390 é inspirada na irmã KTM 1290 Super Duke R, com o design afilado e a traseira levantada.
A KTM 390 Duke tem tamanho reduzido sem parecer básica e proporciona um desempenho que agrada tanto a pilotos mais jovens, ou iniciantes que pretendem usar a moto no ambiente urbano, como também os mais experientes e atrevidos que também querem desfrutar de um track day nas pistas com muita adrenalina. Vale lembrar que este modelo 2022 na cor cinza que testamos é o mesmo que está à venda nas lojas da marca, o que difere é apenas a cor, agora laranja.
Fotos: Gustavo Epifânio
A 390 Duke é uma máquina verdadeiramente global, projetada e desenvolvida pela KTM na Áustria, mas construída pela Bajaj na Índia, por isso, há diferentes especificações da moto para atender diversos cantos do mundo. A versão destinada ao nosso mercado, com certeza passou por ajustes severos na injeção eletrônica para lidar com a nossa gasolina “batizada” com etanol. Esta Duke tem um entre-eixos encurtado 10 mm em relação a geração anterior, e isso garante agilidade ainda maior. O chassi tem uma geometria altamente elaborada para máximo desempenho, e a suspensão foi totalmente projetada para oferecer um nível de qualidade de controle superior e reforçar o apetite por maneabilidade com o mínimo esforço. A balança traseira em alumínio é uma obra de arte, ligada a um monoamortecedor com regulagem na pré carga da mola, por isso a esguia 390 Duke atinge velocidades de tirar o fôlego sem nunca ficar instável.
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O motor da KTM 390 Duke tem 373,2 cilindradas, duplo comando no cabeçote para acionar as quatro válvulas, injeção eletrônica de combustível e refrigeração líquida. A potência é de 44 cv e o torque é de 3,8 kgf.m. O câmbio de seis marchas é muito bem aproveitado pela ampla faixa de rotação até as 10.000 rpm, por isso você estica as marchas e troca rapidinho. O acelerador eletrônico ride-by-wire refina as respostas do motor e ajuda a economizar combustível e a diminuir as emissões de escapamento. O motor é esperto demais, ele é arisco e mal educado intencionalmente, ronca alto e empurra com vontade sem sentir falta de fôlego ou cansaço, e ainda encoraja você subir o giro e arrancar a última gota de potência e torque dele.
Na cidade, andando em baixa velocidade em meio ao trânsito, você nota mais as vibrações no guidão, mas ela não chega a incomodar. Na estrada, em velocidade de cruzeiro na faixa entre as 6.000 rpm e 8.000 rpm as vibrações desaparecem e a viagem é bem confortável aliada à ótima ergonomia, salvo o assento um pouco duro e que cansa após duas horas de estrada. A garupa é bem ao estilo superbike.
A ergonomia é bem neutra com o corpo levemente inclinado à frente e é surpreendentemente confortável, com o assento a 830 mm em relação ao solo, permitindo que grande parte dos pilotos não tenham problemas para colocar os dois pés no chão. Para uma motocicleta de pequena capacidade, a posição de pilotagem é surpreendentemente e enganosamente confortável para pilotos de até 1,80 metros como eu.
O sistema de freios é bem potente, com um disco dianteiro com 320 mm em conjunto com a pinça de quatro pistões da Bybre, uma marca de segunda linha da renomada Brembo. O ABS atua bem discretamente e fora o modo desligado, há também o modo Supermoto que desliga o ABS apenas da roda traseira, permitindo escorregadas.
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A KTM 390 Duke traz um painel TFT multicolorido antireflexo similar ao das irmãs maiores da linha Duke e os punhos retroiluminados com o conhecido conjunto de quatro botões da família KTM no punho esquerdo para controlar e definir as configurações do painel. As alavancas de embreagem e freio dianteiro tem regulagem de altura.
A 390 Duke é uma moto polivalente do tipo “vá das ruas para a pista”. O motor monocilíndrico é mais suave do que você esperaria, mas as poucas vibrações inevitáveis fazem com que você nem se preocupe em velocidades de cruzeiro nas estradas. O assento é realmente mais adequado para passeios curtos e pitstops frequentes do que para longas jornadas, mas dá para andar até secar o tanque numa boa, já que você sabe bem que é impossível aliar esportividade e conforto.
No entanto, a 390 Duke tem um carisma tão grande que é praticamente impossível você não se apaixonar por ela, pois ela carrega um caráter genuinamente surpreendente que nenhuma outra moto em sua categoria chega perto de ter.